segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CEGUEIRA POLÍTICA


Nota prévia: Como já aqui foi dito e repetido, nada me move pessoalmente contra qualquer eleito local. Não anseio por lugares, tachos, benesses ou facilidades. Procuro apenas exercer, o melhor que sei, os meus direitos e deveres de cidadania. Noutra altura do ano, nem sequer comentaria o texto supra, que considero assaz eloquente, para quem saiba lê-lo com a grelha de leitura adequada. Acontece, contudo, que estamos em Agosto, ponto alto da usual pasmaceira política nabantina, o que obriga a fazer lume com a lenha disponível. É o que se pode arranjar, para usar uma frase feita.
Para os efeitos tidos por convenientes, julgo ser útil lembrar a genial quadra de António Aleixo: Prá mentira ser segura/E atingir profundidade/Deve trazer à mistura/Qualquer coisa de verdade.

Visivelmente, os IpT atribuem grande importância à entrevista a publicar pelo MIRANTE, na próxima quinta-feira. Se assim não fora, não teriam tido o cuidado de a publicitar num blogue que consideram fazer parte do inimigo. Sente portanto quem lidera aquela força política a necessidade de se explicar junto dos tomarenses. O que me parece uma excelente coisa. Pena é (sob reserva do que possa vir a constar da entrevista integral) que estejamos perante a prática política usual por estas paragens: uma entremeada de verdades indesmentíveis, alguns lugares comuns, uma ou outra falsidade e os costumeiros silêncios. Pondo de parte as verdades já sabidas e os lugares comuns, abordemos as falsidades. 
Não é de todo verdade que os dois mandatos de Pedro Marques tenham sido um mar de rosas, como ele pretende fazer crer, evidenciando assim que nunca se é bom juíz em causa própria Se assim tivesse acontecido, o que teria levado o PS local a recusá-lo como cabeça de lista nas eleições seguintes? Quiseram tramá-lo, é a explicação do costume. Quem? Como? Porquê? Para quê? Os eleitores não têm direito à verdade toda? Então porquê jogar com silêncios cheios de subentendidos?
Se, como afirma, durante a sua presidência, as coisas correram assim tão bem com os vereadores do PSD, o que terá levado os social-democratas tomarenses, alguns mandatos depois, a preferir uma coligação "contranatura" com o PS? Quiseram, eles também, tramar Pedro Marques? Quem? Como? Porquê? Para quê?
"O PSD e o PS não têm estratégia e estão a afundar o concelho..." E os IpT têm estratégia? Qual? O que têm vindo a fazer para obstar ao "afundanço" do concelho?
Para concluir por agora, uma interrogação final. Após ter sido rejeitado pelo PS e depois de uma curta travessia do deserto, Pedro Marques reapareceu bruscamente na política local, com a sigla IpT e um grupo surpreendente: ex-filiados no PS e cidadãos próximos do PCP e organizações-satélite. Derrotado de forma nítida em duas consultas eleitorais seguidas , os seus principais apoios políticos foram-se retirando em bicos de pés. Sucessivamente, Fernando Oliveira, Rosa Dias, Vítor Viana, Carlos Mota, retiraram-se paulatinamente, cada um apresentando argumentação adequada e plausível, como sempre se espera de cidadãos com muita tarimba política. Porquê?
Os habituais espertalhuços políticos perguntarão: Quando entrevistou Pedro Marques, porque é que não lhe fez essas perguntas? Simplesmente porque tal não se enquadrava no estilo do programa: uma conversa de café, dando a cada convidado a oportunidade de desabafar. A pergunta deve portanto ser endereçada, não a mim, mas a Pedro Marques: Porque é que nunca respondeu às dúvidas agora formuladas? Nunca sentiu essa necessidade? Então o que o leva a declarar que "não há nada a limpar" na sua imagem?

1 comentário:

joana disse...

De quando em vez, transporta-nos o pensamento à desgraçada terra que temos e às desamparadas gentes que somos.
Isto, a propósito de quê perguntar-se-á! À leitura atenta dos últimos posts desta venenosa tribuna!
Numa terra onde planeamento integrado não existe, onde orientação, rumo, directivas, estratégia não se vislumbram, naturalmente o destino é o fosso e, antes disso, o salve-se quem puder!
Não bastam as malvadas desgraças herdadas do baronete da Trofa – turista pedante passeado pela presidência da câmara e especialista em levar à falência tudo o que seja Organismo público ou Empresa privada –, que vão ferir em muito e durante tempos e tempos o erário municipal. Leiam:
*As patetas obras na rua de Coimbra: 1º. e 2ª geração;
*As obtusas reconstruções nas masmorras da Levada, presente envenenado com sorrisos herdado da próspera instituição de nome Bes;
*As asfixiadas remodelações no Flecheiro onde o fácil, mal, lá foi desfeito… O problemático, o osso duro, o corno, lá está e continuará para quem um dia chegar a terra olhar, e nela com tino pensar!
*o rosário infinito de processos em tribunal em que, lampeiramente, deixou a autarquia:
ParqT;
Polis;
Smas;

A tudo isto, em tempos de confusão, de não gestão e de falta de tomates no poder, surgem os espertos, os padrinhos, os interessados em facturar por conta das grandes e fáceis tentativas de especulação:
*O chamado golfe dos Pegões com hotéis de muitas estrelas e tudo;
*As mega e especula- urbanizações junto ao Zêzere, na freguesia da Serra;
*A grande fraude para Tomar que foi, a dita Urbanização das Avessadas;
*A enorme trapaça que é aquela bosta, clandestinamente construída ao cimo da
Rua da Fábrica;
E o que não se faz:
**Um concelho estruturado;
**A realização das suas infraestruturas básicas;
**Uma política de edifícios escolares condizente com a realidade que somos e não, ainda, ao sabor do leviano pensar do baronete passado e da sua acólita destra;
**Uma política de turismo integrada, real e condizente com as potencialidades da região;
***Alguém que apareça mobilizador de um pensamento colectivo, positivo, livre de ónus de caserna, arejado e eficaz…
Lastimemo-nos!


Joana