As próximas eleições internas do PSD, nas quais Carlos Carrão joga o seu futuro político, parecem desde já enfermar da crónica maleita tomarense: falta de clareza e de substância. Pelas bandas do simpático João Tenreiro (que um conhecido cidadão alcunhou de "João Tenrinho") sabe-se que a sua candidatura não é contra ninguém e conta como mandatário com um tomarense de reconhecido lastro cultural -Luís Pedrosa Graça. Quanto a linhas de orientação programática, se as havia mesmo no bem redigido comunicado, confesso que me escaparam completamente.
Do lado do agora presidente por sucessão Carlos Carrão (rima e é verdade) também já foi dito que a lista não é contra ninguém. O que, seguindo o mais lógico dos raciocínios, nos leva à conclusão oposta. Se ambos os candidatos se proclamam consensuais, será certamente por existir pelo menos uma embrionária fractura. Caso contrário haveria uma única lista. E nem sequer refeririam esse detalhe. Ou estarei a exagerar?
Outro ponto em desfavor do candidato Carrão, além da já assumida discordância com algumas posições da actual comissão política, resulta do facto de ter afirmado publicamente que conta com o apoio de Miguel Relvas, sem que todavia este tenha até agora vindo a terreiro autenticar tal asserção. Mau indício, portanto.
Em todo o caso, qualquer que venha a ser o resultado do referido escrutínio interno e o respectivo vencedor, a continuar pelo actual percurso, ainda não será desta vez que os social-democratas nabantinos ficarão artilhados com um projecto-programa à altura da grave conjuntura que atravessamos. A menos que os candidatos se estejam a guardar mais para o fim e venham ainda a brindar os seus companheiros e os tomarenses em geral com um viático promissor para o que vamos todos ter de padecer. Oxalá!
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