quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Por isso estamos como estamos...


Cada vez mais, à medida que nos vamos aproximando de Outubro de 2013, os políticos locais que temos vão procurando sacudir a água do capote. Sobretudo de duas maneiras: escondendo o mais possível as numerosas mazelas ou, quando isso não conseguem, acusando quem informa de má-língua. Por isso decidi publicar estes dois recortes do JORNAL de LEIRIA de 28/07/2011, dois quais destaco: "Nas minhas aulas no ensino superior recebo estudantes que não deviam lá estar. ... ...
"O que temos é um sistema empresarial, que se apropriou do nome universidade para vender certificados que iludem as pessoas.
O ensino superior pago não traz excelência, apenas um tipo de mediocridade diferente da mediocridade do ensino superior gratuito. ... ...
Portugal tem um grave problema de iliteracia funcional, de adaptação da sociedade a formas de funcionamento que exijam raciocínio rápido e articulado. E é por isso que as coisas nos são impostas e  nós aceitamos. Não há capacidade de discussão, de argumentação."
Donde, quem critica, discute, contesta ou contra-argumenta, é logo alcunhado de má-língua, ressabiado, invejoso, teórico, pelos ratões que fazem da política o seu ganha-pão mas que, tal como os estudantes mencionados por Manuel João Ramos, não deviam lá estar. Por falta de capacidade, pois claro!
Tudo o que antecede para fundamentar uma inevitável denúncia a serviços da autarquia tomarense que visivelmente funcionam em regime de autogestão. Parecem-se com alguns quartéis nos idos de 1975, onde apenas havia hierarquia para receber no fim do mês, porque a cadeia de comando, elemento fundamental do mundo castrense, deixara de existir, ou pelo menos de funcionar. Pois 36 anos depois, numa autarquia a menos de 150 quilómetros da capital, há sectores sem rei nem roque, por assim dizer propriedade privada de quem lá passa o tempo, bem como outros que funcionam de modo assaz deficiente. Tudo por falta de "pulso", de coragem, de capacidade de liderança, da tal cadeia de comando a funcionar. O que se entende. Dado que uma parte substancial dos votos provém dos 573 funcionários autárquicos e respectivas famílias alargadas, os eleitos procuram não fazer ondas...
Há um serviço em que, excepto o responsável eleito, os outros têm todos o tal certificado ilusório denominado licenciatura. Vai daí, campeia a inveja. Pois se A tem as mesmas habilitações que eu e ganha quatro vezes mais; B idem e ganha mais do dobro; não está certo, não há direito! Daqui resulta que, na impossibilidade de obter o nivelamento salarial, impossível porque os cofres municipais estão exaustos, cada qual tente pelo menos conseguir o nivelamento funcional: ninguém quer atender o público, estar no emprego aos fins de semana e feriados, ou cumprir horários diferenciados.
A contestação atingiu tal intensidade que determinado chefe, sem coragem para se impôr, resolveu mandar todos os funcionários descontentes de férias. Só depois veio a verificar que alguns eram imprescindíveis para assegurar o funcionamento de certo serviço aberto ao público, o que o levou a encarar a hipótese do seu encerramento temporário. Finalmente lá se resolveu a rever o problema, convocando alguns dos que já estavam de férias...
Isto vai bonito vai! E ainda faltam dois anos...

2 comentários:

Persius disse...

"determinado chefe, sem coragem para se impôr"

Os seus critérios são difíceis de entender Rebelo. Se por vezes massacra pessoas com não mais que as suas opiniões, outras tratando-se de factos protege-lhes a identidade como é o caso.

Então não é um funcionário público, não é um dirigente, não é alguém bem pago pelos nossos impostos, não trabalha num serviço público? Então não diz quem é porquê?

Está a ser conivente? Está a demonstrar a mesma falta de coragem que aponta a outros? Ou está apenas a divagar?

Anónimo disse...

O que me interessa na circunstância não é apontar a dedo, mas apenas denunciar algo que é transversal na autarquia, onde nos diversos quintais privativos todos mandam por igual, menos os jardineiros eleitos.
Quanto aos meus critérios, terão os seus defeitos, como os seus ou quaisquer outros, mas também uma enorme virtude: são meus.
Sobre a sua pergunta final, não se aflija. No estado em que isto já está é a divagar que ainda se pode avançar.