sexta-feira, 9 de julho de 2010

CARTAS NA MESA E NADA NA MANGA

Quando Tomar a dianteira apareceu, em Novembro de 2008, houve logo, como é habitual nas terras pequenas, quem lhe vaticinasse curta vida. A sua morte foi depois anunciada para logo após as autárquicas de Outubro passado. A partir de 11 de Março de 2009, foi instalada a contagem de visitantes, que se mantém. Quinze meses decorridos, marcava às 21 horas de hoje 149.382 visitantes. Uma média de 9.958 por mês, 330 por dia. Nada do outro mundo. Apenas uma nova realidade no microcosmo da comunicação social tomarense, com a qual convém contar.
Entre os nossos leitores, tanto temos os que nos acusam de excesso de benevolência em relação aos políticos locais, como os que sustentam o oposto -excesso de bota-abaixo, de crítica destrutiva, de oposição sistemática. Para já não nos alargarmos com as insinuações de vinganças pessoais, revanchismo, ou ressabiamento. Perante tudo isto, cartas na mesa e nada na manga. Este blogue foi criado e existe sobretudo para memória futura e para contribuir, na medida do possível, para um quotidiano cada vez mais agradável, participado, fraterno, livre e rumo ao progresso económico, que o resto virá por acréscimo.
Porque estamos longe de tudo e de quase todos, de Lisboa, da Europa além-Pirinéus, da Ásia e da América, muitas coisas chegam aqui já cansadas...quando chegam. É o caso do pragmatismo, escola filosófica muito popular nos USA e na Europa do Norte, mas julgo que ignorada ou quase nas margens do Nabão. Naquilo que agora vem ao caso -a pragmática linguística- postula tal corrente de pensamento que o importante não é escrever bem ou mal, bonito ou feio, muito ou pouco, mas sim tendo em vista unicamente os objectivos a atingir, verificáveis na prática.
Assim, no caso dos blogues, trata-se de apurar qual o tipo de intervenção mais eficaz, no sentido de influenciar os leitores, levando-os à participação cívica. A experiência demonstra que a autoria da mensagem é sempre importante, pelo que qualquer peça anónima começa logo por ser menos actuante, em virtude dessa característica. Da mesma forma, conhecidos os autores, aqueles que mantêm sempre o mesmo registo, seja de apoio, seja de crítica, deixam praticamente de ser tidos em consideração, apesar de continuarem a ser lidos, uma vez que em termos de comunicação tudo o que é rotineiro, satura e dilui-se.
Indo à actual situação política nabantina, falta apurar antes de mais se a opinião publicada corresponde minimamente à opinião pública. Só depois se poderá saber como ultrapassar o evidente marasmo e a gritante descrença. No estado actual das coisas, parece consensual, mas não se sabe se será, que sem os tomarenses não se pode salvar Tomar, mas infelizmente com eles também não, por evidente indiferença.
Resumindo, pode dizer-se que não será com críticas mais violentas ou mais frequentes que se conseguirá alterar o actual quadro político local. Felizmente estamos num regime democrático aberto, onde governam os que mais votos obtiveram, até que os eleitores demonstrem de forma inequívoca que já mudaram de opinião. Por isso aqui tem sido escrito e repetido que a melhor solução para os nossos graves problemas seria a renúncia dos actuais autarcas e a marcação de nova consulta popular.
Será que essa ideia é já maioritária no concelho? Ninguém sabe. Todavia, na linha do já citado pragmatismo, existe um bom meio para tirar dúvidas. Consiste em publicamente apoiar ou não essa hipótese de solução. Assim, se na próxima sessão da Assembleia Municipal após as férias, lá para Setembro ou Outubro, aparecerem algumas centenas de eleitores, dispostos a manifestar o seu descontentamento e a pedir novas eleições, tudo de forma ordeira, nos limites da Lei, num clima de convivência democrática, podem estar seguros de que haverá quem tome a palavra para dizer o necessário. Fica aqui a promessa solene.
Não vai aparecer ninguém, para além da meia-dúzia do costume, só para ver? Pois paciência! Continuaremos a escrever sobretudo para memória futura. Sem apoio, nem vale a pena tentar, pois em política não há milagres, o mesmo acontecendo na economia, sendo indubitável que a época dos homens providenciais já lá vai...
Quem faz o que pode, a mais não deve ser forçado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Este blog é importante na vida do Concelho.
É um espaço de informação e debate que ultrapassa o tradicional nos meios de comunicação nabantinos e na sociedade em seu redor.
Acabo de ler as declarações do presidente da Câmara de Tomar na Hertz. Diz o Corvelo que o Mercado Municipal já está em degradação desde há vinte ou trinta anos.
O António Paiva, em Fevereiro de 1994, deu uma entrevista ao Templário onde reconhece que só na campanha para as autárquicas de 1993 é que tinha entrado no Mercado Municipal, apesar de viver há oito anos no Concelho, o que admitia ser vergonhoso. Isto demonstra da insensibilidade do homem para a cultura e a história tomarense e portuguesa. Normalmente quando se passa por uma terra, uma das primeiras visitas é aos Mercados. Paiva só ao fim de oito anos é que entrou no Mercdo Municipal, que está no centro da Cidade, se ele estivesse fora dela nunca lá teria ido.
A sua intenção, e dos seus discípulos, em destruír o Mercado Muncipal e fazer um novo e um Forum (?) reflecte essa insensibilidade cultural, e o não saber tirar proveito do local onde está o Mercado. A construção do Fórum não é original, o Mercado Municipal de Tomar é original e diferente do que se faz no estrangeiro.
Lancelot du Nabão

Luis Ferreira disse...

Sobre o Mercado municipal a única coisa que nos interessa saber, é o quando começa a construção do Novo Mercado. Tudo o resto serão situações provisórias, que há dezenas de anos deveriam ter sido atalhadas e corrogidas.

Sobre a necessidade de "eleições antecipadas", deve ser do calor e do índice de U.V., mas isso é como os "dói-dois": incha, desincha e passa.

De qq forma parabéns ao Antonio Rebelo pela manutenção deste espaço de opinião, que apesar de não concordarmos com algumas das opiniões aqui dadas, sempre respeitamos as que tem dono assinado.

Com um desempoeirado cumprimento libertário, o vereador Ferreira

Anónimo disse...

Vereador Ferreira. Gostei da pretensa simplicidade.
Libertário ? Desde quando um arregimentado partidário é libertário ?
Desde quando um libertário escreve: "Sobre o Mercado Municipal a única coisa que interessa saber, é o quando começa a construção do Novo Mercado"?
Grande libertário!
E se o Povo quiser manter a arquitectura do actual Mercado ? O Vereador libertário não respeitará a soberania popular ?
Um conhecido tomarense contou-me, hoje, que o presidente da Junta de Alviobeira lhe confidenciara que, a seguir, ao verão vai fazer um referendo para saber se o Povo da Freguesia quer permanecer ligado a Tomar ou passar-se para Ferreira do Zêzere. O que há de verdade nisto ?
Se o Povo de Tomar quiser manter a traça do Mercado Municipal e o Executivo e o Vereador libertário não quiserem terá de ser feito um referendo para Tomar mudar de concelho, para um concelho onde respeitem a vontade popular ?
Um libertário dictatorial tem piada.
Lancelot du Nabão

Anónimo disse...

Um libertário de avental e liberto de bom senso!
Coitado, cada cavadela uma minhoca!
Socialista, graças a Deus!!!!!!!

Anónimo disse...

Libertário???? Deixa-me rir!!! Libertinário, isso sim, no que respeita à falta de respeito pelo ordenado que lhe dão, pelo desrespeito pela comunidade que devia representar, pelo desrespeito pelo horário de trabalho, pelo desrespeito pelos funcionários que estão abaixo dele na hierarquia camarária...

Cada tiro...cada melro...!!!