sexta-feira, 30 de março de 2012

REALIDADE POLÍTICA VIRTUAL


É-me penoso ir por semelhante trilho, mas que hei-de fazer? Há uma semana Carlos Carrão respondeu a perguntas d'O TEMPLÁRIO. Esta semana foi a vez d'O MIRANTE. Entretanto, numa reunião de informação realizada em Tomar, foi-lhe dado um recado: "Carlos Carrão, um presidente de câmara sem problemas, porque o que não tem remédio, remediado está." Ou  não percebeu ou simula não ter percebido. E vai insistindo em fórmulas gastas, que não prestigiam nada nem ninguém. Como a da capa supra: "Vou provar que sou o candidato ideal". Estará a  mangar com os eleitores? Ou acredita mesmo naquilo que disse? Vai provar como? Onde? Quando? Com quem?
No dia a dia da urbe constata-se ser de profundo desânimo a tendência geral. Falta de limpeza, desemprego, encerramento de estabelecimentos, prédios arruinados... E uma autarquia cujo executivo não ata nem desata. Os dois eleitos socialistas dizem estar fartos de aturar os outros. Os IpT não querem nem por sombras fazer acordos duráveis com o PS ou com o PSD. O PSD, enfim, nem conseguiu manter a mancebia com o PS nem convencer os IpT para um amiganço de interesses. Mas todos estão em fase Duracell: E duram e duram e duram! Para além das senhas de presença e dos fins de mês, ninguém entende para quê.
Numa tal situação, reafirmar que pretende ser o próximo cabeça de lista laranja, após ter demonstrado ser o candidato ideal, não passa afinal de uma infantilidade política. Com efeito, tendo em conta a gravidade da situação, para se conseguir recuperar alguma da credibilidade perdida já não basta ir assumindo atitudes narcísicas, daquelas em que o próprio umbigo é implicitamente considerado como o centro do Mundo. Acabado há muitos meses o reinado das farturas e das vacas gordas; doravante sem dinheiro para extravagâncias tipo passeio/comezaina/tintol/bailarico à custa dos contribuintes, o que o presidente em exercício deverá fazer é informar com verdade todos aqueles que por aqui restam ainda. Dizer-lhes que medidas tenciona propor para ajudar à recuperação económica. Indicar quando e como serão financiadas e implementadas. Acrescentar, se possível, quais são as grandes linhas da sua acção até final deste mandato, uma vez que sempre tem recusado demitir-se, assim obstando a eleições intercalares.
Cuidando benzer-se, parece-me que partiu o nariz. Pelo caminho que as coisas levam, vai chegar ao final do mandato mais queimado que o carvão, o que não só o impedirá de ser escolhido para liderar a lista PSD, como até de a integrar. Quinze anos é uma eternidade em política, sobretudo quando as coisas começam a descarrilar, como é caso. Se exceptuarmos alguns beatos-laranja, os eleitores restantes estão fartos de tanta inépcia, de tanta teimosia, de tanto cabotinismo. Estão cansados de tanto paleio. Querem e precisam de soluções. Quanto antes!

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