segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sobre o ensino superior em Tomar


Quando se fala do Instituto Politécnico de Tomar, as opiniões são geralmente muito diferenciadas, qualquer que seja a faceta focada -importância, qualidade, adequação, empregabilidade, etc. Na impossíbilidade de conseguir dados incontroversos, nomeadamente sobre a qualidade do ensino, a competência dos docentes e a empregabilidade dos alunos formados, os dois quadros acima, provenientes da Direcção-Geral do Ensino Superior e publicados no PÚBLICO de hoje, página 8, permitem ficar com uma ideia de alguns custos e do posicionamento do IPT em relação a outras escolas superiores do país.
O primeiro inclui exclusivamente as universidades e estabelecimentos equiparados, enquanto o outro engloba o ensino politécnico. Em ambos os quadros, da esquerda para a direita, temos sucessivamente os custos com pessoal por aluno formado, o custo total com pessoal em cada estabelecimento de ensino, o total de funcionários, a % de não docentes e a % dos custos com dirigentes nas despesas totais com pessoal.
Primeiro dado altamente preocupante, cada aluno formado em Tomar custou em 2010 aos contribuintes 21.178 euros.  Mais caro portanto do que nas cinco primeiras universidades da tabela supra, ou nos 15 primeiros estabelecimentos politécnicos do segundo quadro supra. Mais: Um diplomado pelo IPT ficou praticamente pelo mesmo preço de um outro diplomado pela Universidade de Coimbra, e muito mais caro do que pelas universidades do Porto, do Minho,de Aveiro, da Madeira ou da Beira Interior. Será normal, em termos de qualidade e de reputação?
Mesmo considerando unicamente o ensino politécnico, mais caro do que em Tomar só o I.P. de Setúbal, a Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, o I. P. de Lisboa ou a Escola Náutica.
Indo agora à questão do pessoal docente e não docente, o I.P. Tomar dá, comparativamente, emprego a mais gente do que a Universidade da Madeira, a Escola Náutica, o I. P. Cávado e Ave, as Escolas Superiores de Enfermagem de  Lisboa, Coimbra e Porto, a Escola de Hotelaria do Estoril, ou os I.P. de Portalegre, Beja e Guarda. O que o coloca ainda assim a meio da tabela. Infelizmente, em termos percentuais, só a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e os politécnicos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre, ultrapassam o IPT  na área do pessoal não docente.
No que concerne ao posicionamento do estabelecimento tomarense quanto a professores doutorados e/ou mestrados, respectiva especialidades e unidades lectivas asseguradas, teremos de aguardar melhores dias, o mesmo acontecendo em relação a concursos de recrutamento, publicações, participações em colóquios, alunos colocados, opiniões destes, evolução das inscrições...
Resta aguardar as decisões de Nuno Crato, que não gosta mesmo nada de nadar em potes de iogurte. E Santarém continua à espreita...  

7 comentários:

Anónimo disse...

Cá vem o "pasquim da ordinarice" a dar "bitaites" sobre o que Tomar tem de melhor, que lhe dá nome, que atrai gente de todos os cantos da Terra, e que a coloca no Mundo. Vá estudar e trabalhar, e procure informar-se com outras fontes para além destas se quer mostrar algum trabalho como deve ser.

Unknown disse...

A qualidade do seu comentário diz bem da categoria de ensino que lhe subjaz. Alergia à crítica frontal, má educação, incapacidade de contra-argumentar, tantativa de ludibriar os leitores, eis o que o seu escrito demonstra. Estudar e trabalhar? Vá você, que bem parece disso estar necessitado e eu já estou aposentado há anos.
Informar-me com outras fontes? Mais quais, se estas são do próprio ministério que vos paga e vos tutela?
Você não tem mesmo vergonha nenhuma, pois não?

Anónimo disse...

Deixe-me que lhe diga que o seu artigo revela não só uma profunda ignorância relativamente ao ensino superior como também uma profunda desonestidade intelectual.

Como é que o quer comparar o incomparável? Nem todos os cursos têm o mesmo custo por aluno, por exemplo, um curso de línguas terá um custo muito inferior do que um curso de Conservação e Restauro ou Fotografia. Isto é simples de entender, basta considerar os custos associados aos laboratórios e aos materiais utilizados nestes cursos.

Por outro lado, porque raio é que o IPT com três escolas não deveria ter mais docentes do que uma instituição com uma escola (e.g. Escola de Hotelaria e Escola de Enfermagem). Interessa ainda perceber que estes dados se referem aos docentes com vínculo contratual. Acontece que em muitas das escolas que referiu são utilizados professores externos (pagos a peso de ouro em alguns casos) em cursos pós graduados (pós graduações e mestrados), no IPT são os professores da casa que assumem, de uma forma geral, este papel.

Finalmente, fazer avaliações com base em despesas revela um deficiente conhecimento da gestão, que já vem sendo habitual em Portugal. Garanto-lhe, por exemplo, que a Google tem muito mais despesas que a portuguesa Ydreams, também vai dizer que a primeira "não presta" e que a segunda é que é boa? É que quando avaliamos uma organização convém saber não só quais os custos mas também quais os outputs (tangíveis e intangíveis).

Anónimo disse...

A sua resposta revela um senso comum refinado e mordaz. Alergia à crítica? Não sou eu que melindro com elas. Já se observou a si mesmo? Claro que estou sempre necessitado em conhecer e aprender, vou estudar e estudarei sempre e trabalhar também, felizmente. Já se aposentou e deixou de estudar? Pois é,vê-se o resultado.
O ministério ao qual alude não me paga,está enganado. Quem paga somos todos nós. Ludibriar os leitores? Nem por sombra. Não sou eu que me cinjo a estatísticas baseadas em médias. Procure informar-se melhor. Já falou com alguém do Politécnico? Alunos, professores, dirigentes, outros cidadãos? Outras estatísticas? Dados sobre as empresas? Sobre o emprego? Parece-me que não. Basta apenas ver uns números, cujo tratamento até desconhecemos, e água vai. Vergonha não tenho nenhuma mesmo, e ainda bem, ao contrario de outros que deveriam ter por falarem de cor sobre tão digna instituição e que tem defendido este conselho, onde julgo que também reside. Desejo-lhe um bom dia.

Anónimo disse...

E já agora, confunde os custos dos alunos com os custos com o pessoal docente, que é o que ilustram os quadros que colocou no post. Quem está a iludir quem? Tenha mais atenção doravante. Uma coisa são custos com alunos e outra coisa são encargos com os docentes. E além disso saiba que um aluno não tem preço e o conhecimento muito menos, qualquer investimento que se faça no saber é ganhar a continuidade da Humanidade no Futuro. Tenha um bom dia!

Anónimo disse...

De facto o Sr. António Rebelo devia abster-se de falar do que não sabe e não conhece.

A viabilidade e sustentabilidade de uma instituição de ensino superior não se afere por uma mera "contabilidade de merceraria", como, ignorantemente, faz o Sr. António Rebelo.

A realidade de uma instituição de ensino superior de uma grande urbe não tem qualquer possível comparação com a realidade de identica instituição no interior de Portugal.

Os custos de uma instituição onde predominam cursos de engenharias, artes e património, com os necessários e indispensáveis suportes laboratoriais, não são comparáveis com os custos de instituições onde predominem cursos das áreas das humanidades e da gestão.

Finalmente, mas não menos importante, o ensino superior não pode apenas ser "tacanhamente" analisado pela perspectiva dos custos.

É preciso que se saiba o papel que tem na economia da região onde se insere e o contributo que presta para o seu desenvolvimento.

E hoje, quem é intelectualmente honesto e conhece a realidade, sabe que o ensino superior em Tomar, não só em Tomar, mas também em todos os concelhos envolventes de Tomar, tem assumido um papel importantissimo no seu desenvolvimento, nomeadamente ao nível da qualificação da sua população.

E do ponto de vista da economia local, alguém duvidará dos efeitos altamente positivos que representa a existência em Tomar de uma institução de ensino superior com os seus mais de 3.000 estudantes e o corpo de funcionários e professores?

Ás vezes até parece que pessoas como o Sr. António Rebelo preferem uma cidade de Tomar deserta, só para eles, como se fosse a sua quinta pessoal.

Mas não me parece que esse seja o sentimento geral e claramente maioritário, das gentes de Tomar.

Por tudo isto e a finalizar, deixe que lhe diga que o que ludibria os leitores são comentários como o seu, porque dirigidos a muitos que não conhecem a agora realidade que se um dia acabassem com o ensino superior em Tomar (no que não acredito), ficariam a conhecer, mas então tarde de mais.

Anónimo disse...

Então Sr. António Rebelo?
Que raio de espirito democrático é o seu?
Não teve coragem para deixar publicar o comentário que aqui deixei no dia 10 passado?
Isso é moderação? Ou será antes censura prévia?
Por este comportamento se vê a pouca ciência do que diz ser a sua razão.....