terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tão perto e todavia tão longe


Numa altura em que os comerciantes da tenda-mercado vão pedindo a todos os santos que o verão seja o menos quente possível, pois caso contrário terão avultados prejuízos, exclusivamente por culpa da autarquia, esta notícia do semanário Jornal de Leiria, de 28/07/2011, não deixa margem para dúvidas. No caso do encerramento compulsivo do nosso mercado pela ASAE, a actual maioria coligada foi no mínimo conivente. Com efeito, uma vez conhecida a citada decisão, nunca a autarquia solicitou a reabertura ou se prontificou sequer a reparar as anomalias detectadas e objecto do documento/intimação entregue a Corvêlo de Sousa. Isto porque, muito antes da vinda da ASAE, já o executivo PSD, liderado por António Paiva, agia de modo a provocar o encerramento daquele espaço, recusando-se sistematicamente a reparar as sucessivas anomalias detectadas. Ou seja, ao não assegurar a normal manutenção do velho mercado, a câmara agiu deliberadamente, no sentido de vir a provocar a sua interdição, o que veio a conseguir. E contou com o silêncio da oposição.
Por sua vez, obnubilados pelas opções deixadas pelo anterior presidente, os autarcas da provisória coligação continuaram a apostar no por ele arquitectado fórum, com projecto e execução a cargo da iniciativa privada. Tal como o sonhado "hotel de charme", no ex-Convento de Santa Iria. Infelizmente para todas as partes, PSD/PS nunca se resignaram a aceitar a nova realidade despoletada pela crise: deixou de haver condições para que algum investidor privado esteja minimamente interessado em tal coisa. Se é que alguma vez houve.
Dado que, numa outra vertente, a concretizar-se, o referido empreendimento implicaria a morte rápida do comércio tradicional da urbe, designadamente o da cidade antiga aquém-rio, resta ainda aos comerciantes tomarenses realmente amigos da sua terra, uma pequena janela de oportunidade: levar o executivo a definir quanto antes uma solução exequível a curto prazo para o imbróglio do mercado. O que implica liderança forte, mobilização, união e coragem. Caso resolvam continuar a manter-se na expectativa, à espera que outros resolvam, como até aqui, apenas vão ter direito às habituais balelas de circunstância aquando da futura campanha eleitoral, no segundo semestre de 2013. Mas quanto a obras, nicles! Como também é habitual.
Alcobaça e Tomar, duas cidades tão próximas e todavia tão longe em certa coisas, que até parecem de países diferentes. Uma europeia, a outra sul-americana ou asiática... Afinal, não são só os ciganos que não conseguem integrar-se na sociedade actual. Outros há que aparentemente continuam a apostar num regresso ao século passado. Ou no mínimo imitam muito bem.

1 comentário:

Virgílio Lopes disse...

Pois é António Rebelo...

E o Relvas,na presidência da AM,a dar o seu acordo e assentimento.

António Paiva,para além de parvo,insolente,vaidoso e incompetente,não passava do homem de mão do Relvas.

Só quem andou completamente "distraído" ou pretende ludibriar papalvos pode ignorar esta realidade.

Mas deixemos passar o tempo.
Tal como caíu o Ferreira e se "ergueu" o Relvas,chegará o dia em que o Relvas será descartado e outro será endeusado.

Vale uma aposta?