quinta-feira, 29 de julho de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO DA PAPELARIA CLIPNETO LDA

Abrimos com esta notícia d'O MIRANTE, que nos parece muito útil para aferir como se faz informação por estas bandas. Na semana anterior, a comunicação social tomarense noticiou que o Congresso da Sopa tinha dado um prejuízo de 7.685€ = 1.537 contos. Esta semana, O MIRANTE foi mais cauteloso e completo. Acrescentou, logo em chamada de título, que "Nas contas apresentadas não estão incluídas despesas com promoção do evento". Confrontado pelos IpT na reunião camarária, o vereador Luís Ferreira esclareceu que essas despesas correspondem a 21.726€ = 4.345 contos. Dado que a autarquia resolveu atribuir um "subsídio extraordinário" de 5.000€ ao CIRE, para o compensar pela falta de lucro do Congresso, temos Despesas totais = 46.313€; Receita total = 11.913€; Prejuízo = 34.400€ = 6.680 contos. Como, se não estamos enganados, cada congressista pagava 8 euros, contas feitas, só começaria a haver lucro a partir do cliente nº 4.301, além dos que efectivmente pagaram. Conclusão: Mais um evento turístico com largo futuro à sua frente. Enquanto houver dinheiro nos cofres camarários, bem entendido. Os mais pessimistas poderão até dizer, com inteira propriedade, que por este andar, um ano destes ainda vamos ter tomarenses com fome a pagar sopas aos turistas. Seria lindo!
CIDADE DE TOMAR, que sempre foi um jornal moderado, situacionista, mas muito tomarense, parece estar pouco a pouco a retomar antigas tradições. Nesta edição, inclui dois textos de protesto e apelo a merecerem leitura atenta e resposta condigna. Num deles, na página 10, a cidadã Emília Silva escreve uma carta aberta aos tomarenses. A dado passo do seu manifesto pró-Tomar e pró-dignidade, escreve: "Permitam-me recuar 20 anos: era então presidente da câmara o dr. Pedro Marques, resolveram aumentar a água em 100%, a justificação foi que era preciso fazer obras numa estação. Pois era, mas a primeira coisa que fizeram foi comprar um carro no valor de 5 mil contos para o sr. vereador, o que criou uma onda de revolta e muita tinta foi gasta em artigos na comunicação social, manifestando a indignação da população... Curiosamente, era chefe de redacção do CIDADE DE TOMAR, um dos vereadores que agora é contemplado com uma destas viaturas. Qual é a moral? Desculpe sr. Carrão, mas mais uma vez o tenho que atacar..." Apetece citar Camões, com uma ligeira alteração vocabular: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/Todo o mundo é feito de mudança, gerando sempre novas enormidades.

No outro apelo aos tomarenses e aos que ocupam o poder local, António Freitas é frontal, corajoso e desempoeirado. Questiona os autarcas no sentido de saber o que já decidiram ou se preparam para decidir, mas receiam dar a conhecer aos eleitores do concelho. Simultaneamente, incita os tomarenses a iniciarem a edificação do seu próprio futuro, participando activamente na vida pública local.
A este propósito, é sabido que continuam, em determinados quadrantes, a sustentar contra toda a evidência qu vai tudo bem e que as críticas que aqui se fazem são apenas má-lingua. A ser assim, a partir desta semana terão de reconhecer que a má-língua se está a ampliar bastante. De tal forma que agora começa a notar-se, para além da evidente desilusão de muitos, que se sentem "corneados" pela estranha e imprevista coligação, uma revolta latente que nos pode levar bem longe, caso as coisas não mudem rapidamente para melhor. Basta atentar no facto de Emília Silva, António Freitas e Manuel Coentro, que não pertencem ao habitual microcosmo da política local, já apelarem implicitamente à manifestação, naturalmente pacífica mas urgente, da indignação popular.
É nesta atmosfera agitada e turva, pelos motivos que todos conhecemos, que O TEMPLÁRIO publica uma reportagem que é simultanemente o perfeito exemplo do autismo da actual coligação. Proprietários de terrenos situados a norte do Convento de Cristo contestam expropriações que a câmara decidiu sem sequer com eles falar. Esses terrenos destinam-se, imagine-se, à construção de um parque de estacionamento para SEIS autocarros SEIS! É o que se chama ter visão a longo prazo. Ou não?
De qualquer modo, tal como noutros casos conhecidos (rotunda, mercado, estádio, ligação ao Castelo pela Mata, ponte do Flecheiro, realojamento dos ciganos, etc. etc.) os enhores autarcas que temos, lá porque foram eleitos, agora consideram que só eles é que sabem e que não devem satisfações a ninguém. Estão enganados e bem enganados, mas até agora os eleitores tudo têm suportado em silêncio. Será que assim vão continuar? Ou já concluíram que tudo o que é demais parece mal, pelo que é cada vez mais urgente passar à acção? Cada qual que dê a sua resposta em consciência e com actos.



17 comentários:

Anónimo disse...

Ora vamos lá ver. Se o Congresso da Sopa tem custos fixos de 20 mil euros e cada bilhete custa cerca de 7€, seriam precisas pelo menos 3 mil pessoas presentes para dar lucro. Isto sem contar com toda a promoção à volta do Congresso.

Ora se as despesas fixas são iguais há vários anos: 200€ a cada um dos restaurantes e produtores de vinho, que só este ano foram 42 segundo julgo saber, por exemplo, só se conclui que desde há vários anos, senão desde sempre, tem o Congreso da Sopa dado prejuízo.

Mas já alguém tinha feito as contas como deve de ser?

E se é para fechar e acabar com tudo o que dá prejuízo em Tomar, vamos começar pelas Piscinas e pelo Campo de futebol onde ninguém paga, a começar pelo Uniao de Tomar, um chavo? Continuamos no Cine-teatro e na biblioteca, alem dos celebres festivais de folclore, de teatro, dos batuques e de música de cem soldos, passando pelo carnaval?

De seguida fechamos o Parque de campismo, os bombeiros, a recolha de lixo e os jardins.

Como tudo da prejuízo Fechamos a loja?
E afinal quem é liberal? Fechamos os Estado?

Unknown disse...

Compreendo o seu raciocínio, que terá de fazer o favor de completar. Como sabe há por esse país fora dezenas, centenas, milhares de eventos, alguns até organizados pelas autarquias, que dão lucros substanciais. O caso agora mais conhecido é o de Óbidos. Mas já havia outros, como por exemplo os carnavais de Espinho, Ovar ou Loulé, e os festivais de Paredes Coura, do Sudoeste Alentejano, ou o Rock in Rio Lisboa. Para não falar da Festa do Avante. Serão os tomarenses tão patarecos que não conseguem sequer angariar lucros na sua própria terra? Ou será só preguiça mental e vontade de esbanjar o dinheiro alheio? É realmente muito menos cansativo, lá isso é! Enquanto houver dinheiro, claro...

Anónimo disse...

Ó chefe, você para misturar coisas!
Os festivais do avante, rock em rio, sudoeste, paredes de coura, entre outros, são tudo eventos de organizações privadas, e que em nada podem ser comparados com a história das sopas.
Em Óbidos é tudo feito por uma empresa pública propriedade da autarquia, num concelho que apostou forte e tudo no turismo.
Em Tomar a coisa das sopas começou por ser uma boa ideia, copiada um pouco por todo o país, mas que é evidente que sempre deu prejuízo, embora seja preciso contabilizar quanto valem uns minutos de presença em telejornal sem ser por maus motivos.

PF

Anónimo disse...

Dá prejuízo? Não há problema! A Câmara paga! Não foi o que fez com o buraco financeiro deixado pelo jornaleiro/mordomo?

Funiculin disse...

O Congresso da Sopa deu prejuízo? Pudera com os parasitas do costume a entrarem sem pagarem bilhete. O Presidente (embuste ) da Câmara pagaou? Os Vereadores (comilões) pagaram? E os Chefes de Divisão? E os representantes disto e daquilo pagaram? O pagamento até era para uma boa causa, ajuda do CIRE, mas a esses (des)pagantes abrir os cordões da bolsa é que está quieto.

Anónimo disse...

"O CONGRESSO DA SOPA TEM CUSTOS FIXOS DE 20.000 EUROS..."
Descoberta da polvora (MOLHADA) por parte do duplo-queixo!
Como escreveu ARebelo - "complete o seu raciocinio".
Ou seja, justifique e prove. Se for capaz. NÃO VAI SER.
Aonde é que são necessários 20.000 euros para organizar o CSopa?
No deslumbre do cavalo do poder os 'chuchas de LF' e quejandos desbaratam dinheiro como se massa esparguete fosse e será a seu tempo provado, visando limpar a imagem dos verdadeiros socialistas nabantinos.
Aguardem.

Unknown disse...

Para PF:
Palavra de honra que não consigo perceber que misturas indignas terei feito. Então a Câmara de Óbidas não foi escolhida pelos eleitores do concelho? A direcção do PCP não é escolhida pelos militantes? Aonde é que leu no meu post que os festivais de rock ou outros são organizados pelas autarquias? A que misturas se refere afinal? Aos nabos tomarenses com os bacamartes das Caldas?

Escreva sempre!

Anónimo disse...

O vereador L Ferreira escreveu no seu blog que vai (ou foi) de férias. Será que o deixaram ir sem responder ao inquérito do Ministério da Cultura sobre a candidatura da Festa dos Tabuleiros a Património Imaterial da Humanidade? É que segundo um jornal do burgo, o Ministério está farto de esperar! Oxalá não seja mais uma fatalidade a ficar orfã de pai!...

Unknown disse...

Para PF:

Na intervenção anterior omiti involuntariamente uma resposta à sua frase "embora seja preciso contabilizar quanto valem uns minutos de presença no telejornal sem ser por maus motivos". Primeira resposta: Muito pouco, visto que bastou uma inoportuna chuvinha para afastar os papa-sopas/emborca púcaros. Segunda resposta: Para um candidato em campanha, depende da presença e do paleómetro. Terceira resposta: Para Tomar pouco ou nada, dado que, visitado o Convento e mais um sítio ou outro, onde e em que é que os turistas podem gastar dinheiro? Quarta resposta: Até são contraproducentes, ao darem importância nacional a coisas que depois nos custam cada vez mais dinheiro, como por exemplo a Festa dos Tabuleiros. Só à cabeça são logo 150 mil da autarquia + 100 mil do turismo de Portugal + instalações de borla + transportes +energia+pessoal, etc. etc. E depois ficam todos contentes quando a festa não dá prejuízo. Pudera! Se calha a dar, como aconteceu há anos atrás, a autarquia tapa o buraco.
Nestas condições, telejornais para quê? Para empobrecermos alegremente? Para continuarmos a custear sem refilar passeios+comezainas, sempre para os mesmos?
Porque será que em Espanha ou em França as Câmaras não têm autocarros nem organizam excursões anuais gratuitas para a 3ª idade? Será por falta de verbas? Ou porque são estúpidos?
A ética e a moral são coisas muito estimáveis, mas é para os outros...

Anónimo disse...

Ao PF:
Ainda deve estar para vir a excursão dos autarcas... Que figura triste fazem todos os anos por esse País fora! Ainda por cima perfeitamente identificados, pois o autocarro é da Câmara. Nós pagamos...

Anónimo disse...

Com Luis Ferreira a desbaratar dinheiro na Câmara vai ser um fartar vilanagem! É só esperar para ver! Os factos futuros irão desmentir que isto seja má língua!

Anónimo disse...

Tem toda a razão quanto aos passeis dos idosos e dos autarcas e afins. Mas isso é outro assunto.

PF

Anónimo disse...

"
embora seja preciso contabilizar quanto valem uns minutos de presença em telejornal sem ser por maus motivos
"

Esses minutos apenam interessam aos que se pretendem armar em fidalgos e gostam de publicidade para capitalizar votos futuros. Todos sabem de quem estou falando...

P.M.

Anónimo disse...

"
Porque será que em Espanha ou em França as Câmaras não têm autocarros nem organizam excursões anuais gratuitas para a 3ª idade? Será por falta de verbas? Ou porque são estúpidos?
A ética e a moral são coisas muito estimáveis, mas é para os outros...
"

Ou a democracia portuguesa é muito desenvolvida para a idade ou ainda não passou da ingenuidade infantil.

AA

Anónimo disse...

Temo que "ainda não tenha passado da ingenuidade infantil".
P.M.

Anónimo disse...

Por falar em congressos e festivais, é kamentável o que passa em Tomar, ou melhor, o que se não passa em Tomar.
Vejamos porquê! Em Setúbal há o Festróia, em Espinho há o Cinanima, em Alvaiázere há o Festival do Chícharo, em Vila do Conde há o Festival de Curtas! Em Tomar já tivemos o Festival de Cinema FICIJ, o Festival de Jazz, o Festival de Dança, o Festival de Teatro. Tudo o que era de jeito morreu!
Então porque não começarmos com o Festival de Rapidinhas? Até se podia utilizar o Know-How do Hugh Hefner cá do sítio, o empresário mais antigo de Tomar com actividade ininterrupta há décadas. Refiro-me ao sr. Josué, personagem incontornável da cidade a quem já falta também um público reconhecimento.
Como há mjuito ultrapassámos o Entroncamento em coisas esquisitas...

Anónimo disse...

Ainda ninguém esclareceu porque é que nos anos anteriores o Congresso da Sopa dava prejuízo e não se dava por isso.

Quem fazia as contas e dava "fotocópias a cores", dos bilhetes originais, aos amigalhaços e família?

Se calhar o mesmo que promove outro grande "delapidanço" de dinheiros públicos, semmjeito nem promoção condigna, que se chama Feira de Santa Iria.

Esconder o "lixo" para baixo do tapete dá sempre mau resultado. Alguém vem um dia e levanta o tapete e descobre o "lixo" lá escondido. Doze anos na roubalheira já chega.