Eis Tomar no seu melhor esplendor

Em tempos idos, quando Tomar era o orgulho dos tomarenses, um exemplo na região centro e alvo da inveja dos seus vizinhos, outro galo nos cantava. Os anos passaram, as asneiras foram-se acumulando e agora estamos como estamos. O galo está pendurado no poleiro, de pernas para o ar. À procura do Norte, como a generalidade dos tomarenses. E não há meio de o encontrarem... O que não admira, uma vez que insistem em odiar e agredir verbalmente bodes expiatórios que lhes foram subtilmente apontados por quem não tem qualquer solução alternativa aceitável, nem para o país nem para o nosso concelho. Lamentavelmente insistem na política do "quanto pior melhor", por enquanto sem violência. Valha-nos isso!

Descoroçoados com tal estado de coisas, iludidos por cartazes com temas políticos de fino recorte literário, manifestamente realistas e consensuais, do tipo "Roubam o povo e afundam o país", mais uma vez convocados por SMS para barafustarem contra não se sabe bem o quê, os cidadãos corresponderam assim como se vê na foto. Eram mais os convidados do Mirante, os jornalistas e os polícias à paisana do que os manifestantes.

Vindo a pé da Rua do Pé da Costa de Baixo, onde a viatura oficial o tinha deixado, Miguel Relvas desceu tranquilamente a Rua do Teatro e entrou no dito. Só uma voz gritou bem alto "Vai para Angola". Era uma jovem senhora grávida. Já no interior do cine-teatro, o governante, aqui na qualidade de presidente da Assembleia Municipal, não escapou às sanguessugas da comunicação social alfacinha, que nunca desistem de buscar avidamente material para remoer. E como não têm tempo e ocasiões de sobra em Lisboa, os jornalistas locais -para eles pobres papalvos provincianos semi-analfabetos- são forçados a prestar-lhes uma espécie de vassalagem. Só podem fazer perguntas depois de os senhores das têvês e dos diários terem questionado sobre aquilo que só eles julgam ser a actualidade. Desta vez, a informação local até teve relativa sorte. Nenhum dos "catedráticos" perguntou ao ministro qual a opinião sobre os recentes acontecimentos no Sporting. Mas não deve tardar. Triste país! Pobre terra que tais filhos tem!