Os tempos não vão fáceis para ninguém. Então para o pessoal de esquerda, do qual julgo ainda fazer parte, nem se fala. Desde sempre partidários da repartição, agora que para dividir só há sacrifícios, muitos começam a desatinar Neste blogue, por exemplo, que no tempo do governo anterior dava gosto ler, agora até já se escreve preto no branco que Vítor Gaspar, alcunhado de "Gasparoika", é um futuro Salazar. Será então Salazaroika?
A nível local as coisas não vão melhor. Ainda hoje recebi um comunicado (não assinado) de empregados do CHMT/Tomar, onde se insiste naquela palermice, segundo a qual a Euromedic pretende vir a ficar com o hospital de Tomar, quando for privatizado. Só se fossem doidos, foi-me garantido por fonte segura.
Encurralados numa posição insustentável, uma vez que a suspensão da reforma hospitalar em curso é impossível, pois constitui uma condição sine qua non para a sobrevivência das três unidades, vá de fingir que fogem para a frente. Segundo noticia a Rádio Hertz, em nome da CDU, um tal Manuel Martins, que não faço a menor ideia de quem possa ser, declarou que "Não se justifica ter um presidente que é contra a suspensão do processo de reorganização do CHMT", uma vez que os restantes membros votaram a favor. Por isso, acrescenta o referido político, tanto quanto sei, desconhecido por estas bandas, que Miguel Relvas "Não tem mais condições para continuar".
Curioso raciocínio! A demonstrar que há maus hábitos que nunca esquecem. Mesmo decorridos 40 anos. Desde o início das manifestações anti-reestruturação do CHMT que a posição do PCP/PEV, com a etiqueta CDU, não mudou nem uma vírgula. Exige a suspensão da reforma em curso, e pronto! Ignora-se o que poderia vir a seguir. Despeitados pela nítida falta de apoio popular, dado que os tomarenses lá foram percebendo que estavam a ser habilmente ludibriados e vítimas de um logro, inclusivamente recorrendo a meias verdades e a mentiras descomunais, resolveram os dinamizadores da coisa desencadear uma manobra de diversão -a substituição do presidente da AM. Para substituir por quem? Não dizem. Qual ou quais as vantagens da hipotética substituição? Também não dizem.
Limitam-se a afirmar, por meio de um cidadão desconhecido no meio político local, que Miguel Relvas deve ser destituído por não concordar com os restantes elementos da AM. Mas isso é, se não erro, do mais puro estalinismo, as célebres votações por unanimidade, naturalmente de braço levantado, para que ninguém tenha a veleidade de mijar fora do penico. Relvas deixou de ter condições para continuar, diz o senhor Martins. Quer-me parecer que o cidadão Martins é que não tem condições para convencer quem quer seja, fora do PCP, para votar favoravelmente a destituição de Miguel Relvas. Tudo tem um limite e a comissão de saúde da assembleia já foi longe demais, uma vez que legalmente as autarquias não têm qualquer competência na área da saúde. Além de que a envolvência política local, regional, nacional e internacional, não está para aventuras totalitárias. Ia a escrever infantilidades políticas, mas depois resolvi moderar transitoriamente a linguagem. Pode ser que o bom senso ainda venha a imperar neste estranho imbróglio. Tanto mais que os habituais cabeças de cartaz locais já se resguardaram. "O medo é da mesma cor da prudência", disse ao sobrinho há quase cinco séculos o duque de Alba, que por isso não foi vencido em Alcácer Quibir. E entrou em Lisboa conquistada três anos mais tarde.
2 comentários:
Tssss, Tssss, Tssss...
Mais um tiro ao lado!
Como é preciso "salvar" os três hospitais, fecham-se as urgências em dois, tira-se a medicina interna e reduz-se 30% das camas existentes em Tomar e o Prof. Rebelo quer-nos fazer convencer que isso é muito bom para todos nós? Boa!
Nem o celebre Ministro da propaganda do Iraque faria melhor! É boa, é mesmo boa!
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