quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que é indispensável perceber quanto antes

Total alergia à mudança, à diferença, à inovação; fidelidade canina aos parâmetros tradicionais; animosidade para com quem não aceita semelhantes atitudes comportamentais; eis a traços largos o enquadramento psicológico da generalidade dos tomarenses. Evitando tanto quanto possível perder tempo a malhar em ferro frio, convém contudo frisar, de modo acessível, que a nossa actual situação enquanto cidadãos, membros de uma comunidade em crise e sem soluções próprias, poderá ser tudo menos confortável. De forma sintética: já não estamos nada bem, mas o pior ainda está para chegar.
Independentemente da vontade de cada um ou de cada conjunto humano, estamos em constante marcha forçada rumo ao devir. Numa via amplíssima, porém com acentuadas curvas de quando em vez. Estamos agora -infelizmente para uns, felizmente para outros- numa dessas curvas. Resta-nos por conseguinte, A TODOS, uma só alternativa: ou agimos em conformidade, dando o corpo à curva; ou persistimos na nossa obstinação doentia e seremos projectados para a valeta, ficando a aguardar a eventualidade de algum hipotético socorro. É esta a escolha. Ou nos adaptamos ou ficamos irremediavelmente para trás.
Para mim resulta igual, pois não ambiciono lugares, mordomias, mandos ou glórias. Por imperativo de consciência e de cidadania, limito-me a tentar ajudar, na modesta medida das minhas capacidades, colocando-me à disposição da comunidade tomarense. Mais não posso fazer sem a cooperação dos meus conterrâneos. Oxalá se não venha a confirmar uma vez mais que os piores inimigos de Tomar são os próprios tomarenses. Ou, como diziam amiúde os nossos antepassados, "esta terra sempre foi e continua a ser muito madrasta para os seus filhos". Que por isso tendem depois a retaliar...

5 comentários:

Anónimo disse...

Claro que você, Rebelo, considera-se acima da maralha tomarense, dado o seu estatuto intelectual. Não faz parte do rebanho tomarense porque se considera a um nível que o salvaguarda da ralé a quem você "presenteia" com as suas diarreias mentais.
Você é um ente superior que Tomar não merece! Mas porque é que você não escolhe uma comunidade digna do seu ego?

Você não caga. Defeca! Você não come. Alimenta-se! Você não dorme. Descansa!

Realmente tenho pena de si! Calculo o esforço e o sacrifício que você faz para viver entre gentios que não o merecem...

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Dr. Rebelo,
É pena minha vê-lo persistir nessa via de lamentações, decorrente do "enquadramento psicológico da generalidade dos tomarenses" que o senhor releva do seu olhar os nabantinos. De cada vez que faz as suas viagens à estranja regressa transtornado, cada vez mais imbuído de uma visão pessimista e desagradada para com os seus conterrâneos e compatriotas de que mamou quase tudo - não se olvide disso!

Certo, nota-se no que escreve e nas citações que seleciona (o doutorzito César das Neves...e quejandos), os efeitos da experiência de diáspora que viveu; infelizmente, para si, guetiza não só o país mas, especialmente, a cmunidade tomarense ( E A SI MESMO). E no entanto, dizem os estudiosos, fomos o povo pioneiro da globalização..., ... dos novos mundos ao mundo, da multiculturidade, multiracialidade, etc.

O Dr. Rebelo apresenta-se como um exilado permanente no país que lhe deu mama, Língua, espírito de aventura e risco, realização profissional, e, enfim, o melhor dos acolhimentos, e até uma atitude de excelente consideração por si - a que lhe dão os próprios tomarenses. Tenho testemunhado isso.

Gostaria de o ajudar com meia dúzia de Consolações, mas não tenho essa graça.

Preocupado consigo, que muito estimo, sugiro-lhe que se vire para o que de positivo existe em Tomar, mesmo a nível de pessoas - e há muito para ver e aplaudir.

E veja bem: o povo até lhe fez a vontade, destronou o meu Zézito, elegeu o Governo que desejava, e tem hoje o Dr. Miguel Relvas como importante Ministro de Portugal.

Ainda quer mais?

Nos dias 27, 28 e 29 vão ter lugar em Tomar interessantes acontecimentos relacionados com a Sinagoga, a presença dos judeus em Tomar e no país, um povo que cultivou e cultiva a Separatividade, a Guetização, a Elitização Divina. Alguns dos seus intelectuais (portugueses)choraram e lamentaram no estrangeiro o exílio forçado desta nossa Pátria e um deles até escreveu que jamais renegaria a Pátria, de cuja Língua mamou.

Somos um país extraordinário, um povo maravilhoso.

Um povo atento, manhoso, sempre de pé atrás, muito sábio, para se defender da caterva de malandros que logo, logo traem quem os pariu e alimentou.

Faça uma reportagem desses acontecimentos de fim de semana em Tomar, acrescente-lhes mais alguma coisa de sua criação e como passou muitos anos em França poderá concluir pela identificação mais precisa da natureza do pessoal que nos atrofia agora e atrofiou no passado ( o beato Dr. César das Neves é um dos exemplares).

Os países da Europa Central agradeceram e continuam a agradecer.

O meu Zézito é que tinha razão!

Unknown disse...

Não tenha pena de mim! Tenha pena, isso sim, de si e dos seus semelhantes!
Porque é que não escolho uma comunidade digna do meu ego?! Por dois motivos principais: 1 - Como nasci, cresci e envelheci aqui, já estou tão habituado à extrema simpatia de alguns concidadãos -como você, por exemplo- que apenas algo diferente me conseguiria surpreender; 2 - Exactamente pela mesma razão que o ( ou a?!) leva a debitar tanta simpatia, em vez de guardar de Conrado o prudente silêncio.
Quanto ao resto, saiba que se equivocou parcialmente. Na verdade, não cago nem defeco. Limito-me a evacuar, como forma de gerir o trânsito intestinal. Pensará que se trata de uma gestão de merda, o que é verdade. Exactamente a mesma praticada por todos os eleitos, em muitos casos e infelizmente, não só no que se refere aos intestinos.

Unknown disse...

Meu caro Cantoneiro:

Infelizmente para todos, julgo não ser pessimista ou estar transtornado com o visto além-Pirinéus. Tenho mais a impressão de ser um meteorologista: limito-me a tentar prever o que aí vem, partindo dos dados disponíveis. O tempo dos pensamentos positivos já lá vai e um dos seus principais adeptos tem sido visto e fotografado pelas esplanadas da Rive Gauche, que são caríssimas. Sòzinho, como convém.
Concordo consigo quanto ao nosso glorioso passado, sem nunca esquecer todavia que caravelas quinhentistas há muito que deixaram de sulcar o azul oceânico...
Temos de encontrar outro modelo quanto antes e os tomarenses, como sabe, uma vez que também por cá nasceu e viveu, quando se lhes fala de mudança, progresso, modernidade, novas maneiras de ser e de estar, embezerram-se num longo mutismo, enquanto vão cogitando(???) "antes a morte que tal sorte!" É esse o nosso problema!

Anónimo disse...

Pronto! Irritaram o "bijou"...