quarta-feira, 10 de agosto de 2011

INTOLERÁVEL!!!

Foto 1 - Continuo a não perceber qual a utilidade do muro de betão para proteger um pequeno talude. Sobretudo desde que resolveram alargar a via para o lado oposto. Não teria sido mais simples e mais barato terraplanar, fazendo depois uma rotunda? Será que o autor do projecto alguma vez veio ao local "com olhos de ver"?
Todo este betão e o subsequente nivelamento de terras para fazer um parque de estacionamento com uma vintena de lugares. Será que vão caber?

Constituição da República Portuguesa, Artigo 37º
"1 - Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informado, sem impedimentos nem discriminações.
2 - O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura."

No normal e pacato exercício dos meus direitos de cidadania, subi ao Convento pelo caminho da Mata, trajecto que será relatado num dos próximos textos. Uma vez lá em cima, aproveitei para fotografar alguns aspectos que considero mais estranhos das obras ali em curso, com as quais como é sabido não concordo, uma vez que a evolução natural será afastar o mais possível o trânsito automóvel dos monumentos, como medida de prevenção e protecção contra o CO2 dos escapes. Quanto tirava a foto 2, fui surpreendido por um longo assobio e uma frase do tipo -"Cuidado que o gajo anda a tirar fotografias para o jornal", gritado pelo motorista de um camião estacionado na Cerrada dos Cães, na direcção de um grupo de três trabalhadores, que subia a Calçada dos Cavaleiros. Surpreendido por uma técnica que julgava ser exclusiva dos traficantes de droga dos bairros arrabaldinos de Lisboa e do Porto, que usam crianças e adolescentes como "espreitas" nas respectivas vias de acesso, que os avisam da chegada da polícia, tirei a foto e fui na direcção do denunciante. Tencionava perguntar-lhe quem lhe tinha atribuído funções policiais e se considerava que eu estivesse a fazer algo de ilegal. Contudo, antes sequer de começar a falar, um outro indivíduo, que suponho ser o encarregado da obra, foi lesto e claro na ameaça: -"Um dia destes essa máquina vai parar à brita!" Respondi-lhe que experimentasse, pois há ali no Palácio da Justiça um banco muito jeitoso, chamado mocho, que serve para essas coisas. Voltou costas e foi-se a resmungar.
Considero intolerável tal atitude por parte de um estranho à terra, que trabalha numa empreitada da autarquia, e nunca pensei que tal pudesse vir a suceder, pois configura um comportamento delinquente de quem procura esconder algo, sendo que constitui também uma tentativa de intimidação, visando limitar o direito de expressão e de informação.
Não ignoro que as empresas de obras públicas têm grande influência em muitas câmara municipais, o que reduz drasticamente as capacidades jurídicas e morais destas. Será o caso do Município de Tomar? Não sei. Em qualquer caso, ou quem represente o executivo procede de forma a acabar com tais atitudes, inaceitáveis em democracia, ou corre o risco de vir a enfrentar problemas bem mais graves, pois tenciono continuar a fotografar e a informar, nem que para isso tenha de solicitar a protecção das autoridades. Prepotências, não!!!

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