domingo, 17 de julho de 2011

Regresso ao berço são e salvo - 2

Apesar da opinião pouco favorável daquele nosso leitor que afirma não se aprender nada na Bélgica, observando com atenção sempre um turista consegue ir aumentando os seus conhecimentos. Constatando por exemplo o estilo solene destes funcionários, numa das varandas da Grand Place, em Bruxelas. Quanto a comparar a economia belga com a nossa, nem pensar. São o 2º país europeu com menor taxa de pobreza e o 7º em termos de PIB. Quanto a indústria, além da química, da cerveja, do chocolate e do armamento, só a lapidação de diamantes em Antuérpia, concentrada em menos de um quilómetro quadrado, logo à saída da estação, do lado esquerdo, realiza um volume de negócios de 20 mil milhões de euros anuais = 7% das exportações belgas. Para um país onde não se aprende nada...
Outra curiosidade são aos nomes de algumas artérias, como esta da fotografia, que contudo não tem actualmente aquilo que o vocábulo parece indicar. As "meninas" nas montras (como no célebre Bairro Vermelho de Amsterdão) ficam mais para os lados da Gare Centrale...
Estas estátuas vivas de Vincent Van Gog...

e estes músicos ao ar livre, são exemplos de que por aquelas bandas nem uns nem outros ficam à espera dos  subsídios e/ou convites das autarquias. Outras terras, outros tempos, outros usos...

E esta sinalização para turistas? Instalações sanitárias, Informação, indicação de que se trata de percursos pedonais, tempo previsto aproximado, planta da cidade... Digam lá se não seria bom ter umas coisas semelhantes a estas aqui pelo formoso vale nabantino !?
Declarou um distinto autarca da actual maioria que o problema do mercado são na realidade vários problemas. Peço licença para discordar. Na minha tosca opinião,  é  exactamente o oposto. Parq T, Máquinas para as freguesias, Ciganos, Bairro 1º de Maio, Mercado, Obras da Estrada do Convento, Obras da Levada, Broncas durante a recente festa, etc. etc. etc.,  têm como origem um único problema: a manifesta incapacidade gestionária e política do actual elenco autárquico. É triste, mas é assim. Os factos aí estão, que já há muito que não enganam  senão aqueles que querem mesmo ser enganados. Porque lhes dá jeito, por este ou aquele motivo.
Termino com este excelente trabalho em ferro forjado, do primeiro quartel do século XVI. Fica em Antuérpia, à esquerda de quem olha para a fachada da catedral. É o "Poço Quentin de Metzys", que embora não pareça assim à primeira vista, tem alguma relação com Tomar.
Reza a história que o jovem Quentin era ferreiro de arte, tendo-se apaixonado a dada altura pela filha de um conhecido pintor local, que o recusava para futuro genro. Como o pintor tinha o hábito de ir festejar nas tabernas próximas quando terminava um quadro, o habilidoso pretendente resolveu aproveitar uma dessas ausências para pedir à donzela que lhe abrisse a porta. Depois, pintou uma  mosca no quadro antes acabado pelo pai da rapariga. De regresso a casa, supõe-se que já devidamente "acompanhado", o artista tentou debalde enxotar a mosca, até que a filha lhe revelou a marosca. Perante tal evidência, aceitou então o noivado. -E a relação com Tomar?!, perguntará com toda a razão quem leu até aqui.
A relação com Tomar reside no facto de o tríptico "O Baptismo de Cristo", do Baptistério da Igreja de S. João Baptista, no piso térreo da torre sineira... ser da autoria de Quentin de Metzys. O mundo é mesmo muito pequeno e dá muitas voltas! Já há quase cinco séculos, na Flandres trabalhavam enquanto o mestre da ordem investia em quadros de teor religioso. Com os resultados que são conhecidos...

1 comentário:

Anónimo disse...

Bimbalhada!