domingo, 26 de maio de 2013

Não será melhor ouvir as pessoas?

Foto Libération

"-Ourém, T. Novas e Leiria vão resistindo à crise, mas aqui em Tomar é uma desgraça. Nota-se o afundanço de dia para dia." Palavras de um vendedor grossista que opera na zona referida. É o segundo em menos de um mês a lastimar-se em termos homólogos. O que parece não comover minimamente nem os politiquilhos em funções nem os candidatos já anunciados, salvo uma ou outra excepção.
Insistem em vender o mesmo peixe podre de há quatro, oito, doze, dezasseis anos, convencidos de que é a melhor via para irem mantendo os assentos à mesa do orçamento local. Será mesmo? Até esta data nenhuma das formações concorrentes com hipóteses de vir a liderar se deu à maçada de ouvir as pessoas, os cidadãos, os eleitores, os pagantes. E sem isso nada feito, se querem realmente que "isto" mude mesmo.
Os actuais detentores das ruínas do poder local insistem no presidente interino, escolhido e imposto exclusivamente por Lisboa, ninguém sabe em virtude de que critérios, uma vez que nem a sondagem encomendada era inequívoca. O PS seguiu-lhes o caminho. Encenou uma mascarada num cenário imponente, que culminou com uma votação à norte-coreana, em que cada eleitor colocou a sua cruz perante os membros da mesa, não fosse dar-se o caso de..., após o que a candidata Anabela foi ungida pelo representante distrital rosa. Posteriormente alardeou disponibilidade para negociações, coligações, inclusões e etc., mas foi só conversa, pelo menos até agora. Segundo representantes das outras formações, nunca houve qualquer contacto formal, nem mesmo tentativa nesse sentido.
Para não variar, os IpT resolveram apresentar pela terceira vez consecutiva o antigo presidente Pedro Marques. Porquê? Não tinham mais ninguém? Acham que o tri-candidato cumpriu dois mandatos de sonho no século passado e que o país e o mundo não mudaram desde então? Que novidades políticas tencionam anunciar ao eleitorado? A mesma "comida" requentada?
Restam as formações marginais, que apenas ambicionam contar votos, no lote sobrante dos 90 e tantos por cento abichados pelos do costume. É pena, mas é assim. Ou será desta vez que vamos ter novidades?
Os eleitores terão percebido finalmente que sem programas claros e realistas não adianta votar?
Não será melhor ouvir previamente as pessoas? Não só para cumprir uma obrigação democrática, mas sobretudo para mudar o que está péssimo e vem transformando Tomar numa espécie de panela com o fundo roto. Há eventos, há algum investimento, há gente bem intencionada que, todavia, sem infraestruturas adequadas e sem qualidade mínima, não passam de trunfos jogados em vão. Até quando?

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