Numa altura em que alguns eleitos socialistas (e outros que nem tanto), parecem algo excitados com a minha nomeação para uma comissão hospitalar de sete cidadãos, sem direito a qualquer tipo de remuneração, parece-me oportuno abordar um tema muito tomarense -fazer alguma coisa por Tomar. Afinal, quem é que realmente procura honrar os seus deveres de cidadania? Os sacadores de todos os estilos? Os sapadores? Os intolerantes? Os invejosos? Os canhestros em toda a linha? Ou pelo contrário aqueles que, tão discretamente quanto possível, vão fazendo o que podem em prol desta desgraçada terra que tais filhos tem? Que não se sabem governar nem querem que os governem.
O MIRANTE publica uma esclarecedora entrevista com a directora da Escola Secundária/3 de Santa Maria do Olival. Maria Celeste de Sousa que, não sendo tomarense de nascimento, escolheu Tomar para viver e falou desassombradamente. Das suas declarações, destaco: "Não tenho dados que me permitam dizer que os melhores alunos são de um determinado extracto social. Temos casos de bons alunos cujas famílias têm dificuldades económicas. Neste momento temos uma ex-aluna que está no ensino superior, graças ao apoio de um amigo da escola. Uma espécie de mecenas.
Às vezes perguntam-me se esta escola é elitista. Eu digo que sim, se considerarmos que elitismo é ser exigente, rigoroso, trabalhador, empenhado, responsável...
O nosso amigo e mecenas é o Dr. Correia Leal, um conhecido médico de Tomar, pessoa de mérito e com grande sucesso profissional. Tem colaborado imenso com a escola em termos financeiros. Apoia projectos de estudantes e neste momento está a apoiar essa aluna, que de outra forma não poderia frequentar o ensino superior.
Tem aqui um filho no 9º ano e interessa-se pelo que se passa na escola. Temos recorrido a ele frequentemente e para além de apoiar projectos de alunos, tem-nos ajudado a concretizar algumas iniciativas de carácter social, como a entrega regular de cabazes de alimentos a famílias de alunos nossos." (O MIRANTE, 22/03/2012, páginas 28 e 29)
Pois é este o terrível capitalista que sapadores ligados às manifestações anti-reforma hospitalar acusaram, sem qualquer respeito pela verdade factual, de pretender comprar o sexto piso do hospital de Tomar!!! Ele há gente que se estivesse muda e queda, então sim, prestaria um bom serviço a Tomar!
O TEMPLÁRIO publica igualmente uma entrevista, mas com outro tipo de eleito: O presidente Carlos Carrão. Três temas me parecem merecer destaque, que são a sua eventual candidatura em 2013, o problema do Flecheiro e a recuperação do Mercado Municipal.
Em relação ao seu futuro político Carrão mostra-se mais realista. Diz-se apostado em fazer um bom ano e meio de mandato, de modo a marcar a diferença. Acrescenta porém que caso não consiga, será ele o primeiro a reconhecê-lo, renunciando a candidatar-se. Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
Sobre o futuro do mercado municipal, digamos que está 50% equivocado. Fala em consultar a ASAE, no sentido de apurar que melhoramentos serão necessários para reabrir os velhos pavilhões, o que é correctíssimo. Contudo, logo a seguir revela ignorância em relação à envolvência económica e ecológica. Do ponto de vista económico, já não faz qualquer sentido (se é que alguma vez fez) edificar ali um conjunto de novos estabelecimentos comerciais, após os encerramentos prematuras ocorridos por esse país fora. As vacas gordas foram-se e tarde ou nunca voltarão.
Há depois, ou mesmo previamente, um berbicacho de todo o tamanho para resolver. A cobertura dos pavilhões do mercado é em chapa de amianto, cuja substituição é condição sine qua non para o QREN poder financiar. Normas europeias compulsivas. O mais complicado, todavia, é encontrar uma empresa certificada para retirar as placas, e um local autorizado para as depositar. Não é nada fácil, longe disso. Na ex-base alemã, agora Aeroporto devoluto de Beja, estão guardadas há mais de 20 anos largas toneladas de chapas de amianto, que ninguém sabe para onde levar...
Em relação ao Flecheiro, o actual presidente foi franco. Reconheceu ter-se perdido antes uma boa ocasião, pelo que agora a autarquia não tem qualquer hipótese em carteira para resolver o problemas dos acampamentos ciganos. Mas há solução, digo eu. E não é assim tão difícil.
Tomar vai ter quatro cantinas sociais, noticia o CIDADE DE TOMAR, enfatizando a acção coordenada da Segurança Social e dos Serviços Sociais da câmara. O que significa que a situação social se agrava singularmente de dia para dia, não se vislumbrando saída possível a curto, médio ou longo prazo, uma vez que a autarquia não dispõe de modelo de desenvolvimento económico a implementar, e sem isso...
Carlos Carrão bem fala -finalmente!-na simplificação de procedimentos, tendo em vista atrair investidores. Mas alguém minimamente informado quererá, numa conjuntura tão difícil, arriscar-se a enfrentar a bem conhecida, onerosa e temida burocracia nabantina? Vai levar anos a mudar a imagem repelente para investidores que tem sido e vai continuar ser a nossa. Desgraçadamente. E com os eleitos que temos, salvo uma ou outra honrosa excepção...
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