domingo, 31 de julho de 2011

BANDARILHEIROS BANDARILHADOS

Foto 1 - A notícia da Hertz
Foto 2 - Estaleiro no prolongamento da Rua Fernando Lopes Graça

Foto 3 - Outro aspecto da mesma via


Foto 4 - Aspecto do prolongamento da Rua 13 de Fevereiro, a partir do Intermarché

Foto 5 - Outro aspecto do mesmo aterro

Foto 6 - Alargamento da Rua Fernando Lopes Graça

Foto 7 - Prolongamento da Rua 13 de Fevereiro, no sentido poente/nascente

Foto 8 - Extremidade actual da Rua 13 de Fevereiro

Foto 9 - Prédio da Rua de Coimbra

Foto 10 - Ligação improvisada entre a Rua Lopes Graça e a 13 de Fevereiro
É sabido que em todas as sociedades livres a normal refrega política faz de cada actor, consoante as circunstâncias, atacante ou atacado. Contudo, só na Península Ibérica, por razões óbvias, se usa a metáfora taurina de bandarilheiros e bandarilhados, naturalmente com o devido respeito por todos os intervenientes. Trata-se de linguagem metafórica e nada mais.
A notícia acima reproduzida resulta curiosa a vários títulos. Devido aos intervenientes, em virtude das insólitas respostas dadas pelo presidente da autarquia e por causa da altura em que aparece tal acusação ao departamento de urbanismo da autarquia.
Devido aos intervenientes, porquanto quem siga com um mínimo de atenção as peripécias da política local, percebe imediatamente que se trata de mais um episódio da luta de galos Pedro Marques/José Vitorino, desta vez com aquele a bandarilhar e este a ser bandarilhado. A origem remota desta compita?!? O facto do líder dos IpT agir sempre como se estivesse num nível superior em relação aos restantes eleitos, uma vez que só ele já foi presidente da edilidade. Pouco impressionado com tal circunstância, bem como por outros motivos do domínio público, Vitorino proibiu os funcionários do seu pelouro de mostrar quaisquer processos a Pedro Marques, salvo ordem sua em contrário. Pedro Marques não gostou mesmo nada e começaram as hostilidades. Agora atacas tu, agora ataco eu.
No caso presente, é muito estranho que só após quase um ano os IpT tenham reparado no que tem acontecido junto ao Hospital. Na verdade, o que ali está é o estaleiro da obra da Rua de Coimbra (Fotos 2 e 3), bem como vários aterros, feitos com as terras provenientes das obras referidas (Fotos 4, 5, 6 e 7). Há até agora uma ligação entre os prolongamentos das Ruas Lopes Graça e 13 de Fevereiro (Foto 10).
As atabalhoadas declarações de Corvêlo de Sousa, em resposta a Pedro Marques, são duplamente caricatas. Não explicam nada e evidenciam total desconhecimento do que acontece por aquelas bandas. Pior ainda, o presidente entrou a defender Vitorino, sem sequer citar o nome deste, por saber muito bem qual o real alvo do ataque -O prédio da Rua de Coimbra (foto 9) propriedade de uma sociedade da qual Vitoríno é sócio maioritário. A relação entre os dois assuntos -os aterros e o prédio- reside no facto de haver suspeitas de que os arranjos exteriores do referido edifício foram feitos pela empresa adjudicatária da renovação da via, como moeda de troca para poder agir à vontade no que concerne ao depósito de entulhos. Será verdade ou não, mas Vitorino meteu a cabeça na boca do leão, uma vez que deve conhecer bem o multi-secular dito "À mulher de César não lhe basta ser séria. Tem de parecê-lo também."
Sobre as pretensões de Pedro Marques no que se refere a consulta de processos, parece ter razão num aspecto pelo menos: No departamento tutelado por Vitorino acontecem por vezes coisas do arco da velha. A título de exemplo, ainda aqui há tempos, estava o processo do Açude Pedra (com outra designação oficial) em consulta pública, desloquei-me ao serviço competente e pedi para o consultar. Colocaram sobre uma secretária perto de um quarteirão de pastas e disseram-me que era aquilo. Guiado pelas directivas europeias, de execução obrigatória, procurei e consultei a pasta com o índice/directório, após o que solicitei determinada pasta, que faltava. Uma funcionária disse-me logo que essa pasta só podia ser consultada mediante requerimento prévio. Pedi-lhe que consultasse o seu chefe, o que foi feito, tendo este mantido a mesma posição. Manifestei então o desejo de falar com o vereador Vitorino, tendo-me sido dito que estava de baixa por doença. Acatei, retirei-me, mas não esqueci. Uma pasta de um processo em consulta pública a ser consultada unicamente mediante requerimento prévio, que eu saiba, só em Tomar! E por enquanto!
Resta acrescentar que os terrenos ocupados pelo estaleiro e pelos entulhos, (ou pelo menos uma parte deles), pertencem a um habitual e generoso apoiante dos IpT, que muito provavelmente não os terá emprestado a título gracioso. Ou estarei outra vez a ver mal?
A política tomarense está cada vez mais esdrúxula.

8 comentários:

Anónimo disse...

Nessa mixórdia de terrenos, prédios e interesses ressalta o que a política tem de pior: as pessoas estarem nas autarquias para defenderem os seus interesses directos e indirectos, relacionados com a construção. Pedro Marques e José Vitorino são da mesma igualha: movem-se pelos interesses. Um e outro serão arrastados para a lama na próxima contenda eleitoral. No mesmo saco ficam Corvelo e Delgado, que representam outra da envolventes destes "negócios", na defesa da ilegalidade do prédio da Rua da Fabrica do Quim "ervilha" e nos interesses da especulação imobiliária dos "amigos do envelope" do Corvelo de Sousa, nos Pegões. Grandes interesses, a mesma treta. Salvam-se da salganhada os outros quatro vereadores, os quais desconhecedores destes interesses lá fazem, o melhor que podem e sabem, o seu papel de poder ou de oposição, consoante os tempos e as circunstâncias.

Uma pena que esta nossa terra, esteja na sorte de tal gente.

Anónimo disse...

O presidente refere que não há qualquer projecto para o local? Está um loteamento em aprovação há vários anos na autarquia para aquele local que incluí o prolongamento da Rua Fernando Lopes Graça. Até me admira a paciência que os promotores têm tido.

O empreiteiro da obra da Rua de Coimbra está a aproveitar para fazer terraplanagens que mais cedo ou mais tarde terão de ser feitas por alguém. Podiam aproveitar já para colocar à cota adequada o terreno que irá ser cedido à autarquia. Era bom para todos.

Qual é o problema então? O problema é a inveja mesquinha sobre quem investe em Tomar. Querem que os investidores deixem aquilo a criar mato? O prolongamento da Rua 13 de Fevereiro não é bom para a cidade?

Um morador disse-me que o empreiteiro não está a pagar nada pelo uso do terreno. A ligação improvisada que demonstra na foto 10 foi a única alternativa para residentes terem acesso a casa durante as obras que estão a ser levadas a cabo na Rua de Coimbra.

O empreiteiro fez as obras de arranjos exteriores no prédio do Victorino e restantes construtores que estão no projecto do departamento de obras municipais. Não coloque isto numa disputa entre José Victorino e Pedro Marques. Trata-se apenas inveja tomarense que nos levou ao fosso em que a cidade está.

Dom Gualdim Pais

Anónimo disse...

O Rebelo, o Joao Gravateiro apoiante (generoso, ainda por cima) dos IpT?

Realmente anda a delirar!!!!! Meteu a bandarilha no seu proprio cachaço!!!

Eis a anedota da semana!!!!!!!

Anónimo disse...

Entrevista 30 Jul 2011, 23:55h
“A política não pode estar só nas mãos dos partidos”
PEDRO MARQUES diz que a coligação PSD/PS que gere a Câmara de Tomar é “contranatura” e nascida para servir interesses pessoais, discorda da existência de vereadores a tempo inteiro com apenas um pelouro referindo que é um desperdício de recursos e afirma que, se fosse o actual presidente da autarquia, o vereador socialista Luís Ferreira tinha ficado sem pelouros após o “caso Lobo Antunes”. Sem papas na língua, Pedro Marques explica numa entrevista a publicar na próxima edição semanal em papel de O MIRANTE que o quiseram tramar e garante que não regressou à vida autárquica para limpar a sua imagem, porque não há nada para limpar.
A Câmara de Tomar era ingovernável sem este acordo de coligação?
Não. No meu primeiro mandato também não tive maioria absoluta e nunca tive problemas. Por uma razão muito simples: a gestão era aberta e transparente, os projectos eram abertos a toda a gente. Não me lembro de ter perdido qualquer votação quer na câmara quer na assembleia municipal. Curiosamente, as maiores dificuldades que tive foi com maioria absoluta, porque havia quem pensasse que os assuntos não deviam ser discutidos com a oposição. Tive vereadores do PSD com pelouros sem problema nenhum. São todos eleitos, portanto têm a mesma legitimidade.
Mas na lógica politico-partidária, de concorrência entre partidos, isso não é tido em conta.
Não é tido em conta e eu acho que erradamente.
Isso é o pensamento de um cidadão que não é filiado num partido.
Deve-se pensar na qualidade das pessoas. E há pessoas que não têm as competências nem sequer a sensibilidade devida para determinados pelouros.
Isso acontece na actual vereação da Câmara de Tomar?
Acho que sim e o próprio PSD já assumiu que isto é para mudar no próximo mandato. O que eu pergunto é: por que não mudar antes? Sou daqueles que defendem a estabilidade e tem-se sentido algum divórcio entre o PSD e o executivo. Não é possível estar-se numa coligação e os partidos não se entenderem e nunca terem dialogado.
Acredita que a coligação vai chegar até final do mandato?
Não sei. O PSD e o PS não têm estratégia e estão a afundar o concelho, mas se o único leit motiv deles é os interesses pessoais a coligação poderá chegar até ao fim. Mas penso que se o PSD mantiver isto, o PS mais tarde ou mais cedo acabará por saltar fora, para se demarcar, chegar às eleições e dizer que não teve nada com isto. Mas teve.
É difícil ter um pé no poder e outro na oposição.
Como é óbvio e é o que eles pretendem. Têm que se assumir como tal. Nesse aspecto acho que quem anda mais atento não percebe como esta coligação se mantém.

ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO SEMANAL DO MIRANTE EM PAPEL DE QUINTA-FEIRA

Anónimo disse...

O anónimo das 18h05 está enganado. O José Mendes é proprietário na outra ponta da Avenida Maria de Lourdes Mello e Castro.

Dom Gualdim Pais

Anónimo disse...

Pedro Marques em 2011 a dar uma entrevista a justificar-se porque foi corrido da autarquia de Tomar em 1997 é obra.

Só mesmo dele. E só mesmo nesta terra. Triste sina!

Anónimo disse...

Então quem é o proprietário dos terrenos em frente ao Hospital e Intermarché?

Em nome da verdade devem chamar-se "os bois" pelos nomes e deixar de lado os subterfúgios!

joana disse...

De quando em vez, transporta-nos o pensamento à desgraçada terra que temos e às desamparadas gentes que somos.
Isto, a propósito de quê perguntar-se-á! À leitura atenta dos últimos posts desta venenosa tribuna!
Numa terra onde planeamento integrado não existe, onde orientação, rumo, directivas, estratégia não se vislumbram, naturalmente o destino é o fosso e, antes disso, o salve-se quem puder!
Não bastam as malvadas desgraças herdadas do baronete da Trofa – turista pedante passeado pela presidência da câmara e especialista em levar à falência tudo o que seja Organismo público ou Empresa privada –, que vão ferir em muito e durante tempos e tempos o erário municipal. Leiam:
*As patetas obras na rua de Coimbra: 1º. e 2ª geração;
*As obtusas reconstruções nas masmorras da Levada, presente envenenado com sorrisos herdado da próspera instituição de nome Bes;
*As asfixiadas remodelações no Flecheiro onde o fácil, mal, lá foi desfeito… O problemático, o osso duro, o corno, lá está e continuará para quem um dia chegar a terra olhar, e nela com tino pensar!
*o rosário infinito de processos em tribunal em que, lampeiramente, deixou a autarquia:
ParqT;
Polis;
Smas;

A tudo isto, em tempos de confusão, de não gestão e de falta de tomates no poder, surgem os espertos, os padrinhos, os interessados em facturar por conta das grandes e fáceis tentativas de especulação:
*O chamado golfe dos Pegões com hotéis de muitas estrelas e tudo;
*As mega e especula- urbanizações junto ao Zêzere, na freguesia da Serra;
*A grande fraude para Tomar que foi, a dita Urbanização das Avessadas;
*A enorme trapaça que é aquela bosta, clandestinamente construída ao cimo da
Rua da Fábrica;
E o que não se faz:
**Um concelho estruturado;
**A realização das suas infraestruturas básicas;
**Uma política de edifícios escolares condizente com a realidade que somos e não, ainda, ao sabor do leviano pensar do baronete passado e da sua acólita destra;
**Uma política de turismo integrada, real e condizente com as potencialidades da região;
***Alguém que apareça mobilizador de um pensamento colectivo, positivo, livre de ónus de caserna, arejado e eficaz…
Lastimemo-nos!


Joana