Aproximando-se mais uma hora que devia ser da verdade, mas costuma ser de enganos e de equívocos -estou a falar da campanha eleitoral para as autárquicas de 2013- agitam-se algumas hostes, no sentido de arranjar um semanário disponível, não para honrar a liberdade de imprensa, mas para divulgar os pontos de vista dos seus fundadores, naturalmente garantindo a pés juntos que o não faz. 38 anos depois, ainda ninguém no vale do Nabão arranjou a coragem necessária para imitar comportamentalmente Francisco Pinto Balsemão em relação ao seu EXPRESSO. Como é sabido, na altura em que exerceu o cargo de primeiro-ministro, o jornal que mais o criticou foi precisamente aquele que fundou e que controla juridicamente. Acto isolado, dirá o leitor. Pois não senhor, contesto eu. Desde então e até hoje, são os jornalistas que em conjunto com o director determinam alinhamentos e prioridades noticiosas, sem qualquer interferência do fundador. E assim deve ser.
É disso que precisamos em Tomar. De quem consinta que os jornalistas (profissionais ou amadores) possam agir em total liberdade, sem açaimos encapotados, sem censura implícita, sem represálias usando os cargos para que foram eleitos. E ajudando na medida do possível, assinando, comprando, concedendo publicidade. Ultimamente a qualidade deixa muito a desejar? Pois deixa. Mas será que os recursos disponíveis em cada redacção permitem mais e melhor?
Um pouco por todo o lado é constante e cada vez mais rude a batalha entre o papel e a electrónica, estando por determinar se aquele conseguirá sobreviver e como. Assim sendo, uma de duas: se chegar a haver novo semanário nabantino, como consta com alguma insistência, sobretudo na foz do Tejo, ou honra a profissão e acabará por estoirar, em conjunto com os dois outros; ou terá sensivelmente o mesmo gabarito dos actuais, desaparecendo ao fim de pouco tempo, por não ter leitores, nem assinantes, nem publicidade. A seu tempo saberemos o desfecho de mais este caso de verão, que pode muito bem não passar disso mesmo -um tema para mobilar as cálidas tardes nabantinas ou entre nabantinos radicados na capital. Somos assim, que se lhe há-de fazer?!
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