Tomar a dianteira está em condições de assegurar que Corvêlo de Sousa não voltará a exercer as funções de presidente da autarquia tomarense. Agora em franca recuperação, após longa convalescença visando ultrapassar uma depressão por excesso de stress, considera a sua passagem pelo município como uma fase que já lá vai, mostrando-se contudo ainda algo avesso ao normal convívio social, preferindo a companhia dos livros, tanto no recato do seu domicílio, como em férias com familiares.
Nestas condições, o presidente em exercício deixa de estar condicionado por um eventual regresso forçado ao seu lugar de origem, pelo que as coisas se complicam singularmente, uma vez que perde mais esse argumento. Com efeito, é voz corrente na cidade que a sua actuação recente tem sido o mais desastrada possível, havendo até quem use a expressão "cada cavadela, cada minhoca". Se a isto juntarmos a evidente e inexplicável condescendência dos Ipt, pode dizer-se sem exagero que praticamente, a não ser os próprios protagonistas, já ninguém percebe qual a vantagem, tanto para os tomarenses como para os citados eleitos, da manutenção no poder municipal da actual maioria relativa. Até figuras nacionais do PSD ficaram chocadas com o posicionamento laranja no caso da reforma em curso do CHMT, lamentando a grosseira falta de habilidade política do presidente interino, ao nem sequer ter tido o tino necessário para informar os seus homólogos do executivo nem a AM sobre os elementos colhidos nos dois encontros de trabalho que teve com a nova administração hospitalar. E os 20 mil euros para os carnavais locais também não caíram nada bem. Uma desgraça nunca vem só!
A desilusão nas hostes social-democratas é tal que vozes geralmente moderadas já sugerem que a continuar o rol de asneiras, melhor seria dar as vez a outros, pois fazer pior é impossível. Cidadãos com larga experiência política confessam-se convictos de que sem ninguém no executivo a situação só poderia ser igual à presente, ou até melhor.
Queimados até à medula no seio da opinião pública tomarense, que esperam vir a conseguir os três magníficos? Que os cidadãos percam a paciência e as coisas se compliquem singularmente? Que contra ventos e marés, Pedro Marques e Graça Costa os ajudem a ultrapassar o Cabo das Tormentas? Que a situação melhore até Outubro de 2013? E porque há-de melhorar, se nada fazem nesse sentido, visto que não conseguem atinar?
Resta uma última incógnita, que muito preocupa os cidadãos mais por dentro da política local: Admitindo que Carrão se apresente às eleições internas do PSD local, previstas para 16 de Março, e seja vencido, como tudo parece indicar, qual será a partir daí a sua autoridade como presidente da edilidade, se nem os seus correlegionários o querem já como dirigente local?
2 comentários:
Caro Professor se me permite deixe-me dizer-lhe que entre o comportamento do C. Carrão e o desvario e histeria da concelhia do PSD há grande diferença.
Julgo que C.Carrão como militante do PSD e com maior honestidade intelectual que a comissão política da concelhia, apoia como muitos outros as remodelações no CHMT. Questão de simples bom senso.
Agora com amigos destes(concelhia)...
Repare que ouve , num movimento politico , quem após ter sido esclarecido em Torres Novas viesse "convertido".Tiveram de lhe esfriar o entusiasmo
Concordo consigo quando diz que enquanto presidente
deveria ter informado os vereadores do que se estaria a passar. Mas tem a certeza de que as coisas se passaram
assim? E com os politicos que temos(a maioria) isso teria mudado alguma coisa?
Talvez só na concelhia do PSD ...
Como acha que , se por ventura , o único candidato
existente no momento ganhar, vai conseguir explicar o
"inexplicável" comportamento da comissão política que integra e que será certamente muito semelhante aquela que se propõe presidir? E vai conseguir arrefecer tanto fervor?Um elemento chegou a falar em cortar estradas!
Aproximam-se tempos ainda mais difíceis com múltiplos focos de tensão. Basta pensar nas juntas de freguesia e municípios. E no encerramento de tribunais,etc
Serão precisos politicos e autarcas com experiência e gabarito moral e intelectual.
Como sabe muito melhor do que eu trata-se de um bem escasso.
Amigo Rebelo o cenário político já tinha um nível baixinho mas agora estamos a quase a bater no fundo. Insulta-se,questiona-se a honorabilidade pessoal e profissional,etc o clássico fenómeno do espelho de quem tem um precário equilíbrio e uma tosca preparação.O desespero pode explicar tudo?
Mas há sempre qualquer coisa que vale a pena. A proposta de fusão das 2 juntas de freguesia apresentada pelo Sr.Antonio Rodrigues constitui um exemplo de que podemos sempre fazer mais e melhor num tempo em que errar pode ser fatal.
E quem tiver dificuldade ou mesmo incapacidade de perceber isto,continuando a cultivar o estilo paroquial ,vai ficar sem espaço no Portugal que sairá da crise.
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