sábado, 3 de julho de 2010

OS PESSIMISTAS E OS VENDEDORES DE ILUSÕES

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Meu caro vereador Luís Ferreira:

Obrigado por honrares Tomar a dianteira com a tua atenção e, sobretudo, por o tornares mais vivo e completo com as tuas respostas e comentários. Como continuo a pensar que estás deveras convencido da justeza das tuas posições aqui difundidas, e porque ainda tens um muito largo futuro de êxitos e de trambolhões à tua frente, pareceu-me oportuno que lesses a opinião recente (é de anteontem) do camarada Manuel Maria Carrilho, acima reproduzida. Escuso de te recordar que o ex-ministro da cultura do PS (uma das grandes cabeças deste pobre país), foi despachado para Paris, como embaixador junto da Unesco, certamente porque nem sempre terá sido tão optimista quanto se pretendia, na franja governamental do partido. O mesmo sucedeu, de resto, com João Cravinho, enviado para Londres, na sequência do abortado projecto de diploma anti-enriquecimento ilícito...
Permite-me que, como contraponto às tuas considerações sobre optimistas e pessimistas no âmbito da política tomarense, sublinhe o último parágrafo do texto do libelo de M.M. Carrilho: "Todos eles foram -e continuam a ser- sistematicamente descredibilizados como "pessimistas", como se não tivessem sido justamente os pessimistas a ter quase sempre razão nos períodos mais difíceis da História, e como se a pertinência das suas previsões decorresse de alguma misteriosa patologia... É certo que às vezes parece que eles exageram -mas não será esse o único modo de o realismo e a lucidez se fazerem ouvir, numa época que tantas vezes mais parece um alucinante leilão de ilusões ?"
Para não alongar demasiado, apenas mais duas perguntas e um provérbio: Serei eu doentiamente pessimista ? Ou és tu que, muito bem acompanhado, navegas com monetário conforto em águas cada vez mais turvas, num universo local de ficção, rumo ao trambolhão final ?
"Dá tempo ao tempo, irmão. O tempo dar-te-á todas as respostas." Oxalá não seja então já demasiado tarde...

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