terça-feira, 6 de julho de 2010

ADEUS VACAS GORDAS. BOM DIA AUSTERIDADE E SACRIFÍCIOS



A abrir, duas citações. Dois pequenos excertos de um diagnóstico com precisão cirúrgica. Que retrata a situação tomarense, como uma foto dessas máquinas digitais. Eis as citações: "A crise externa acelerou a crise no plano interno, mas as nossas crescentes dificuldades resultam, sobretudo, das vulnerabilidades próprias que estão associadas a políticas desadequadas, que prosseguimos desde há muitos anos." ... ... ...
"Tem-se dito que a festa acabou e é bem verdade. De agora em diante haverá uma permanente pressão externa para o desenvolvimento de políticas restritivas, ou mesmo de austeridade, e o acesso ao financiamento será sempre mais difícil e bastante mais caro..."
Neste quadro sombrio, mas corajoso e realista, a política prosseguida pelo PSD a nível nacional -de apoio pontual ao governo PS, mediante detalhada e acesa discussão prévia- surge como a mais adequada, a mais inteligente e a mais favorável aos desígnios laranja. Com efeito, o novo líder sabe perfeitamente que pode provocar a queda do executivo Sócrates quando quiser, tanto na AR como em Belém. Ciente disso, vai constrangendo o PS a tomar as medidas mais impopulares e mais gravosas em termos eleitorais, ao mesmo tempo que vai "contando espingardas" e dispondo as suas tropas no tabuleiro nacional. Sem pressas, sem alarde, sem compromissos. Goste-se ou não, tem de reconhecer-se que pelas bandas social-democratas as coisas mudaram como da noite para o dia, em relação ao anterior consulado Ferreira Leite. Ainda bem, pois o país só tem a ganhar com políticas coerentes, corajosas, meditadas e adaptadas às novas realidades.
Resumindo: A nível nacional o PSD está de parabéns. O seu novo líder tem tido uma actuação excelente, com resultados de primeira água. As sondagens já conhecidas aí estão, a demonstrar que os portugueses, contrariando um velho lugar-comum, afinal sabem muito bem o que querem. No mínimo, quem saiba pensar e agir em consequência.
Inversamente, em Tomar é o desastre total. Não há diagnósticos, nem programas, nem medidas para contrariar a evidente decadência. "Business as usual..." Por todo o lado vemos apartamentos ou prédios usados à venda; quase em cada rua há locais arruinados e lojas fechadas, com presentes de cão e de gato em abundância, pela calçada fora Enquanto isto, a autarquia continua com as suas empreitadas aberrantes que lhe vão aumentar os encargos para com a banca, tudo com o apoio pelo menos tácito do PS local. Para quê? Um dia destes, já faltou mais, vamos ter excelentes escolas, mas já não haverá alunos para as usar.
A nível nacional, Sócrates procura continuar a flutuar, à espera de melhores dias que, quem sabe?, talvez lhe possam vir ainda a garantir a sempre ambicionada maioria absoluta em futura eleição. Passos Coelho, como já vimos, prepara metodicamente a sua hora, que chegará quando ele próprio determinar. Mas nas margens do Nabão aguardam o quê? O afundamento definitivo? A actual mesa executiva está completamente desacreditada junto do eleitorado, salvo no que concerne aos muitos que vivem à custa. Os insólitos projectos já em execução (Mata, Rotunda, Cerrada dos Cães, Escolas), ou ainda em gemas (Museu da Levada, Flecheiro II, Mercado...), são mais susceptíveis de agravar o descrédito do que do contrário. Numa frase cruel, começa agora a ser claro para os tomarenses que a câmara não soluciona nada porque é ela próprio um problema e a origem dos nossos problemas.
Nestas condições, vislumbra-se apenas uma curta nesga de oportunidade. A formação política da transitória coligação que pudesse vir a ter a coragem de provocar a queda do executivo e eleições intercalares, prestaria um serviço inestimável aos tomarenses. Tornaria as coisas bem menos opacas e permitiria começar de novo. E até poderia ganhar, dependendo dos candidatos e do projecto. Se assim não acontecer -e é muito pouco provável que venha a acontecer, por evidente falta de audácia- em 2013, os cidadãos que ainda cá residirem vão votar em quem? em quê? e para quê? Estamos todos fartos de políticos trafulhas, que prometem branco e fazem preto. Quando fazem alguma coisa...
Já me ia a esquecer! De quem são as citações que abrem esta peça? Do projecto económico do PSD, assinadas por...Pedro Passos Coelho, himself. O referido documento pode ser consultado no site do jornal I.

3 comentários:

Anónimo disse...

Também por cá se aproximam as medidas. Quando Carrão subir ao lugar de Corvêlo - e já falta pouco para isso acontecer - continuaremos a ter um presidente que "aperta o cinto" são os dois tão magrinhos (sim, eu sei que nas ideias e capacidade também) mas passaremos a ter uma poupança no tabaco.
Atenção, atenção, vai começar o baile... o par e Corvelo é Luís Ferreira, quem será o de Carrão?

Anónimo disse...

O Bloco de Eeq. ou o PCP tambem podiam escrever essa reflexão que atribui a Passos Coelho. Não passam de frases feitas como é de esperar de um jovem cuja "carreira" é jota. Ao dr. Coelho não se lhe conhecem grandes ou pequenos pensamentos, tal como ao sr. Relvas e, já agora, também ao eng. técnico Sócrates. Enfim, o País que temos!

Anónimo disse...

Paiva... Curvelo... Carrão...
Sempre a descer. Sempre mais perto do colapso. Sempre mais perto do inferno.