domingo, 12 de fevereiro de 2012

Só agora?

Noticia O TEMPLÁRIO  que o presidente em exercício anunciou 52 medidas de poupança, 28 internas e 24 externas. Segundo Carlos Carrão, uma vez implementadas, vão permitir economizar entre 750 e 800 mil euros = 150 a 160 mil contos, até ao fim do ano. Por me parecer muita fartura,  vinda justamente do vereador das farturas (comezainas, tintol, passeatas, folguedos, inaugurações, subsídios e carripana de luxo...), resolvi fazer contas de merceeiro. Assim: Até ao fim do ano faltam 10 meses = 300 dias - 40 fins de semana - 10 feriados = 210 dias de abertura ao público. 750 e 800 mil euros a dividir por 210 = respectivamente 3.571€ e 3809€ diários = 715 e 761 contos/dia de poupança. Será possível? Se vier a ser, ficarão demonstradas duas realidades indesmentíveis, a saber: 1 - A autarquia tem andado a esbanjar os nossos impostos, apesar de nos prestar cada vez menos e piores serviços; 2 - Se com apenas 52 medidas de austeridade, decididas em cima do joelho, tarde a e a más horas, sob a pressão da penúria nacional, é possível poupar tanto dinheiro, o que se pouparia fechando de vez a autarquia! Só em tempo e paciência dos munícipes seria uma verdadeira fortuna, de mais de 6 dígitos. Porque a triste e muito desagradável realidade é esta: deixando apenas  o pessoal da limpeza, da manutenção da rede de água, dos esgotos e dos jardins + um ou outro no atendimento, e mandando o resto para casa, mesmo com o vencimento por inteiro, ficaria muito mais barato aos contribuintes, acabando-se finalmente com o inferno burocrático, com o que dele escorre e com o tempo escusadamente perdido. Talvez então fosse possível iniciar a recuperação económica, nomeadamente com o retorno dos maltratados e escaldados investidores privados.
Julgo contudo que Carlos Carrão, cada vez mais acossado por uma agreste realidade, para a qual nunca esteve nem está preparado, se vê forçado a enveredar por práticas socrático/jardinistas, como meio para continuar a ter fins de mês confortáveis até ao Natal do próximo ano. Donde este discurso de evidente ilusionismo político, tal como faziam o soba da Madeira e o Zezito, agora a frequentar SciencesPo-Paris, em circunstâncias pouco claras, para não fugir à tradição. Será que este país e esta terra não são para gente séria e franca? Em 2013, nas autárquicas, e em 2015, nas legislativas, se ficará a conhecer a resposta. Se for negativa, resta esperar que as fronteiras continuem abertas...

1 comentário:

Luis Ferreira disse...

Estimado Prof.Rebelo

As medidas são uma falácia completa e os números claramente empolados. Enfim, trata-de de uma treta, como o PS denunciou em plena reunião de Camara.

Só a título de exemplo só o Boletim Municipal custa quase 300 mil euros para impressão em três anos. Uma vergonha que o PS vem denunciando e propondo que se anule, desde Setembro de 2010. Mas aquela gente não aprende.

Por mais medidas que o PPD apresente em Tomar, já ninguém liga ou confia no que fazem ou propõem. Aquilo - a Câmara é uma farsa de má qualidade e tétrica, por sinal...