Bolsa de Turismo de Lisboa
Tomar tem que se promover. Não pode esperar por milagres ou rosas caídas do céu!
Escreve António Freitas, jornalista
Decorreu em Lisboa, um pouco mais tarde que o habitual, a grande montra do turismo nacional e internacional, a Bola do Turismo de Lisboa, que durante cinco dias levou à FIL, no Parque das Nações, milhares de visitantes e profissionais do sector. Em 2011, numa acção bem planeada pelo vereador do turismo da autarquia tomarense, Luís Ferreira, Tomar teve um magnífico stand com funcionárias municipais, a promover Tomar, a Festa dos Tabuleiros e tudo aquilo que fazemos, para além da beleza e riqueza paisagística e patrimonial. Desta vez, ou por quem tem a responsabilidade do pelouro pouco saber de promoção e da forma como se deve fazer e estar nos locais certos, ou por falta de verba, Tomar esteve apagada e "envergonhada". A custo lá se descobria um folheto da cidade, na mega instituição e stand que é o Turismo de Lisboa e Vale do Tejo. Que pode promover muito bem a vasta região, mas não cativa o passante, nem transmite a imagem da nossa cidade. Está visto que têm de ser as câmaras a dar o corpo ao manifesto, a fazer pela vida e a alugar espaço, indo para o terreno. Confiar no trabalho dos outros no quadro de uma mega região, leva a concluir mais uma vez e Lisboa é a capital, o resto é paisagem.
Mas nem tudo foi mau. Antes de saborear, no stand do Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, a açorda de sável, que Vila Franca de Xira em boa hora levou à feira, descobri o bom trabalho do Hotel dos Templários, que por intermédio do seu director, Vítor Pais, promovia a excelente unidade hoteleira, os vinhos da Herdade dos Templários, com Saúl Gonçalves e, cereja em cima do bolo, actores do Fatias de cá, vestidos à época, distribuiam pelo pavilhão da feira o programa do próximo espectáculo, A Tempestade, de William Shakespeare, que a 31 de Março vai revolucionar Tomar com teatro livre, ao ar livre e entradas livres. A não perder!
Regressando ao stand do TLVT, enquanto Ferreira do Zêzere exibia a programação da festa "Depenicando" e focava a Omelete que vai entrar para o Guiness, como Capital do Ovo, Setúbal promovia o Festival da Caldeirada. Sobre Tomar, porém, nem um papelinho do Congresso da Sopa, do Festival da Lampreia ou do Festival de Estátuas Vivas. Alguém falhou e Tomar e os tomarenses perderam. Está visto que Tomar tem de, através da autarquia, marcar presença, sempre com módulo próprio. Numa altura em que a organização precisa de vender espaço a preço de saldo, para conseguir encher a feira, não é por se gastar dois a três mil euros -quando se gastou bem mais no carnaval, com zero proveito turístico- que se deve deixar de estar presente na BTL. Em fase de "vacas magras", os funcionários do turismo municipal têm de voluntariar-se, fazer pelo seu ganha pão e pela vida. Nada de ajudas de custo, deslocações ou horas extra para "adoçar custos". Esperar por milagres ou rosas caídas do céu na área da promoção turística, é pura utopia. O Turismo de Lisboa e Vale do Tejo começa em Setúbal, passa por Lisboa, acabando nas margens do Nabão, e lá diz o velho ditado que "as pontas são as primeiras a ser destapadas".
Tomar, como cidade que se quer afirmar pelo turismo d ponto de vista da sustentabilidade, não pode deixar a sua promoção por mãos alheias. Os autarcas têm de estar atentos, pois é o próprio governo e a secretária de Estado do Turismo -Cecília Meireles- a lembrar aos portugueses que podem ajudar a economia nacional com as suas férias.
O governo aposta este ano nas férias cá dentro e em épocas de crise Tomar pode ganhar muito com um bom ano turístico nacional. Mas como se pode comprar turismo nabantino se o município enquanto tal não esteve presente na maior montra de turismo que se realiza em Portugal?
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