Quem cuidou e continua a julgar que a crise é coisa passageira, deve a esta hora estar a dar voltas à cabeça, na mira de um explicação. Os dois recortes acima não permitem dúvidas. Estamos mesmo na contagem final. Ou nos adaptamos quanto antes ou seremos varridos sem contemplações. E quanto mais tarde, pior. Já não é só o país que está falido, as câmaras também e os vários organismos públicos idem, idem. Nem poderia ser de outro modo. É o chamado efeito cascata. Secando as nascente, as várias bicas vão deixando de correr uma após outra. Até o inefável três "émes", o manhoso megalómano madeirense, já chegou a essa conclusão. Perito em vernáculo e em perifrástico, desta vez recorreu a este para anunciar o que já era bem conhecido: a Madeira está falida ou, na tal linguagem perifrástica jardinista, "está com falta de liquidez". Da mesma doença se queixam os milhares de portugueses, que não conseguem pagar a prestação da casa, ou são forçados a recorrer à caridade alheia.
Quanto a Tomar, a situação não é melhor. Os senhores autarcas que temos, em vez de procurarem uma solução ou moderarem os gastos, insistem na dissimulação e na basófia. "Vai tudo bem, a autarquia continua solvente, estamos a trabalhar, não liguem aos profetas da desgraça". E ali no café da Corredoura, que já foi em tempos o centro do poder local, a auto-nomeada nata local gosta do estilo. Só não gosta é que lhe mostrem a realidade nua e crua, a que nos conduziram os seus sucessivos representantes nas cadeiras do poder.
Para que não possam restar dúvidas originadas por falta de informação, publica-se um quadro assaz elucidativo. Nele a câmara de Tomar faz figura de rica. Tem mais autarcas a tempo inteiro do que outras maiores, algumas das quais até são capitais de distrito. Na nossa caricata situação de fidalgos falidos, somos acompanhados apenas pela Guarda, que não é propriamente uma referência, desde que em tempos um seu autarca PS foi severamente condenado por peculato. Apesar disso, não consta que por aquelas bandas espatifem milhões em obras inúteis. Ou que o presidente se desloque num BMW em fim de vida, com bem mais de 300 mil quilómetros, enquanto o seu vice usa um OPEL INSÍGNIA novo, pelo qual a autarquia paga 614 euros mensais de leasing = 122.800 escudos + o combustível. Gente rica é outra coisa! Como dizia o outro: Para ir a Lisboa pedir dinheiro, não convém ir de carroça. Dá mau aspecto, lá isso dá!
Ou me engano muito, ou está cada vez mais próximo o dia em que terão de usar o comboio. Como sempre deveria ter sido. Porque não é a população que está ao serviço dos autarcas e funcionários, mas exactamente o inverso. Valeu?
Nota final:
No que concerne a Torres Novas, não foi possível obter informação sobre os autarcas a tempo inteiro. Nem por mail, nem por telefone, nem no site da autarquia. O sr. Rodrigues, apoiado na sua confortável maioria, governa aquilo como se fosse o seu quintal. Que rodeou de um alto muro de incomunicabilidade, para que de fora ninguém consiga lobrigar o que por lá se passa. Bom proveito!
2 comentários:
Tão ou mais grave do que esse comportamento dos nossos autarcas, que agem como se os municípios tivessem fontes inesgotáveis de receita, é a sua atitude persistente de não pagar aos seus fornecedores de bens e serviços; ou de só o fazerem assaz tardiamente, com longos meses de atraso.
O pagamento atempado, nos prazos legal e contratualmente fixados, dessas dívidas, deveria ser uma prioridade de todas as entidade públicas.
Como isso não acontece (os calotes das autarquias e do próprio Estado agravam-se cada vez mais), há centenas de pequenas e médias empresas que se vêem inexoravelmente arrastadas para a insolvência, porquanto deixam elas próprias de poder cumprir os seus compromissos contratuais.
E nem se diga que tais vítimas desses calotes sempre poderiam resolver a situação, accionando judicialmente as autarquias incumpridoras.
Isso de nada valeria: mesmo que obtivessem sentenças condenatórias contra os municípios, caso estes não cumprissem tais sentenças, não seria possível às empresas penhorar bens, imóveis ou móveis, pertencentes às autarquias - cfr. art. 822.º, al. b) do Código de Processo Civil («são absolutamente impenhoráveis os bens do domínio público do Estado e das restantes pessoas colectivas públicas»).
Portanto, as autarquias têm a faca e o queijo na mão; só pagam o que devem quando bem entendem.
Para agravar a situação, o património pessoal do Presidente e vereadores que dirigem o município é irresponsável e inatacável, por mais megalómanas e imorais que sejam as dívidas que contraem em nome do município.
Por outro lado, quando é o Estado ou a administração local que está na posição de credora, aí já agem pronta e implacavelmente contra o particular inadimplente, accionando-o e cobrando-lhe juros de mora.
Desgraçados de nós, cidadãos e contribuintes, quando os organismos públicos se comportam eles mesmos como o inimigo público n.º um.
Mas o Ministro/Presidente da A.M. de Tomar já é o 4º MAIS PODEROSO DE PORTUGAL...
Acima do AMORIM, do SOARES DOS SANTOS e do BELMIRO que são os 3 MAIS RICOS...
Quem diria?
O PAPÁ da desgraça tomarense, o TUTOR dos Paivas,Carrões e Corvelos...o expert no tráfico de influências ( estadista para alguns ) ...guindado ao que relata hoje o JORNAL DE NEGÓCIOS.
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