sábado, 10 de março de 2012

Coincidência oportuna...


A Comissão de Saúde da Assembleia Municipal de Tomar esteve ontem reunida com o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Dessa reunião resultou um comunicado, que pode ser lido clicando aqui. Tanto quanto percebi -defeito meu, certamente- há alguma incoerência no documento, uma vez que considera não fundamentadas as opções do CA do CHMT, sem contudo fundamentar as próprias opções dos membros da comissão parlamentar municipal: "Após esta reunião a Comissão de Saúde... ...conclui que pelos argumentos apontados não foram dadas respostas fundamentadas sobre a aplicação deste plano de reorganização do CMT. Uma argumentação baseada no facto de o corpo clínico resistir às decisões do CA e de não respeitar a hierarquia, não é aceitável." Cabe perguntar porque não, visto que sem obediência a determinações legítimas e sem respeito pela hierarquia é impossível gerir satisfatoriamente o que quer que seja. Nem os anarquistas ousaram até agora ir tão longe.
Outro aspecto assaz curioso do referido comunicado reside no facto de, além de continuar a exigir a suspensão da reforma do CHMT, acrescentar que vão continuar a lutar pela revogação do Despacho 5414/2008, de 28 de Fevereiro. Só agora, decorridos 49 meses? Bem sei que tarde é o que nunca vem, mas tanto tempo dá que pensar. Até se pode cogitar que o referido diploma era bom enquanto durou o governo Sócrates, pelo que nunca foi posto em causa pela Assembleia Municipal de Tomar.  Mas agora com o governo PSD, o caso muda de figura... Ele há coisas!
Afortunadamente, neste mesmo dia, Ana Jorge, a médica ex-ministra da saúde do governo Sócrates, diz no EXPRESSO de hoje, páginas 20/21, coisas com muito interesse para esta zona do país, para os seus políticos, os seus profissionais hospitalares e os seus habitantes: "Os serviços de saúde têm de ser pensados de uma vez por todas em função das populações e não dos médicos. Os profissionais têm de ir para onde fazem falta. Não são os doentes que têm de ir para onde eles estão. ... ...Adiaram-se muitas medidas necessárias por causa de pressões. No meu governo e no meu mandato, enquanto fui presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. No total foram dez anos. Vim-me embora de presidente da ARS porque tinha feito uma proposta à ministra da altura para concentrar as maternidades Alfredo da Costa e Magalhães Coutinho (Estefânia). Doze anos depois, tive de fazer isso no ministério e foi a contestação que foi... As maternidades ficam uma em frente da outra. Já se sabia há 12 anos que isto era necessário. Mas continuam ambas a funcionar.
Também se tinha feito alguma coisa a nível da concentração dos três hospitais do Médio Tejo (Abrantes, Tomar e Torres Novas), para ficar uma só urgência. Passados anos estavam a funcionar duas. Não é possível por pressão, não apenas dos autarcas, mas dos próprios profissionais de saúde. E eleitoralistas. Já se sabe que não se podem fazer alterações profundas próximo de eleições. Ninguém faz.
... ... Mas fazer cortes é muito difícil. Houve alturas em que sofri muito. Tive insónias e acordava às quatro da manhã porque era angustiante tomar algumas medidas mais duras, que eram necessárias.
Nesse sentido, a tarefa está facilitada para o actual ministro da saúde?
Do ponto de vista da gestão, sim. Tem de cortar e portanto corta.
Tenho uma boa relação com o Dr. Paulo Macedo. O papel dele neste momento é muito difícil, porque os constrangimentos financeiros são reais e é preciso tomar medidas que podem pôr em risco a qualidade da saúde. Mas é possível minorar os efeitos dessas decisões se houver capacidade de diálogo  e envolvimento dos profissionais em cada instituição."
Exactamente aquilo que falta no caso de Tomar. Não só a Comissão de Saúde da AM continua a insistir na exigência da suspensão imediata da reforma, como agora também considera que os profissionais envolvidos podem resistir às instruções que lhes são transmitidas e não respeitar a hierarquia. Com semelhantes posições, não há diálogo possível, posto não existirem maiores surdos do que aqueles que não querem ouvir. É triste, mas é o que temos.

4 comentários:

Pata Brava Tomarense disse...

Professor Rebelo por favor candidate-se. O que o faz balançar? Avance que por certo a juventude e a inteligência tomarense apoiá-lo-ão.

Pata Brava Tomarense disse...

Professor candidate-se por favor!

jccorreia disse...

Senhor Professor Rebelo

O comunicado da fantástica comissão de saude (?) da AM de Tomar revela o gabarito intelectual e a honestidade e coerencia política dos ilustres membros. Espanta-me como uma dita promessa do PS assina tamanho desconchavo!
Vão ficar para a história pelas piores razoes.Ligados aos sapadores e sacadores do CHMT(para usar as suas expressões oportunas e certeiras). Vai ser uma questão de pouco tempo.Sempre quero ver onde vão
ficar as grimpas.Porque de vergonha nem será bom falar.
Perder mais tempo com indivíduos deste gabarito? Obrigado mas chega.
Uma ultima palavra apenas para os actuais representantes do PSD,partido fundado por Sá Carneiro!Uma vergonha. O partido das Donas Rosas!
Que se esfarrapa para liderar a luta e a contestação ao governo do ....PSD. E que são evidentemente apoiados pelos adversários politicos. O jovem Tenreiro começa
mal. E com ligações estranhas embora seja uma história antiga, a um antigo presidente outra vez desesperado para saltar para o poleiro. Se for considerado útil poderei voltar ao assunto.
Valha-lhes o santo Carrão!

Unknown disse...

Para Pata Brava Tomarense:

Reafirmo o antes difundido: Estou disponível, mas não estou farto de estar bem. Não renego porém os meus deveres de cidadania. Se os meus conterrâneos assim o entenderem e se houver apoio que considere suficiente, poderei avançar. Para um único mandato e sem receber o respectivo vencimento.
Cabe aos cidadãos que fazem o favor de acreditar nas minhas capacidades começar a criar uma rede, capaz de desencadear um amplo movimento tendente a ressuscitar Tomar.Levá-la novamente àquilo que já foi durante séculos: Capital Templária.
Saúdo-a com cordialidade e alegria de viver à beira-Nabão.