sábado, 2 de julho de 2011

RELATO ILUSTRADO DE UMA DESGRAÇA TOMARENSE

Foto 1

Foto 2

Foto 3

Foto 4

Foto 5

Foto 6

Foto 7

Foto 8

Foto 9

Foto 10

Foto 11

Foto 12

Foto 13
Alertado por gente amiga, resolvi subir uma vez mais até ao Convento. Melhor tivesse ficado em casa. Regressei triste e abatido. Com uma dúvida a martelar-me o espírito: Será que esta minha adorada terra ainda tem conserto?
A oito dias do grande cortejo dos tabuleiros, continua a não haver sinalização nos principais acessos ao Convento de Cristo (ver fotos 10 e 13). Na Calçada dos Cavaleiros, só já lá em cima, no cruzamento com a estrada nacional agora em obras, foi agora colocada uma sinalização rudimentar, quase do mesmo tipo do acesso (fotos 3 e 9). 
Quem opte pela estrada antes alcatroada (foto 13), chega à bifurcação com a Rua do Pé da Costa de Cima (foto 1) e encontra dois pequenos letreiros: "Proibida a entrada a estranhos ao serviço" (foto 2) e "Convento de Cristo" (foto 12).
Seguindo a direcção indicada por esta última, desce-se a Rua do Pé da Costa de Cima e chega-se à saída do parque de estacionamento. Aí há uma outra indicação, para subir a Calçada de S. Tiago (foto 11). Temos assim que os visitantes são levados a fazer um desvio inútil, descendo e depois subindo, quando podiam continuar a direito atè à caçada de S. Tiago (foto 12).
Ultrapassado esta armadilha para turistas, encontrei pelo caminho, sucessivamente, três viaturas ligeiras cujos condutores cuidavam poder chegar à cidade. Fiz-lhes sinal para inverterem a marcha, explicando-lhes que tal não era possível, por estar um automóvel em estacionamento proibido (foto 12). As passageiras de um dos carros, duas americanas do Idaho, aproveitaram para perguntar como poderiam ir até ao Castelo de Almourol. Lá lhes expliquei o melhor que consegui. Agradeceram sorridentes, com aquele ar de quem pensa "Estes portugueses são amáveis e prestáveis; mas quanto ao resto..."
Os condutores das outras duas viaturas referiram que não havia qualquer indicação ou proibição lá em cima, o que constatei depois ser verdade (fotos 4 e 5). Mais acima ainda, uma indicação praticamente desnecessária, num muro multicentenário mas escanzelado e com vegetação espontânea (foto 6 ), tal como sucede na Calçada dos Cavaleiros ( foto 3). A meia encosta também não há qualquer sinal de proibição (foto 8). Apenas pó e mais pó.
Após todas estas agruras, impróprias de um país europeu em 2011, os visitantes ainda terão de desembolsar 6 euros cada, para percorrerem um monumento desconhecido, Património da Humanidade, sem ninguém para lhes explicar o que quer que seja. Compreende-se portanto que, para os católicos praticantes, a próxima confissão permita perguntar ao senhor padre confessor que mal terão feito a Deus para assim terem padecido em Tomar. Mas católicos, ateus ou de qualquer outro credo, é praticamente certo que todos serão excelentes propagandistas de Tomar e das suas belezas, após uma visita tão agradável... Entretanto, em vez de concluírem primeiro os acessos, as obras continuam alhures (foto 7). Aqui vamos ter mais um imponente muro de suporte, tipo muro-mijatório, num parque previsto para uma vintena de automóveis, cujo tempo útil dificilmente chegará a 10 anos, se tudo correr bem. Porque entretanto os veículos terão de ser afastados do monumento, tal como já se faz por essa Europa fora. Entrementes as empresas de obras públicas teram feito bons negócios e recuperado eventualmente alguns investimentos feitos em campanhas eleitorais.
Há já muitos anos, ensinaram-me que só devemos convidar pessoas a visitar-nos, quando temos todas as condições para as receber. Caso contrário mais vale estar quedo. Nesta ordem de ideias, é óbvio que algo está a mais neste mês de Julho de 2011. Ou a Festa Grande ou as obras. Qual será?
Quem são os responsáveis por tal asneira e presuntivos coveiros do turismo nabantino? O pessoal dos blogues! Então não se está mesmo a ver?! Em vez de se calarem, só complicam! Porque será?

3 comentários:

Anónimo disse...

Saloiada no seu melhor!

Anónimo disse...

Temos de tratar bem dos turistas?...

Anónimo disse...

Ontem ouvi um turista francês em Cascais, dizento na televisão:
- Se tratarem bem dos turistas que vos visitam, eles voltam!

Em Tomar, nós também sabemos cuidar bem deles!...