sábado, 6 de agosto de 2011

CALDEIRADA SEMANAL

Caldeirada com os condutos e outros comestiveis obtidos durante a semana. Parece ter caído muito mal nalguns meios a referência à corrida do Campo Pequeno. A confirmar a velha máxima, segundo a qual não é proibido prevaricar, mas apenas ser apanhado. Foi o caso. Impõe-se outro dito popular: Quem não quer ser visto como lobo, não lhe veste a pele.
No melhor interesse de todos, convém entender quanto antes que esta problemática das excursões de tintol + comezaina + bailarico, ou o simples uso do autocarro municipal, tudo à custa dos contribuintes, tem duas vertentes distintas. Se por um lado se trata de somas insignificantes, quando comparadas com a cada vez mais inquietante dívida autárquica, que é de milhões, por outro lado, o exemplo é péssimo, quando há cada vez mais eleitores na miséria, ou perto disso. Os caboucos culturais de alguns dos senhores eleitos não são assaz robustos para lhes permitir entender tal realidade, pelo que é obrigação dos outros tentar pelo menos a reciclagem de adultos. Trata-se de tarefa ingrata, do tipo agricultura no deserto, mas nada como experimentar... Boa sorte e muita paciência!
Outro conduto da semana foi a informação de que haveria conversações Pedro Marques/PS. Custa a crer. Se enquanto poder, os socialistas não conseguiram remover o ex-presidente da paisagem política local, aliciando-o com vidas mais excitantes, não é agora que as coisas se vão compor. Quem está por dentro nestas bizarrias da política nabantina, sabe muito bem que PM outra vez em listas PS, só mesmo por cima do cadáver de Luís Ferreira. Que, quer queiramos, quer não, já demonstrou ao nível dos resultados práticos -que é afinal o que conta- ser algo de muito dificilmente transponível. E tão improvável que a conseguir-se até os próprios eleitores ficariam tão espantados que poderiam muito bem ir votar para outras siglas. É preciso muita cautela que, como os caldos de galinha, nunca fez mal a a ninguém.
Miguel Relvas, agora o tomarense (neste caso por escolha própria) mais cotado de sempre na política nacional, continua a ser alvo de críticas, nem sempre justas, na blogosfera tomarense, naturalmente subscritas por corajosos anónimos. Os mesmos que me acusam de o idolatrar, e mais não sei quê. Ao mesmo tempo que vai correndo na urbe o boato sustentando que, na mente de Relvas, caso o padre não aceite ou seja proibido de aceitar, não tendo então coragem para retornar ao laicato, o cabeça de lista do PSD serei eu. Nem mais nem menos! 
Ignoro em que se baseiam tão bem informadas criaturas. Em qualquer caso, julgo necessário esclarecer que não voltei a ter qualquer contacto com o agora ministro-adjunto, ou ele comigo, desde a primeira edição do programa "À mesa do café", em que tive a honra e o prazer de com ele conversar. Posso também acrescentar que, nesta altura do campeonato, ignoro qual seria a minha resposta, caso viesse a ser abordado por qualquer líder de qualquer grupo político para integrar o elenco respectivo em Outubro de 2013. Apenas sei que em posição subalterna já não vou para lado algum. A idade, a paciência e a tarimba tal não me permitem. Até porque preciso tanto de lugares na política activa como de uma carga de pancada. Ainda não estou farto de estar bem, pelo que se vier a encabeçar qualquer lista, será apenas e só por dever de cidadania e para fazer obra. Por conseguinte, se não houver condições...
Voltando ao Miguel Relvas, começa a pairar no firmamento tomarense uma nova ilusão perigosa: Como está no topo do poder e tem o ouvido, a amizade, a intimidade e a confiança do primeiro-ministro, vai de certeza conseguir muita coisa para Tomar. Cuidado, muito cuidado!!! O sebastianismo é algo de extremamente perigoso!. O presidente da Assembleia Municipal pode realmente facultar ajudas preciosas e determinantes -naturalmente no âmbito da mais estrita legalidade republicana- mas para isso é indispensável que se apresentem projectos, no mínimo com a perspectiva de virem a ser auto-sustentáveis. E onde estão eles???
Nas actuais circunstâncias e com os autarcas que temos, nem vontade de os mandar fazer há, quanto mais agora projectos acabados, adequados, exequíveis e sustentáveis a prazo... Os tomarenses continuam a cultivar sonhos, sendo um deles o regresso aos velhos tempos, quando as vacas públicas eram de tal forma gordas que o seu leite dava para tudo. Para o melhor e para o pior. Como é sabido, nós aproveitámos o pior. As obras do Paiva aí estão para o provar. Culpa só dele? Claro que não. A oposição, os eleitores e a imprensa da época, que nunca arranjaram coragem nem habilidade para lhe bater o pé, também têm culpas no cartório. E muitas.
Claro que nada disto é popular. Os do costume vão outra vez acusar-me de estar sempre a denegrir os meus conterrâneos. Acreditem que lamento muito, mas o meu compromisso é com a verdade e não com as conveniências. Aliás, ultimamente, quando me perguntam de onde sou e/ou onde moro, já me aconteceu uma vez por outra usar uma frase diplomática, do tipo "ali na região de Fátima", para evitar a usual gargalhada quando assumo que sou tomarense. Adivinhem porquê.

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