quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Vamos perder o comboio?


Face a persistentes rumores segundo os quais a ACITOFEBA estaria na iminência de fechar portas, acabando com o comboio turístico, cujo condutor já não receberia o seu salário há três meses, Tomar a dianteira foi indagar junto do presidente da citada instituição o que se passa realmente.
Segundo aquele dirigente, há cinco anos a agremiação contava três mil sócios, total desde então reduzido para os actuais mil e poucos. Destes, mais ou menos 600 têm as suas cotas em dia. Os restantes alegam os mais variados motivos para não pagar.
No que se refere ao comboio turístico, a Câmara contribui anualmente com a compra antecipada de 12 mil bilhetes = 15.600 euros. Esses bilhetes são depois distribuídos pelas escolas, jardins de infância e instituições para séniores. O condutor do comboio aufere um salário de 750 euros mensais + encargos sociais. Neste momento a autarquia tomarense nada deve à colectividade sediada na Corredoura.
Além do condutor do comboio, a ACITOFEBA emprega seis outros trabalhadores, com um salário médio superior a 800 euros mensais + encargos obrigatórios, alguns com trinta anos de casa. Segundo o referido dirigente associativo, a instituição não recebe qualquer verba do Estado, sendo as cotas recebidas dos associados + a  venda antecipada de bilhetes à autarquia insuficientes para cumprir os compromissos mensais com os trabalhadores e os organismos públicos. Nestas condições, está convocada uma reunião com o pessoal para amanhã, tendo em vista encontrar uma solução rápida para a actual situação, da qual resulta que os empregados já não recebem há dois meses.
Segundo Francisco Faria, se a Câmara ou a delegação local do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo quiserem ficar com o comboio e o respectivo condutor, é para já. Esclarecendo no entanto não haver por agora quaisquer conversações nesse sentido, acrescentou que o comboio custou 20 mil contos + IVA em 2001 = 100 mil euros + IVA. Este ano, com a estrada do Convento fechada ao trânsito, a receita diária obtida raramente ultrapassou os 100 euros, sendo mais comum um total diário inferior a 70 euros. Mais de 90% dos percursos efectuados resultam dos bilhetes pré-comprados pela autarquia.
Na sua opinião, que é igualmente a de outros tomarenses questionados por TaD, Tomar não reúne ainda condições para a exploração equilibrada de um comboio turístico, muito menos por uma associação que herdou dos tempos áureos pessoal em excesso. Entretanto o Mundo mudou, pelo que se torna inevitável acompanhar a mudança, procedendo quanto antes às alterações necessárias. Se nada se conseguir, a actual direcção poderá ver-se forçada a marcar eleições antecipadas.

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