domingo, 17 de julho de 2011

Regresso ao berço são e salvo

Seguindo o ponderado conselho de um leitor amigo, que em comentário já aqui publicado garante nada haver na Bélgica para aprender, embora tenha aterrado em Bruxelas Nacional, começo este mini-relatório de viagem pela Alemanha. Mas precisamente por Colónia, um milhão da habitantes, quarta cidade da pátria da senhora Merkel. Tive sorte porque não choveu nem apanhei frio.
Na foto, a fachada da catedral -o Dom- cujas torres sobem a 157 metros. Começada em 1248, é o maior templo alemão, um dos maiores da cristandade e o mais visitado do país, com 6,5 milhões de visitantes por ano. Embora Património da Humanidade, a entrada é gratuita. Será por isso que nunca pensaram em mandar limpar o exterior, como se tem feito aqui em Portugal, com "especialistas" talhados à podoa a recomendar a limpeza da Janela do Capítulo? Ou será porque não têm quem lhes forneça milhares de milhões de euros de mão beijada?
Inclino-me mais para a última hipótese, dado que também ainda não mandaram limpar a Câmara Municipal, nem construir uma nova, apesar da que têm ser mais pequena que a de Lisboa ou a de Tomar. Coisas de países pobres, está-se mesmo a ver! Vão-se governando com o que têm e poupando o mais possível, nomeadamente evitando limpar os monumentos, para os não desfigurar e/ou danificar, como tem acontecido por estas bandas. Há povos felizes, governados por gente mais sensata, comedida e impermeável às tentações das empresas de obras públicas e de recuperação do património...

Mesmo assim, com os eleitos fazendo todos os possíveis para não desbaratar o dinheiro dos contribuintes, as últimas medidas de austeridade decretadas pelo governo alemão deixaram alguns cidadãos com os cabelos em pé, conforme mostra a fotografia, conseguida ontem de manhã na esplanada da estação central de Colónia. Os portugueses que ainda tenham cabelo para tanto que se vão preparando. A não ser que, entretanto, a UE nos mande justamente cortar o cabelo à podoa! Já faltou mais!

De Colónia, zarpei de comboio para Coblença, onde embarquei neste navio da carreira normal da KD, no sentido Coblença > Maiença (Koblenz > Mainz). Desembarquei em Bingen, após 6 horas de tranquila passeata aquática, tendo regressado a Colónia de comboio, com chegada exactamete à meia-noite.



No trajecto percorrido de barco, paisagens de encantamento e cerca de três dezenas de fortificações medievais, algumas a lembrar irresistivelmente a Disneylândia e os modernos castelos estilo Branca de Neve.


Surpresa das surpresas, foi constatar que, ao contrário do sucedido em Portugal, onde a União Europeia pagou para que arrancassem as vinhas existentes, no Vale do Reno continuam a plantá-las, conforme documentam as fotos acima. Em Coblença até presenciei uma prova de vinhos "riesling", numa enoteca mesmo à beira do Reno. O que se compreende, uma vez que os brancos "riesling" do Vale do Reno são bastante fracos em teor alcoólico, pelo que se torna necessário consumir bastante mais para obter o efeito pretendido, ardilosa maneira de aumentar o consumo e o subsequente lucro dos produtores, numa terra onde a cerveja chega a atingir 12 graus e pode ser bebida em três tipos de canecas: 3 decilitros, meio litro ou um litro...

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