sábado, 3 de julho de 2010

PARA ONDE VAMOS?

Temos a sorte de viver numa democracia aberta, que no essencial vai funcionando. Digo que temos a sorte porquanto a esmagadora maioria dos cidadãos nada fez para a sua implantação. Tal como também não tencionam mexer uma palha que seja para a sua manutenção ou desenvolvimento. Continuam convencidos de que as coisas caem do céu...
Numa sociedade livre como a nossa, cada qual faz o que quer e porta-se como entende, naturalmente nos limites das leis, dos costumes, do bom gosto e do bom senso. Fora disto, começam os problemas e compromete-se qualquer futuro que valha a pena viver. Neste quadro, infelizmente, os cidadãos nem sempre dispõem de balizas assaz visíveis, que lhes indiquem as melhores rotas para si e para a sua descendência. Um dos aspectos em que mais se nota essa carência é no comportamento perante as tarefas mais comuns. Talvez ainda por influência da gesta dos descobrimentos, cada um de nós tem tendência para considerar qualquer trabalho concluído como uma façanha, um acto de heroísmo, algo de espectacular. A merecer festa, medalhas e discursos...
Basta reparar na forma de marchar dos nossos militares e bombeiros. Ou no barulho infernal que fazem as ambulâncias e os carros da polícia, mesmo quando o trânsito é nulo. Tudo para chamar a atenção para o que julgam ser quotidianas odisseias. Coitado do Ulisses!
Neste quadro, não espanta que sejam cada vez mais numerosas as festas e/ou sessões solenes, para comemorar as mais diversas coisas. Na área escolar, por exemplo, é já norma de vida celebrar a conclusão dos estudos secundários e/ou universitários. Outro tanto acontece, na vida corrente, com as "despedidas de solteiro"... Nada disto é condenável, pese embora o facto de aumentarem a olhos vistos as diversas dependências, entre as quais sobressai a do álcool, que corre por aí a jorros em qualquer festarola. O pior é que a moda das celebrações tende a alastrar de forma incontrolável, sendo que nem todas contribuem para a adequada formação humana dos seus intervenientes. Para não dizer mais... Mal vão as coisas quando qualquer cidadão se convence que mesmo o mais simples dos seus actos é algo de extraordinário, a merecer destaque e agradecimentos públicos...
Um dia destes, fiquei deveras surpreendido ao deparar-me com grupos de criancinhas, todas com medalhas, flores, fitas e diplomas, que iam saindo do Cine-Teatro Paraíso, acompanhadas por adultos (certamente educadores e progenitores), todos com ar ufano. Fiquei mais tarde a saber que vinham da Festa dos Finalistas dos Jardins de Infância. É verdade! Leu bem. Festa dos Finalistas dos Jardins de Infância! No municipal Cine-Teatro, cedido à borla, com água, luz, ar condicionado, limpeza e pessoal à custa dos contribuintes. Em tempos de profunda crise...
Por este estranho caminho, ao que parece rumo à inexorável infantilização de todos os cidadãos, para quando a Festa dos Finalistas Pós-Gestação e Parto, imediatamente antes de os médicos cortarem os respectivos cordões umbilicais? Assim os nasciturnos já estranhariam menos o subsequente baptismo... Vamos a isso? Bora lá! É mais uma festa!

12 comentários:

Bravura Lusitana disse...

Li numa entrevista o vereador Becerra Vitorino, do Partido Socialista, defender que o défice da câmara deve ser gerido com inteligência.

Pergunto-me, tal como se questionam, certamente, os restantes eleitores, se é de alguma forma inteligente torrar rios de dinheiro em festarolas que apenas servem de sorvedouro de dinheiros públicos. Em suma, somos nós, o povo anónimo, que paga estas festividades parolas.

Com o Partido Nacional Renovador, a gestão da dívida camarária seria feita de forma séria e rigorosa. Não existiriam estas migalhas para entreter o povo e garantir votos. Existiria, isso sim, uma atitude sólida e eficaz para contrariar a crise.

De ressalvar que o Partido Nacional Renovador não é de esquerda, nem de direita. É de PORTUGAL, e mais nada !

Por Thomar, Por Portugal, SEMPRE !

Anónimo disse...

Para onde vamos, sr. Rebelo? Para o charco, está bom de ver! Com a colecção de alimárias que temos nos Paços do Concelho será de esparar outra coisa? Com a destruição sistemática do nosso património antevê outro cenário? Com o despesismo em obras despojadas de qualquer interesse, e em alguns casos com obras sobre obras tal a qualidade das iniciais, como é o caso da rotunda do sr. Paulino, o Paiva da Trofa, que devia ser formalmente acusado de gestão danosa e julgado de acordo, prevê-se outro futuro para este buraco onde o diabo perdeu as botas senão a desgraça?

Anónimo disse...

Um indivíduo vai ao banco e contrai um empréstimo para melhorar a vida familiar. Depois outro.A família e o banqueiro começam a ficar com medo do futuro porque não se percebe como vai poder ser paga a dívida. Chama-se o endividado para que se explique.Diz;"vou gerir a dívida com inteligência" e "vou geri-la de forma séria e rigorosa com atitude sólida e eficaz".O banqueiro só tem uma coisa a fazer:colocar o valor no crédito mal-parado ou acionar penhoras.A mulher do endividado, pedir o divórcio!Assim vai Thomar

Anónimo disse...

Propôe-se uma petição pública para tirar aquela escumalha dos Paços do Concelho de Tomar?
Se os partidos não são parte da resolução do problema, pelo contrário, está na hora de tomarmos o nosso destino nas mãos.
Não podemos continuar a pactuar com esta incompetência crescente. Não podemos permanecer indiferentes quando alienam o património colectivo (físico e humano) e destroem as legítimas perspectivas do nosso futuro.

Anónimo disse...

Mau caro amigo, subscrevo inteiramente a sua opinião! E para dar corpo ao nosso legítimo descontentamento comecemos por vaiar essa corja na rua, por onde quer que passem, a qualquer hora do dia ou da noite, seja homem ou mulher, para que se sintam ridicularizados e cada vez mais incomodados na terra que espezinham! Não liguemos aos partidos que representam. Estão todos no mesmo plano, são todos responsáveis por inteiro pelos verdadeiros crimes contra a comunidade que o seu desleixo e incompetência têm gerado!
Deixo aqui o repto!

Anónimo disse...

Volta General Fernando de Oliveira; Volta Dr. Aurélio Ribeiro, para corrermos com esta gente que só tem afundado Tomar desde o 25 de Abril de 1974.

Anónimo disse...

Ó Luis, não precisas invocar os personagens da tua ficção! Basta haver grunhos como tu a que infelizmente o sistema democrático dá direito a ascender a cargos públicos, e que não sabem fazer nada para fazerem tanto mal às comunidades como esses fizeram. É que não é só fisicamente que se seviciam as populações. A ignorância, a falta de escrúpulos e a baixeza de quem detem algum poder também pode fazer mossa...

Anónimo disse...

"Comecemos por vaiar essa corja na rua, por onde quer que passem, a qualquer hora do dia ou da noite, seja homem ou mulher, para que se sintam ridicularizados e cada vez mais incomodados na terra que espezinham!
Não liguemos aos partidos que representam. Estão todos no mesmo plano, são todos responsáveis por inteiro pelos verdadeiros crimes contra a comunidade que o seu desleixo e incompetência têm gerado!"

Eu já comecei. Encontrei um carro de um vereador mal estacionado na Praça do Comércio e chamei a PSP. Mas parece-me que a Polícia tem medo de passar multa... Se calhar já estamos a viver na tal ditadura que o Luis Ferreira diz temer...

Anónimo disse...

"o vereador Becerra Vitorino, do Partido Socialista, defender que o défice da câmara deve ser gerido com inteligência"

Significa que:
a) com uma dívida destas será mais difícil roubar o erário público. Mas não há impossíveis...;
b) o sr. vereador irá estudar a melhor maneira de o fazer repercutir (o défice, claro) nos cidadãos de Tomar sem beliscar os seus interesses?
c) vai renegociar o mesmo (défice) junto dos credores (bancários ou não), diminuindo o impacto dessa dívida a curto prazo (que é o que interessa aos actuais autarcas) mas fazendo com que os contribuintes venham a pagar bem mais;

P.M.

Anónimo disse...

Ahhh uma multa a um carro de um vereador que usualmente está por lá estacionado em contravenção e que até já foi Presidente da edilidade?

Pois, pois.

Anónimo disse...

Onde é que fica a Praça do Comércio em Tomar? palavra de honra que estou desorientado.

Anónimo disse...

E a carripana do Jaime dos Casais?
E o BMW da Presidência?
E as carrinhas do Cidade de Tomar?
E outros?
Neste caso, como defende o PSD em relação aos portugueses pagarem: ou pagam todos ou não paga ninguém!
Conclusão socialista: só pagam alguns, há isenções para uns tantos!!!!!