O TEMPLÁRIO, 20/09/2012, página 6
Parafraseando Clemenceau, "Se querem resolver o problema, resolvam; caso contrário nomeiem uma comissão". Em Tomar, no caso do Festival de Estátuas Vivas, estamos praticamente na mesma: Se querem resolver o assunto, resolvam; caso contrário mandem fazer um estudo. Segundo esta notícia do Templário, o presidente Carrão declarou que "com ou sem financiamento, a Câmara defende a continuidade do Festival de Estátuas Vivas". Tradução em português corrente: É ano de eleições, por isso vamos avançar, que depois logo se vê e os contribuintes pagam sempre tudo, de uma maneira ou de outra.
De seguida, o autarca aventa duas novas e eventuais fontes de financiamento, por sinal ambas dependentes de Bruxelas, tal como o QREN, que financiou integralmente as três primeiras edições. São elas a Rede de Cidades Medievais e a ADIRN. Só depois Carrão anota a hipótese de entradas pagas. "Mesmo a um preço simbólico", acrescenta, que é como quem diz, para tentar calar os contestatários.
E aqui temos a vera origem da nossa desgraça colectiva. Produtos de determinado tipo de ensino -ou da falta dele- autarcas e outros políticos especialistas em ideias gerais demonstram a cada passo ter o cérebro formatado de certa maneira, nele não cabendo outra concepção da sociedade que não seja a de pessoas e instituições sustentadas pelo Estado. Como nos governos de socialismo real que ainda subsistem. É triste, mas é o que temos. E depois lastimam-se perante o estado a que isto já chegou, quando o pior ainda está para vir.
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