Numa altura em que, apesar da crise, parece exacerbar-se nos meios cultos o diferendo a respeito do acordo ortográfico e da respectiva implementação, é muito gratificante constatar que, apesar dos esforços de todos aqueles que pretendem transformar-nos num território de íncolas labregos, florescem cada vez mais cultores do luso vernáculo. Mérito do nosso avançadíssimo sistema de ensino e dos seus provadamente eficazes métodos pedagógicos, entre os quais resplandece o muito rigoroso sector da avaliação de conhecimentos. Claro que famílias parentais com tais pergaminhos pendurados nas paredes em forma de "canudos", só podem dar à ditosa pátria cada vez mais filhos aptos a singrar no ingrato meio da comunicação. Não só por dominarem na perfeição o papiar cristão (como em Malaca, de onde fomos corridos há quatro séculos pelos holandeses), mas também e sobretudo por terem perfeita consciência das suas extraordinárias competências. Há dúvidas? Pois aqui vai um excelente exemplo:
Continuam as dúvidas? Nada de infundadas preocupações. Antes de mais, porque o ínclito varão luso é previdente, coisa rara por estas paragens. Ainda está em plena tempestade conjugal, confrontado com as vagas alterosas do divórcio ao que tudo indica litigioso, e já cuida de encontrar porto de abrigo mais acolhedor que o actual. Depois, porque a aquilatar pelos sucessivos programas televisivos de alto coturno cultural, tipo Casa dos Segredos, não vão decerto faltar puras e doces donzelas a responder ao audacioso e tentador convite. Afinal, tudo indica que serão às centenas de milhar, pelo menos, as princesas tipo rainha do carnaval de Tomar 2012. E não é todos os dias que, estando "entreçada" num macho latino, sendo "apresentavel e amerosa", se pode "converçar" com um novo Camões, desta feita zarolho em ortografia. Não se pode ser bom em tudo!
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