sexta-feira, 29 de julho de 2011

OLHAR TOMAR A AFUNDAR-SE...

Foto Rádio Hertz, com os agradecimentos de TaD

O sempre bem informado site da Rádio Hertz reportou ontem mais uma bronca camarária, com o próprio presidente Corvêlo de Sousa a tentar impedir um jovem munícipe queixoso de expor os seus problemas. Os leitores que pretendam ler todos os detalhes disponíveis farão o favor de digitar Rádio Hertz e enter, que isto de procurar caçar os leitores da concorrência nunca é nada bonito.
Aqui, o que agora nos importa é realçar que, ao longo dos anos, maiorias de autarcas da qualidade que todos conhecemos, quase sempre ajudados por oposições mais interessadas no penacho e no fim do mês do que nos interesses da população, transformaram a autarquia numa série de capelinhas, cada uma com o seu quintal, quintalinho ou quintaleco. Tudo com contornos de características assaz mafiosas, em todo o caso substraídos à normal vigilância cidadã.
Este "Escândalo Olhar Tomar", agora despoletado por um jovem  mas corajoso participante e difundido pela Rádio Hertz, é paradigmático, pois mostra um pouco de tudo: rivalidades pessoais, fragmentação forçada de competências, contratações a dedo, fuga ao fisco, retaliações, acordos por baixo da mesa e tentativas várias de silenciar quem pretenda denunciar comportamentos condenáveis à luz do código penal. Nas suas grandes linhas, trata-se de rivalidades entre "patrões" efectivos de alguns dos muitos quintalecos autárquicos. Com a retirada de pelouros a Luís Ferreira, Rosário Simões herdou o turismo e uma parte da cultura, enquanto Carlos Carrão abichou a outra parte, que juntou à cultura, ao desporto, aos mercados, aos cemitérios,às freguesias, aos serviços urbanos e À MUSEOLOGIA, que já detinha, uma vez que o presidente Corvêlo de Sousa não tem pelouros a seu cargo.
A Museologia é, de facto, o quintal exclusivo do distinto arquitecto José Faria, oficialmente adjunto de Corvêlo de Sousa, mas na realidade uma "encomenda" herdada do mandato anterior, que também já oficiou no turismo e na cultura, tendo vindo a ser afastado por conduta menos ortodoxa, tipo Sofitel Nova Iorque. Conforme já foi referido, o vereador responsável pelo sector é Carlos Carrão, sendo porém do domínio público que o notável arquitecto quer, pode e manda. (O que se compreende...). Neste momento, tanto quanto é possível descortinar no intencional e cerrado nevoeiro que reina na autarquia, considera-se todo poderoso no Museu dos Fósforos, no Núcleo de Arte Contemporânea, nas exposições temporárias, no desmantelado Museu João de Castilho, cujo espólio foi em parte guardado e em parte distribuído por várias dependências camarárias e no Museu do Brinquedo, que não há meio de ultrapassar o estado de "gemas". Não se sabe bem porquê, dirige igualmente o programa "Olhar Tomar", basicamente um acordo entre a câmara e o Centro de Estudos de Arte e Arqueologia do Instituto Politécnico, dirigido pela ilustre professora doutora Salette da Ponte, no âmbito do qual todos os anos, durante a estação alta, são colocados jovens nos diversos monumentos da cidade, como forma de os manter vigiados e abertos para os turistas. Claro está que a autarquia atribui anualmente um generoso subsídio que, entre outras coisas, serve para pagar aos tais jovens, cujos métodos de recrutamento e selecção, se os houve ou há, nunca foram tornados públicos. O tal intencional e cerrado nevoeiro, muito frequente no Vale do Nabão durante todo o ano. E com tendência para se agravar, graças à comprometedora complacência da oposição que temos.
Numa outra vertente, não se entende que sendo o serviço atribuído aos jovens o de atenderem os turistas, eles sejam recrutados, dirigidos e pagos pela museologia e por um departamento arte e arqueologia. Sobretudo quando se sabe que existe na mesma instituição  um departamento de turismo cultural. Tal como não faz sentido que o Museu Abraão Zacuto dependa do pelouro do turismo, havendo o pelouro da museologia. Como se tudo isto não bastasse, avulta o facto de o arquitecto José Faria, que ninguém elegeu para qualquer lugar, ter sido acusado de repetidas tentativas para silenciar críticas, a tal ponto que o supracitado jovem afirmou não ter desabafado antes por medo. Perante tão evidentes atropelos à lógica, à coerência, à legalidade e à democracia, a oposição que temos vai continuar a comer e calar?

Para já, Pedro Marques afirmou "recusar qualquer aproveitamenpo político nesta situação", o que não parece augurar nada de novo nem de bom. Ó sorte, por onde andas tu?!?!

11 comentários:

Funiculin disse...

Afundar-se? Onde? Até a água que bebem é de marca. Já não há confiança nas águas de boa qualidade(?)dos SMAS. Mas continuam a pagar aos seus "patrões" e não é assim tão pouco.

Anónimo disse...

Bela fotografia que mostra o rosto do desmoronar de Tomar. Estes dois cromos são os actuais principais responsáveis pela situação de inércia que vivemos. Depois do reinado de Paulino, o Paiva da Trofa, que malbaratou dinheiros e recursos humanos até à exaustão, aldeão Carrão e embuste Corvelo mostram a cada dia que passa o quão eficientes são na verdadeira política de terra queimada e de caça ao tacho que relega Tomar para último plano...

Anónimo disse...

Li o bom trabalho da Rádio Hertz.
O que vai fazer o Ministério das Finanças ?
O que vai fazer o Ministério de Miguel Relvas que tutela o Poder Local ?
O que vai Fazer a Assembleia Municipal orgão de controlo do Executivo autárquico presidido por Miguel Relvas ?
O que fará a Assembleia da República, casa da Democracia (será) ?
Quem foi o Ministro que hoje no debate no Parlamento com o Governo passou o grande parte do tempo (a maior?) com o telemóvel na mão, como é costume em outros debates na AR e na AMT ?
O que fará o Ministério Público ?
O que farão os partidos da oposição em Tomar ? Dizer, como os IpT, que não farão aproveitamento político é para rir. Todo este problema é político.
O que fará a comunicaçãp social ? Fica-se pelo facto ou lança um grande debate na opinião pública ? Vá lá, não tenham medo.
Quanto aos tomarenses, bem... já morreram há muito.

Anónimo disse...

Pedro Marques afirmou "recusar qualquer aproveitamenpo político nesta situação".

Mas então o que e que este senhor está a fazer no executivo da Câmara?

Se tudo o que aqui é exposto é claramente uma questão política, a afirmação da afirmação do líder dos IpT é, no mínimo manhosa.

Se os IpT não querem fazer "política" então vão-se embora.

A situação que Tomar vive é por culpa de todos os políticos activos, sejam os actuais (que se escudam nestas merdices "recusar qualquer aproveitamenpo político nesta situação") sejam os que por lá passaram nos últimos 20 anos.

Luis Ferreira disse...

Estimado Prof. Rebelo

Ouvi com interesse a narrativa do jovem voluntário do programa "Olhar Tomar", que foi à reunião de Camara dizer o que entendeu sobre o Programa, as diferentes e varias coordenações, denunciando que os monumentos estão a encerrar mais cedo,...

Após a primeira intervenção do jovem, foi após a minha invectiva, instando-o a continuar, que a "bronca" rebentou, uma vez que se gastou mais 15 minutos até que o jovem lá terminou o que vinha para dizer. Pedro Marques e Graça Costa e o Presidente falaram e falaram, mas a minha única intervenção foi suficiente para que o cidadão pudesse cumprir o seu direito constitucional.

Juro que não percebi porque razão não poderia o jovem terminar o que vinha dizendo.

Não sei o que se passa actualmente com o Programa. Apenas posso falar do que "geri" durante uma ano: comigo todos os Monumentos estiveram abertos entre as 10h e as 18h, desde Abril a Outubro. Aliás quando percebi os horários anti-turísticos praticados, logo tratei de dar ordens para que aquilo ganhasse jeito. E ganhou!

Se o programa tinha problemas? Oh se tinha. Mas quem quiser um programa dest tipo, com dezenas de jovens envolvidos e superentendido por pessoas com as características especiais que tem, sem quaisquer problemas...

A questão essencial é que ele deve providenciar da abertura, em tempo turístico normal, dos Monumentos da Cidade. Foi para isso que ele foi criado e é para isso que uma instituição como o Instituto politécnico de Tomar lhe dá corpo.

Volto a colocar a ênfase no essencial: o programa deve prover a abertura de todos os Monumentos da Cidade, sem encerramento à hora do almoço e estendido até ao final da tarde durante o Verão.

Se eu que até sou informático sei isso, como raio é que outros não vêem o que é evidente! Chiça!!!

Funiculin disse...

No comentário das 13:29 não foi mencionada a fotografia que saíu no JORNAL NEGÓCIOS de ontem, dia 28.
Numa fotografia que ocupa as páginas 28 e 29 apresentam um Conselho de Ministros com jarros de água, provavelmente da estação elevatória do Castelo do Bode.
Em Tomar os ricalhaços pelintras dos políticos só bebem água de marca. São os chamados fidalgos de má boca. Ou será que sabem que as condições da denominada água da torneira não são as melhores. Mas os papagaios dos SMAS dizem que tem uma óptima qualidade. Em que ficamos?

Anónimo disse...

Está visto o honorável ferreira das farturas é a luz que refulge na câmara.

Sem ele as trevas já tinham chegado!

Os outros é que são uns malandros, neste episódio e em especial o corvelo, o pedro e a graça; o carrão, a rosário e o victorino estavam hibernados.

ferreira ao poder! Já!

Anónimo disse...

Quem sabe, sabe.
E o ferreira é que sabe.
Mai nada!

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

Ferreira é o rei-sol dos tempos modernos! Aprés lui le dèluge! Sem ele, esta bela cidade de Tomar nem sequer capacidade teria para respirar! Eu até me atreveria a dizer: "Ferreira há só um, o nabantino e mais nenhum!!!

Anónimo disse...

O programa "Olhar Tomar" é um saco azul da autarquia e do IPT! Investigue-se! Auditem-se as contas do IPT para saber o que pagou aquele dinheiro! E vão ver algumas contas no mínimo estranhas. Averiguação e auditoria precisam-se nesse programa!

Anónimo disse...

A questão essencial é que "ele deve providenciar da abertura, em tempo turístico normal, dos Monumentos da Cidade. Foi para isso que ele foi criado e é para isso que uma instituição como o Instituto politécnico de Tomar lhe dá corpo."
(citação do vereador Luis Ferreira, no comentário atrás).
Eu acrescento, enquanto cidadã pagadora de impostos: ...E ambas Instituições (autarquia e IPT) devem cumprir a legislação em vigor (Código do IRS, Segurança Social).
Caso contrário arriscam-se a ter criado um "saco azul" que, depois das declarações corajosas de João Alcobia, é o que parece ser.
Compreendo agora a pressa em dispensar no mesmo dia a Margarida Ferreira e a Paula Pinto. De facto elas não podiam continuar no "Olhar Tomar", como estavam.
Alice Marques