domingo, 28 de agosto de 2011

TOMAR NA IMPRENSA DE DIFUSÃO NACIONAL...


Após porfiados esforços, que duraram semanas e meses, foi finalmente possível conseguir uma foto da dívida da autarquia. De costas, como convém, pois como é sabido os credores = especuladores = grande capital, nunca têm rosto. Há, é certo, os eleitores que somos todos nós, habituados a dar crédito mediante papel na urna e a benefício de inventário. Infelizmente, a presente situação prova que somos culpados de deixar o nosso crédito por mãos alheias e sem credibilidade. Somos ostracizados, abandonados e mal tratados, sem que isso nos leve  reagir. Se calhar para evitar maçadas inúteis. Ou represálias de toda a ordem. Já aconteceu...
A aguardar que algum executivo tome finalmente medidas tendentes a adelgaçar-lhe um pouco a cintura, a nossa Dona Dívida foi logo aconselhada a sentar-se, pois para medidas de poupança por parte da autarquia, não será seguramente amanhã a véspera de tal acontecimento. E como não havia cadeira adequada -que as da câmara são todas de braços, para dar estatuto e evitar eventuais dores de cotovelo- houve necessidade de se importar uma dos States, mais igualitários porque com menos pruridos sociais. 
Seria de toda a conveniência que doravante, na mas mesas da sala de reuniões dos 7 magníficos, cada um tivesse à sua frente esta foto, com a indicação DÍVIDA MUNICIPAL - CADA VEZ MAIS COLOSSAL. Cá por coisas... (Foto copiada do jornal I, edição de 27/08/2011)
Quem diria! Numa terra tão pacata e virada para o passado, que os seus habitantes até são capazes de morrer de sede ao lado de uma bica, só para não terem o trabalho de virar a cabeça, quem diria! Uma manifestação com funcionários tomarenses. Um a fazer de Cristo crucificado, o outro com um tosco cartaz a lembrar as conhecidas palavras do filho de Deus, que muito bem se aplicam à presente situação nabantina. E para mais, a manif foi em Lisboa, o que deve ter dado cá uma trabalheira, com deslocações e tudo... Faço uma pequena ideia. Se não uma odisseia ulissiana, pouco terá faltado.
É certo que se tratou de uma actividade sindical, enquadrada por quem tem uma experiência acumulada de dezenas anos nestas coisas da agitação social. Mesmo assim, trata-se de um precedente perigoso ou promissor, consoante os pontos de vista. Perigoso, pois como nestes ajuntamentos raramente ou nunca se passa das chamadas reivindicações "alimentares", há o risco de as coisas descambarem, mais tarde ou mais cedo, uma vez que segurança de emprego, aumento de salários, promoções por antiguidade ou contratos colectivos, estão a passar à história a um ritmo infelizmente cada vez mais acelerado, desaparecidas para sempre as condições que os haviam tornado possíveis. Frustradas nas suas expectativas, nunca se sabe o que as diversas categorias laborais podem vir a fazer...
Promissor também, posto que a experiência sindical e partidária podem muito bem levar a entender finalmente que são sempre os cidadãos em conjunto que fazem história, quando conseguem definir objectivos e meios para os alcançar, antes de passarem à acção, naturalmente  no âmbito da mais estrita legalidade. Continuar fiados na vinda de um qualquer novo D. Sebastião é que só nos pode levar à ruína final. Já faltou mais! (Foto copiada do jornal I, edição de 27/08/2011)

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