quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Hospital e autarquia continuam na ordem do dia

Hospital e autarquia continuam a dominar a actualidade local. Naquele, prossegue a inevitável reforma estrutural que, segundo fonte autorizada, já vem atrasada vários anos. Apesar de ser evidente o descalabro financeiro, poderosos interesses instalados procuram torpedear por todos os meios, lícitos e menos lícitos, alguns até do foro judicial, a missão dos administradores. Quando por exemplo médicos-funcionários-titulares vão até ao uso de chantagem, como meio de pressão para obterem na prática a manutenção do statu quo, no que concerne aos proventos mensais, algo está podre no reino da Dinamarca. Normalmente, é suposto que a principal preocupação dos profissionais de saúde sejam os doentes, mas pelos vistos já não é assim em todos os casos, o que é de lamentar.
Enquanto isto, pelo lado dos chamados utentes, "a luta continua". Sábado vamos ter mais uma sessão de "debate", desta vez organizada pelo PCP e com intervenientes de peso: o deputado António Filipe e dois membros da Comissão Política. O facto é assaz raro por estes lados de fraca implantação comunista, pelo que merece ser assinalado. Geralmente é a CDU que sobe ao palco.
No capítulo da política autárquica, além do dramalhão que continua a desenrolar-se ali pelos Paços do Concelho, perante o quase geral alheamento dos tomarenses, como se nada daquilo que por ali vem sucedendo lhes dissesse respeito, o facto novo do momento são as eleições internas do PSD local, marcadas para 3 de Março.
Há dois candidatos anunciados -um tarimbeiro e um jovem. O tarimbeiro é Carlos Carrão, já com 14 anos de autarquia e actualmente presidente em exercício. Apesar dos três mandatos e meio já decorridos, não consta que o actual presidente interino tenha obra feita. Numa época de vacas gordas e de abundantes fundos europeus, apoiou entusiasticamente todas as asneiras de António Paiva, incluindo o encerramento do Parque de Campismo, a descaracterização do Mouchão e a onerosa destruição do Estádio. Depois, foi o evidente descalabro que ainda continua. Quanto à sua propalada popularidade, que agora vai finalmente ser testada nas suas próprias hostes, todos sabemos como foi conseguida. Desde há muito que neste país e nesta terra é extremamente fácil comprar consciências com comezainas e tintol à custa dos contribuintes. Tanto assim que até temos o provérbio "com papas e bolos se enganam os tolos". Junte-se-lhe o álcool, e imagine-se o resultado.
Ocorre, contudo, que a partir de agora não há dinheiro público para tais prodigalidades, pelo que a usual política do copinho e do petisco está cada vez mais entravada. Acresce que o base de apoio de Carlos Carrão é a freguesia de Casais, de onde é natural. Mas agora quem "domina" a freguesia são os jaimistas, cujo elemento mais jovem e dinâmico integra a lista de João Tenreiro. Nesta condições, tendo em conta igualmente o desgaste provocado pela actual série de medidas governamentais, indispensáveis e correctas, mas muito impopulares, parece pouco provável que Carlos Carrão, tradicional apoiante de Miguel Relvas, consiga vencer o próximo confronto interno. Na área externa já está derrotado há muito tempo. Não passa de um morto político que se ignora. Não há pior cego que aquele que não quer ver...

2 comentários:

alexandre leal disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
alexandre leal disse...

Perdeu-se a noção do ridículo!
Na sessão promovida pela novata comissão de saude(?!) da A.Municipal, constituída por meia dúzia de curiosos voluntariosos e que presumo bem intencionados,estiveram segundo a comunicação social menos de meia centena de pessoas,algumas ligadas ao Hospital.Pois a dita comunicação social permite-se adiantar que as propostas apresentadas e aprovadas certamente após profícua discussão e com grande fervor revolucionário significam que Tomar rejeita as medidas legitimamente tomadas por uma administração nomeada por um governo de maioria resultante de eleições recentes e livres. Mais nada!
Portugal no seu melhor...
Entretanto faz-se tábua rasa de relatórios oficiais que há mais de 10 anos estudam o problema. Leia-se por exemplo o relatório 913/2011 da IGF ou o 5/10 do Tribunal de Contas para se ficar a conhecer melhor certa malta ou ainda o relatório de auditoria do Tribunal de Contas 25/2003 que relata alguns interesses relacionados com a construção e equipamento do Hospital de Tomar.
Houve um continuado delapidar do erário publico.
Estranhamente estes voluntariosos cidadãos jamais pensaram que podem estar a ser instrumentalizados para continuarem a permitir que muitos trabalhadores(?) mantenham ganhos ofensivos e abusivos face ao que realmente produzem.
Vão perder! O tempo vai encarregar-se de mostrar quem tem razão. Esperemos que ainda seja a tempo.
E nessa altura veremos os nossos politicos de aldeia a assobiarem para o lado e a abraçarem com o mesmo espirito de bem servir outra qualquer instrumentalização que lhes convenha.
E vem aí a fusão das Juntas e Municípios...