Copiado de O TEMPLÁRIO de 21/07/2011, página 13, com os agradecimentos de TaD
A usual "Análise da imprensa regional" será publicada logo à noite, como habitualmente. A peça acima reproduzida pareceu-me porém de tal forma importante, enquanto instrumento para percebermos como chegámos a este estado e para onde deslizamos cada vez mais rapidamente, que não resisti a conceder-lhe o relevo que merece em termos de história local.
Uma curta nota prévia para frisar, uma vez mais, que em Tomar a dianteira não se fazem ataques pessoais; apenas se criticam comportamentos políticos, por acção ou por omissão. Nem todos os autarcas e outros políticos locais vêem assim as coisas, mas o problema é deles. Numa frase: Nada me move contra o cidadão Carlos Carrão de quem não tenho, em termos pessoais, qualquer razão de queixa. Infelizmente, o mesmo não posso dizer, enquanto contribuinte, em relação ao político Carrão, há vários anos autarca profissional, que agora aspira a ser o próximo presidente da autarquia.
Nada encontro de criticável nos seis primeiros parágrafos do supracitado texto, mesmo tratando-se de uma peça de manifesto auto-elogio, enquanto juiz em causa própria. Adiante.
Infelizmente, a coisa azeda logo no parágrafo seguinte, posto que o distintíssimo autarca achou necessário recorrer ao mais do que gasto chavão de "fazer alguma coisa por Tomar": "Porque de outros, ditos tomarenses... ... ... só atrapalham". Trata-se, quanto a mim, de uma posição extremamente perigosa, que evidencia, sem margem para dúvidas, a estranha concepção que Carlos Carrão tem da democracia. Em dois tópicos principais.
Por um lado, ao dividir objectivamente os habitantes da urbe, de for subjectiva e arbitrária, em dois campos antagónicos -os tomarenses bons, que fizeram a festa e concordam com o respeitável vereador; e os outros, os maus, que só sabem criticar e que nem tomarenses são ("ditos tomarenses"). Exactamente a mesma posição dicotómica dos mais importantes apoiantes do regime anterior ao 25 de Abril, para quem só havia "os da situação" e "os do reviralho" = comunistas a soldo de Moscovo. Os bons portugueses, e os maus que nem portugueses chegavam a ser, porque a soldo do estrangeiro. "Ditos portugueses", por conseguinte.
Por outro lado, não deixa de ser curioso, parece-me, que após tantas dezenas de anos com tantos tomarenses bons a fazerem tanto por Tomar (bem entendido sempre de forma desinteressada, como no caso do senhor vereador Carrão...), a cidade e o concelho estejam no triste estado em que estão, piorando à vista desarmada de dia para dia. Por culpa dos tais "ditos tomarenses", que não deixam os membros de escol tribal dos eleitos trabalhar à vontade! De certeza!
Há ainda outro aspecto, desgraçadamente indesmentível. No seu PS final, o vice-presidente da autarquia, (por distracção ou cansaço, quero crer), esqueceu-se de que, enquanto eleito, está estritamente obrigado a respeitar o quadro legislativo actual. Quer lhe agrade quer não. Tanto mais que a sua croniqueta fecha com a menção Vice-presidente da Câmara Municipal de Tomar. E que escreve o nosso estimado autarca? Apenas isto: "Um agradecimento especial para o João Victal... ...em 2015 cá o teremos como Mordomo outra vez. A Festa Precisa e Tomar merece." Para não alongar demasiado, que havia aqui pano para mangas, só quatro perguntas, bem entendido inocentes e sem esperança de resposta, que o silêncio é de ouro: 1 - Afinal, é ou não é o povo que escolhe o mordomo, mediante prévia convocatória do presidente da câmara? 2 - Tem o respeitável autarca desde já a certeza de que em 2015 haverá mais uma edição da festa dos tabuleiros, nos moldes actuais? 3 - Havendo eleições autárquicas previstas para o final de 2013, dá já por adquirido que continuará a integrar o elenco executivo resultante dessa consulta? 4 - Já ouviu falar de "contar com o ovo...", ou ainda de "limpar o dito antes de..."?
Cumprimenta-o cordialmente o "dito tomarense", mau cidadão portanto, cujo voto, apesar disso, na urna conta exactamente o mesmo que o seu,
António Rebelo
13 comentários:
Nem dá para acreditar!
É o que eu digo...
Como se percebe claramente na crónica do pateta Carrão, os tomarenses estão dispensados de votar o Mordomo para a próxima Festa dos Tabuleiros.
Conforme ele afirma, cá teremos novamente o João Victal em 2015.
É um dado adquirido! Os milhares de tomarenses evitam assim dar o seu contributo para a festa, que começa (começava) precisamente com a eleição popular do mais alto responsável pela dita...
Este Carrão é um cromo...!!!
Como pode uma sociedade evoluir com políticos destes.
A Troika tem toda a razão ao afirmar que o número de autarquias do País tem que ser reduzido.
Há pelo menos uma coisa que une Rebelo e Carrão:
A veneração ao Sr. Ministro.
O resto são conflitos de interesses resultantes de vaidades e da obsessão de ambos em serem o "maire" nabantino.
Dom Rebelo faz de conta que não percebe que o Sr. Ministro é o pai e a mãe da miserável gestão autárquica que dura desde que é presidente da AM.
Já que adoram o mesmo "deus",poupem-nos ao "combate" deprimente e fratricida...
Por favor...
Para 21:52
Garanto-lhe que mesmo tendo em conta o tipo alambicado do seu raciocínio, ainda não consegui perceber onde pretende chegar. Ao unanimismo chocho? Pensa realmente aquilo que escreveu? Ou está só a tentar caçoar comigo?
Deixem o Homem trabalhar!...
Deixem o Homem trabalhar!...
Deixem o Homem trabalhar!...
Deixem o Homem trabalhar!...
Deixem o Homem trabalhar!...
O “VÍTIMAS DO PRINCÍPIO DE PETER”
Talvez ainda um pouco eufórico pelo rotundo êxito da Festa dos Tabuleiros/2011, louros que também tem o direito de partilhar, admito que Carlos Carrão cometeu aqui no seu texto alguns deslizes de semântica literária. Mas a dita festa já lá vai e deixemos de fazer dela agora um falso campo de batalha político. Preciso, preciso é assegurar para Tomar um seguro rumo de progresso e confiança no futuro! Mas o que é de admirar em todo este “foguetório” político em torno da tal coligação que eu designo de “saco-de-gatos”, é o atroz silêncio a que se remeteu o Sr. José Delgado! Estará o presidente da concelhia social-democrata tomarense à espera que “Lhova Café”, como bem diz, salvo erro, Rafael Sanz – famoso cantor de língua espanhola? É certo que antes de tomar posse do cargo que agora exerce e que pelos vistos com todo o mérito venceu em recentes eleições, ele era já Delgado, de nome. Mas dado que pouco ou quase nada tem feito em prol do PSD/Tomar, até parece que agora desapareceu mesmo de vez! Andará ele em busca de melhor futuro lá para as bandas do planeta Marte?
Nota: Cada qual faz como melhor entende. Mas julgo que teriam muito mais mérito os comentário aqui postados, se os respectivos autores resolvessem por eles dar a cara. Era jogo mais limpo, pela carta!
Para 14:08
A gente deixar deixa. O raio do trabalho feito é que não há meio de aparecer. Ou está por fazer ou é de péssima qualidade. Tou certo ó tou errado?!
O verador que mais tarbalha, Carrão a presidente,já
Aqueles que nunca "mexeram uma palha" são tão ou mais dignos, porque:
1 Pagam impostos, para o poder político desbaratar a comprar votos, para poderem ser eleitos;
2 Dedicam a sua vida a tarefas bem mais meritórias para a sociedade, pelo que não têm tempo de se andar a pavonear.
Sem dúvida que o povo anónimo que deu o seu trabalho humilde para a realização da festa está de parabéns. Por isso não se compreende o ataque proferido pelo assinante do agradecimento.
O Carrão já perdeu a única hipótese de ser Presidente de Câmara pela via indirecta, pois em directas JAMAIS. Livramo-nos assim de ter um belfo, tonto e de visão paroquiana num concelho de grandes pergaminhos
Foi ver o Carrão a resolver com eficácia os lixos.
Muito competente, claro está.
De Carrão só há uma coisa a dizer: "Cogito, cansadus sum"...
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