quarta-feira, 24 de agosto de 2011

As mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos...


Estes recortes da primeira e sexta página d'O Figueirense, de 12 de Agosto, permitem confirmar através do exemplo do Município da Figueira da Foz que "As mesmas causas, nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos". Em linguagem mais popular, quando a fruta é apetitosa, o bicho não tarda a entrar. Ou ainda "É sempre fácil ser generoso com o dinheiro dos outros." Acontece que, neste caso concreto, a fruta é da mesma espécie mas não idêntica. A Figueira da Foz tem 58.614 eleitores inscritos, contra apenas 38.724 em Tomar; um executivo de 9 membros (4PS, 3PSD, 2 Ind.), contra apenas 7 em Tomar (3PSD/2PS, 2 IpT), mas apenas 4 autarcas a tempo inteiro (incluindo o presidente), contra 5 em Tomar. Também na presidência as coisas diferem: ambos os autarcas são juristas, mas o da Figueira é juíz desembargador e  o de Tomar advogado.
Quanto ao quadro sócio-económico, a Figueira tem a pesca, o porto comercial, o casino, a Universidade Católica, a PORTUCEL - Leirosa e duas auto-estradas (IP3 e A 17), enquanto Tomar não tem nada dessas coisas, situação que procura compensar com a conhecida basófia da maior parte dos seus habitantes, geralmente associada à prosápia dos seus eleitos. Todos sempre a olhar sobretudo para o passado. Adiante.
Segue-se que a Figueira já conseguiu ver aprovado o seu Plano de saneamento financeiro, no valor de 31 milhões de euros, muito do qual "acaba por circular em operações internas nas próprias instituições bancárias", mas só depois de ter renunciado a empreender mais obras megalómanas e inúteis, tipo oásis no areal. Em Tomar, por enquanto o regabofe continua, tanto nas desastradas obras dos acessos ao Convento como no futuro elefante branco da Levada, que quando concluído (se o chegar a ser!), a autarquia nunca conseguirá sustentar de forma perene.
Entretanto, estão os digníssimos autarcas à espera de quê para seguir o exemplo da Figueira? Que o mar chegue ao açude da Matrena? Ou à Praça da República? Enquanto uns falam de uma dívida global da ordem dos 46 milhões de euros = 9,2 milhões de contos (pouca coisa, como se vê...), pelo menos um autarca já referiu publicamente um passivo municipal de 60 milhões de euros = 12 milhões de contos = mil e duzentos escudos por cada habitante do país. É obra, lá isso é! Não será já tempo de informar os contribuintes, de forma completa e com verdade, sobre estes estranhos meandros das contas municipais? Era uma boa maneira de acabar com aquilo que os senhores autarcas não se cansam de apodar de má-língua, sem todavia terem conseguido alguma vez fundamentar aquilo que dizem. São as vicissitudes dos novos tempos.

3 comentários:

Anónimo disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
-----------

O Tomar a Dianteira parece ter recuperado, nas últimas semanas a linha editorial que o afirmou como o melhor meio de comunicação da Cidade Templária.

Está um mimo! Direcionado-se de novo para os problemas concretos da Cidade (e o Concelho?), confronta os responsáveis autárquicos com problemas, aparentemente simples e de lana- caprina, com a ânsia febril de se afirmarem em obras de duvidosa utilidade para os munícipes,nos tempos que correm, levados por uma cultura de exercício político inspirada nos governos de Cavaco Silva, sem olhar a gastos e benefícios - ignorando o ciclo histórico seguinte.

Sinceramente, custa-me ter de lamentar passagens como esta no anterior post:

"Conforme já aqui foi dito anteriormente, Relvas poderá ajudar de forma profícua e decisiva, desde que para tanto lhe apresentem projectos bem elaborados, bem fundamentados e com pernas para andar, sem necessidade de muletas ou de cadeiras de rodas... Não é fácil e por isso não tem sido o caso. É pena!"

Dr. Rebelo, o senhor parece ser facilmente manipulável por pessoas de poder, quando o cobrem de blandícias para corromper a sua vontade e alterar os alvos do seu blogue. Aquela entrevista ao "Torquemada de Tomar" estilhaçou a sua clarividência e determinação. O senhor parece não resistir a alinhar com aqueles que tanto critica, os mesmos que passaram a adoptar alinhamento cúmplice com esse jagunço político de Tomar, responsável maior de tudo quanto vem aqui criticando (e muito bem).

As relações de poder autárquico e central não podem regressar às existentes no tempo do Compadre do meu Avô paterno e Padrinho do meu primo direito mais velho, parece que também seu Padrinho, esse Administrador Principal da Câmara, de facto, muito estimado na altura, por grande parte dos munícipes. Lembro-me bem. Nas aflições, lá íam ao beija-mão da Capitão/Major. E ele quase sempre ajudava...

O povo português (e não só os capitães de Abril, como realça muitas vezes) ansiavam pela queda da ditadura, pela democracia, por um sistema partidário, onde cada um de nós se revisse na defesa do que pensava melhor para o futuro do coletivo e do país.

O seu oportunista mais-que-tudo, tábua de salvação das dificuldades dos tomarenses..., não passa de um chefe de bandos e gangs, e o senhor, finge, nos seus escritos diários, desconhecer que é ele o principal responsável da situação política autárquica tomarense.

A estima e consideração que tenho por si, especialmente no que se refere à sua intervenção no espaço público, leva-me a lamentar esta sua permanente graxa a um politicote sem ideologia, um cacique local, um caluniador político, um "Ajuntador"... de bandos épicos, um oportunista, que agora está no Governo.

E veja só: os relatórios dos primeiros seis meses de 2011 revelam a qualquer sacana deste país (todos os países os têm),

que o meu ZÉZITO tinha razão, que o meu ZÉZITO foi o melhor Chefe de Governo português, que o meu ZÉZITO foi dos raros chefes de governo, desde o séc. XVI, que se preocuparam em semear o Ciclo Histórico seguinte.

Rui disse...

Mas olhe que você, António Rebelo, muito pouco do que afirma conseguirá fundamentar.
Manda umas sentenças para o ar, grande parte das vezes sem saber do que fala, mas pronto...
Até me parece que se optasse por falar menos e tentar fazer alguma coisa pela nossa Tomar, coisa que até acredito que conseguiria se o quisesse, seria muito mais útil. E aí sim até poderia criticar quem não fez nada, ou até, o que fez foi pior que estar quieto.
Mas por enquanto você está igual à larga maioria: Só fala. É fácil e é pouco. Faça.

100% Tomarense

Anónimo disse...

Meu caro senhor Rui: Se a sua ideia é só depejar a bilis, tudo bem. Oxalá se sinta agora mais aliviado.
Se por acaso é mais uma tentativa para me calar, está a perder o seu tempo. Mais fácil lhe será pôr o Nabão a correr de Tomar para o Agroal.
Cordialmente,

A.R.