quarta-feira, 29 de maio de 2013

População, jornalistas e achistas

Fonte: INE

Vivemos numa pobre terra onde está muito na moda confundir jornalismo com achismo. Quando sucede ou se encontra algo de extraordinário, os nossos briosos profissionais de informação, regra geral, acham que basta publicar os factos, sem acrescentar qualquer perspectiva ou comentário, evitando assim emitir opinião. Pois. O facto é, porém, que dá muito menos trabalho apresentar factos em bruto do que interpretá-los e situá-los no seu contexto. Que essa de não emitir opinião só convence quem já está disposto a isso, uma vez que esses mesmos profissionais não se coíbem algumas vezes de adjectivar os eventos que relatam. É certo e sabido, por exemplo, que todas as iniciativas da área cultural são sempre grandes sucessos. Sobretudo se a organização "é da cor" ou amiga da "casa".
Aqui temos um exemplo prático do que se pretende acentuar. Encontrei este resumo dos recenseamentos da população referentes ao concelho de Tomar. Outros limitar-se-iam a publicar sem comentários, achando que os leitores saberão interpretar. Pela minha parte não consegui resistir a pelo menos esta nota: temos hoje menos habitantes do que 1940. E  ainda há quem ache que vai tudo bem. Não há piores cegos que aqueles que não querem ver. Porque assim lhes dá jeito, claro!

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