quinta-feira, 1 de março de 2012

IMPRESSIONANTE!

Foto 1 - A rotunda doravante com o nome de Mário Nunes durante o baptismo.

Foto 2 - A mesma rotunda, terminada a cerimónia oficial

Foto 3 - A manifestação já a caminho do hospital

Foto 4 - Os manifestantes já à entrada do hospital, no momento em que usava da palavra o presidente da junta de freguesia de Paialvo (PCP/PEV).

Foto 5 - Os manifestantes pouco antes de começarem a dispersar.


Fotos 6 e 7 - O mesmo local ao fim da tarde

Impressionante, a teimosia dos políticos tomarenses perante a reforma hospitalar. No dia em que se comemora  o aniversário da fundação da cidade, resolveram convocar mais uma manifestação de repúdio pela reestruturação em curso, a nível regional e na área da saúde. Desta vez até pediram para os participantes irem de luto, levando flores e velas. Aparentemente pelo menos, ainda não intuíram que a dita reestruturação do CHMT não é política mas técnica. O que significa três coisas. Por um lado, que é inevitável e irreversível. Por outro, que o governo acolheria de bom grado todas as soluções alternativas susceptíveis de proporcionar os mesmos resultados. Infelizmente ainda não apareceu nenhuma. O contrário é que seria surpreendente.
Impressionante também, a obstinação dos tomarenses face à mesma problemática. Apesar de largamente convencidos, segundo tenho podido constatar nas conversas de todos os dias, de que "vão fechar o hospital", apenas pouco mais de 50 participaram na manifestação de hoje, convocada pela comissão de saúde da AMT, pelo PS e pelos IpT. Estes até publicaram um destacado convite no Cidade de Tomar.
Impressionante finalmente, a evidente cegueira de uns tantos, que ou não vêem mesmo, ou fingem que não vêem de onde sopra o vento e qual o real objectivo da contestação. As flores e as velas deixadas no local junto à entrada do hospital, acabaram eclipsadas pelo tosco cartaz da foto 7. O qual evidencia a fractura entre quem convocou a manifestação e recomendou que levassem flores e velas, por um lado; e os funcionários do hospital, por outro. Para além de discordarem abertamente, os autores do cartaz usam uma linguagem de confronto num quadro de luta de classes, recorrendo até à conhecida frase de De Gaulle, durante a 2ª guerra mundial, quando se refugiou em Inglaterra: "A França perdeu um batalha, mas ainda não perdeu a guerra."
Infelizmente para quem inspirou o cartaz e felizmente para os tomarenses em geral, não há guerra nenhuma, nem se prevê que venha a haver. Temos um governo legitimado pelo voto popular livre e universal, que está obrigado a cumprir um documento negociado e subscrito pelo governo anterior. Esse documento implica  centenas de reformas dolorosas e por isso impopulares, que os governantes da melhor vontade se absteriam de implementar, se pudessem. Trata-se contudo de reestruturações técnicas, tendo em vista racionalizar a utilização dos meios disponíveis e procurar reduzir os défices. Nestas circunstâncias, exigir ou pedir a suspensão da reestruturação agora quase concluída, equivale na prática a pretender que tudo continue como dantes. O que não é sequer imaginável, uma vez que os representantes dos credores externos do país não andam a dormir nem têm os olhos nos bolsos das calças.
Em conclusão, mais uma iniciativa falhada e ridícula, que devia envergonhar os seus promotores e entristece sobremaneira os tomarenses que como eu começam a estar pelos cabelos com tanta aselhice em tão pouco tempo. Ó senhores! Tenham pelo menos a modéstia e a decência de seguir o conhecido conselho do cabo de corneteiros do 15: "Quem sabe toca! Quem não sabe, passa a corneta a outro!"

2 comentários:

joseccorreia disse...

Patético,ridículo e mal intencionado.

Será que já nem há um resto de vergonha !

E agora,depois de tamanho sucesso,o que se segue naquelas cabeças de oiro?

E vamos continuar a fingir que há seriedade nisto? E que são estes "lorpas" armados em estadistas que vamos gramar ?Devem haver outros um bocadinho melhores!Piores custa a acreditar.

Leão_da_Estrela disse...

Pois eu confesso que não conheço ao pormenor esta coisa do hospital, apenas o que acompanho no jornal de que sou assinante.

É sempre mais fácil, contudo, opinar quando se está de fora e se não é atingido pelos acontecimentos, tendo-se até uma visão mais fria do assunto.

Assim "a olho nu", Tomar, Abrantes e T. Novas, farão um raio de aproximadamente 30,35 Km. Não busquei o número exacto de habitantes "clientes" dos hospitais destas três localidades, mas não chegarão certamente a 100 mil.
Nos tempos que correm, será um luxo!
Fossem os tempos outros e as vacas gordas, seria demonstração de vitalidade e prosperidade, o que infelizmente não é o caso; logo, parece-me razoável que se reestruturem as três unidades de saúde, de forma a reduzir substancialmente os custos, sem, de maneira alguma, reduzir a qualidade do serviço a prestar às populações.

Todos sabemos como nasceram estas unidades de saúde ( e outras por aí ), para pagar favores, por influências partidárias, por pura megalomania até, algumas delas. Sem cuidar de saber como iriam ser pagas; assim a modos que quem vier atrás, que feche a porta...

Já disse, sei pouco dos contornos desta reestruturação, mas a 150 km de distância, parece-me razoável.

(já sei que alguns me virão dizer que "pimenta no cu dos outros é refresco", mas eu digo o que penso, felizmente sou de pensamento livre).