domingo, 19 de fevereiro de 2012

Desdobramentos...

Ontem foi dia internacional dos doentes de Asperger, uma síndroma cujo principal  sintoma é a dificuldade de relacionamento social. De alguma maneira, a maleita de que sofrem os tomarenses e os residentes em Tomar, desde há longos anos. Vejamos. Na área política atingiu-se um nível de fragmentação só igualado por outro concelho a nível nacional. Houve sete listas concorrentes nas autárquicas de 2009. Ainda hoje temos no vale nabantino dois PSD. O PSD/R que apoia o governo e o PSD/C, que apoia a autarquia, se não estou em erro. Em todo o caso, tem-se manifestado contra o governo na contestação à reforma hospitalar em curso. Há também o PS oficial, liderado por Anabela Freitas e uma espécie de PS bis, que tem por designação oficial IpT e procura vir a ser a charneira entre socialistas e CDU. Por falar em CDU, trata-se de óbvia excepção à regra. Em vez de existir em duplicado, a dual coligação PCP/PEV, em Tomar é uni. Não há PEV. Só PCP/T, que tanto pode ser de Tomar como de tradicionalista. Ou de trabalhadores, vá-se lá saber!
Ainda no campo da política tomarense, além de neste mandato já irmos no segundo presidente de Câmara, a acreditar nos mentideros locais, a liderança autárquica também já passou a ser bicéfala, como a águia da porta de Toledo e do império de Carlos V. Haverá desde há pouco a dirigir a autarquia um PSD/P, em que P desempenha as funções de treinador; e o PSD/C, em que C executa o que P lhe manda fazer. Como dantes. A ser assim, não está nada mal visto, não senhor! Tanto mais que o treinador exerce à borliú. Há porém que ter em conta que ninguém dá nada a ninguém, pelo que, quando a esmola é grande...
Já fora da política (???) é uma beleza. Dois carnavais, dois postos de turismo, dois jornais locais, duas rádios, quatro filarmónicas, duas equipas de hóquei em patins, três escolas de música, três grupos de teatro amador, três escolas básicas 2/3, duas secundárias, três pavilhões municipais, duas piscinas...e dois mercados -um fechado e o outro desmontável. Até parece que estamos numa grande metrópole. Só falta a população. A doença está tão espalhada e é  de tal modo contagiosa que até já atingiu os ciganos. Unidos na estância municipal de férias do Flecheiro desde há mais de 30 anos, quando aqui há meses se falou no seu eventual realojamento na Zona Industrial, um dos patriarcas não foi de intrigas: "Está mali! Adevíamos de ficar separados em três famílias; uma em cada entrada da cidade." Mas porquê?  "-Ciganos, sabe?!?!"
Coitados dos tomarenses! Só lhes faltava mais essa -terem afinal hábitos aciganados. Não há nada que não lhes aconteça!
Façam o favor de se divertir, que para o ano é bem provável que nem um, quanto mais agora dois carnavais, num concelho onde a tragicomédia é permanente e os dramas sociais se multiplicam, como cogumelos após uma boa chuvada.

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