segunda-feira, 12 de março de 2012

A moléstia tomarense é antiga


Na terra gualdina, os problemas com o turismo e o desenvolvimento económico não são de hoje. Praticamente começaram logo após o 25 de Abril, quando os novos tempos implicaram acções locais que quase nunca aconteceram. Com duas excepções: foi possível conseguir a classificação do Convento de Cristo como Património da Humanidade e a criação em Tomar de uma Comissão Regional de Turismo. O que veio depois é conhecido. No Convento houve melhorias no restauro e conservação, mas as entradas começaram a ser pagas e deixou de haver visitas guiadas para todos. Quanto à Comissão Regional de Turismo, após vários mandatos anódinos, acabou por ser integrada na Entidade de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, situação que se mantém e que não será alterada pela reestruturação em curso.
Entretanto tinham-se multiplicado as omissões, as ocasiões perdidas e os erros de gestão. A ilustração supra documenta uma das acções mais caricatas dessa época. Ao contrário do que quem lê possa pensar, não se trata de qualquer montagem ou arranjo de Tomar a dianteira. O cartaz existe mesmo e pode ser visto nomeadamente na sede local do Sindicato dos Professores da Zona Centro, ali na Praça da República. Resultou de uma estranha parceria entre responsáveis turísticos tomarenses e aveirenses, que permitiu pôr a Janela do Capítulo senão a banhos, pelo menos nas praias da Costa de Prata (Aveiro). A demonstrar que quando os herdeiros não sabem o que fazer com o património que lhes foi deixado, outros lhe chamam um figo. E mais de 30 anos decorridos, continuamos a aguardar um política municipal de desenvolvimento turístico que não nos envergonhe e possa alavancar a economia local. A moléstia tomarense é antiga, tudo indicando ultimamente que tende a agravar-se.

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