quinta-feira, 9 de maio de 2013

A necessidade e a teoria da conspiração

Pouco a pouco, com pesados sacrifícios para todos nós, o governo vai implementando as medidas exigidas pelos nossos credores para continuarem a financiar a nossa megalomania. Contrariada nas suas bases ideológicas pervertidas, que sempre a levaram a distribuir antes de produzir, a esquerda portuguesa e europeia (mesmo quando é governo maioritário, como em França), recorre à teoria da conspiração, à falta de melhor. Nem lhes ocorre que o governo também se prejudica eleitoralmente ao tomar medidas impopulares, pelo que essa tal ideia de que os governantes conspiram contra "o povo português" não passa afinal de uma balela sem pés nem cabeça.
Escrito aqui por diversas vezes, causou repulsa nas margens do Nabão a ideia de que ia haver despedimentos na função pública. Era uma conspiração do Rebelo, "porque o gajo anda ressabiado e não gosta dos funcionários...", segundo as inteligências locais. Vai-se a ver, aí estão os ditos despedimentos, ou melhor -a primeira fase das várias que vão seguir-se. Para já são 30 mil, mas o secretário de Estado já anunciou que até ao fim de 2014 serão 100 mil a calçar os patins, indo governar-se para outro lado. É dramático? É sim senhor! Mas ainda nenhuma formação política apresentou qualquer proposta alternativa.
Tudo indica que, infelizmente, após esta primeira fase, chegará a vez das autarquias, naturalmente só depois das eleições de Outubro, como se compreende. Mas não poderá deixar de ser feito, tão grandes são as discrepâncias entre concelhos, no que concerne a funcionários. O Jornal de Negócios publicou um mapa do país, com o total de funcionários por cada mil habitantes. Eis alguns desses concelhos:

   Concelho               Funcionários municipais p/ mil habitantes

1 - Leiria ....................................................5,8
2 - Alcobaça.................................................6,1
3 - Caldas da Rainha....................................6,3
4 - Vila Franca de Xira.................................6,6
5 - Aveiro.....................................................7
6 - Sintra......................................................7,4
7 - Marinha Grande......................................7,8
8 - Vagos.......................................................9
9 - Castelo Branco...........................................9,3
10 - Amadora..................................................9,6
11 - Coimbra.................................................10,2
12 - Ourém..................................................10,5
13 - Oeiras....................................................10,6
14 - Abrantes...............................................10,7
15 - Loures...................................................10,8
16 - Porto.....................................................11.2
17 - Santarém..............................................13,6
18 - Tomar...................................................14
19 - Entroncamento.....................................14,8
20 - Torres Novas........................................15,7
21 - Ferreira do Zêzere..................................16,4
22 - Lisboa..................................................18,3

Cada um tirará as suas conclusões. É porém evidente que há muito por onde cortar, pois se há concelhos onde bastam menos de 10 empregados por cada mil habitantes, para que servem os outros?

1 comentário:

Unknown disse...

Concordo que haja despedimentos no estado e em particular nos municípios.
-Mas e o que vai ser desses muitos milhares de pessoas que ficarão no desemprego sem qualquer perspetiva de vida, pois teoricamente não terão subsidio de desemprego!?
-É preciso atenção, pois estamos a falar de Pessoas, e ela precisam de coisas básicas como comida, alojamento e tudo o mais. Como irão faze-lo desempregados e com toda a certeza de longa duração.
-Os que têm filhos como sustentam os filhos!? Entregam-nos ao Estado!? Onde estará a poupança, pois se ficam com encargos dos filhos, e provavelmente a atribuição do RSI para muitos desses desempregados!?
-Não será melhor esperar que a economia cresça um pouco para absorver uma parte destes desempregados, e assim o Estado diminui efetivamente a sua despesa!?
Parece-me que mais uma vez se irá fazer cortes cegos sem olhar a realidade das pessoas. Para esta cambada de ladroes que é os políticos, as pessoas são meros números, só interessando nas eleições, depois já não interessa e pode-se espezinhar e maltratar sem problema. Chamam a isto democracia!? Isto é apenas e só a LEI DO MAIS FORTE