sábado, 20 de fevereiro de 2010

DUROU POUCO A LUA DE MEL...


Era previsível, mas a realidade está a exceder as expectativas. Paixão súbita, namoro expedito, casamento prematuro e de conveniência. Os resultados do estranho matrimónio 3+2 começam a surdir. Nos locais alaranjados, os descontentes falam cada vez mais alto. Até já há, ao que se diz, uma lista anti-coligação. O habitual estratega, que até agora se saía tão bem, começa a não saber para que lado se virar. O timoneiro legal confirma a evidente "falta de pulso" antes divulgada, que a sua excelente educação não consegue ultrapassar.O marido anda eufórico. Pudera ! Foi um verdadeiro casamento "à alentejana", daqueles à moda antiga: só levou o que tem no corpo ! A noiva é que trouxe o resto.
Vai daí, têm-se sucedido a cenas pícaras, dignas do antigo Parque Mayer, nos tempos áureos das revistas. A da leitura do panegírico dos "100 dias de governo Sócrates" foi de morrer a rir. Uma pena não ter sido filmada. Sobretudo no que concerne ao semblante da "recém-casada".
Agora é a aventura das comemorações da fundação de Tomar. A dez dias da data, ainda não é conhecido o programa, nem sequer o seu esboço. Apesar do estratega do costume ter anunciado em tempo oportuno, antes do desastre eleitoral, quem ia convidar para "comissário". Seguiram-se reuniões e mais reuniões, já com a presença do "marido", na qualidade de novo patrão da cultura. Académicos reputados também participaram, mas qual quê ! Tudo esbarrou num convite, numa comissão e numa comemoração. O convite foi para "Responsável de projecto" (neste caso cultural) a tempo inteiro. Cidadão íntegro, coerente e experiente, o convidado recusou. "Quando a esmola é grande, o santo desconfia". Seguiu-se uma comissão que o integrava, apesar de..., e um esqueleto de programa incluia algumas ideias suas. O Diabo é que previa a comemoração do duplo centenário das Invasões Francesas, o que, numa terra onde os soldados gauleses queimaram, fizeram trinta por uma linha, de tal forma que até nos ficou a expressão "foi para o Maneta", por causa do general Loison, que tinha o seu QG em S. Miguel de Porrais (agora Carregueiros), e só sabia uma frase em português aproximado, quando lhe apresentavam algum prisioneiro: "fusiller já !" Assim sendo, como facilmente se entende, não há condições para comemorações.
Acossado pela "esposa" por estas e por outras, o "marido" não esteve com meias-tintas, recorreu ao tradicional comportamento dos amásios por interesse -"Se queres brincadeira, pagas. À borla não. Não há dinheiro, não há palhaços." Chantagem, pois então ! Assim enganada, ultrajada e constrangida a "esposa", triste, baixou a bola, pois ainda tem o primeiro filho do matrimónio (o "orçamento" para 2010) a aguardar baptismo pela Assembleia Municipal. E seria uma escandaleira se lá aparecesse sem o apoio do "consorte", cujos votos são indispensáveis. Depois logo se verá !
Quer isto dizer que, dependendo do resultado da concelhia dos laranjas, os próximos tempos vão ser assaz movimentados por estas bandas. Ainda bem, porque sempre muda um bocadinho em relação ao rame-rame habitual, que é como quem diz a pasmaceira de sempre. Não há como a malta do avental para animar o pessoal ! Graças a Deus que são ateus !

18 comentários:

Anónimo disse...

Prof.Rebelo:
Sou alentejana. Os meus pais eram (já cá não estão) alentejanos e ofereceram aos convidados amigos e familiares, uma festa de casamento à alentejana.
Conhecedora como sou destas tradições, não vislumbro aqui a simbologia que pretende atribuir a esta coligação, relacionando-a com o casamento "à alentejana". Não será antes à Ribatejana? Ou à Minhota?Ou à Transmontana? E porque não antes à Tomarense? Ou antes à TOMARISTA?
Ora explique lá melhor, se f.f.,senhor professor, porque sou mesmo alentejana, e não percebo.
Cumprimentos,
Alice Marques

Anónimo disse...

"Cidadão íntegro, coerente e experiente, o convidado recusou."

Ó caro doutor, o amigo não é ingénuo pois não? Analise lá bem a situação em concreto, e veja bem o historial do cidadão, a ver se percebe bem de que material lhe são feitos os telhados.

Sebastião Barros disse...

Cara conterrânea Alice Marques:
Obrigados pelo seu comentário que compreendemos perfeitamente. Contam-se tantas dos alentejanos, que às tantas... Creia que não é o caso, como já vai poder julgar.
Nos anos 60 e 70 do século passado, quando os ricos proprietários agrícolas alentejanos e ribatejanos (os das herdades...) ainda não tinham sido despromovidos (ou promovidos ?) a latifundiários, aqui nesta zona do país onde vivemos, o grande sonho de qualquer rapaz solteiro, sobretudo se universitário ou oficial das forças armadas, era arranjar um "casamento à alentejana". Um enlace em que o noivo apenas levava uma mala com a sua roupa e a noiva (ou os pais, ou os padrinhos) forneciam o resto: a festa, a casa, os móveis, os raros electrodomésticos, a roupa doméstica e/ou o enxoval da noiva. Nalguns casos até um emprego para o novo membro da família. Ainda tivemos ocasião de ser convidados para um casamento desse tipo, ali entre Constância e a Barquinha. E foram muito felizes !
Estará certamente de acordo que aconteceu agora, na política tomarense, exactamente a mesma coisa. Os vereadores PS levaram os votos, e os laranjas asseguraram o resto. Incluindo os empregos para os novos membros da família maioritária... Ou estaremos a ver mal ?

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

Parece claro que não existe a mínima noção do que deve (ou poderá) ser feito para a comemoração.

Avanço um bitaite inspirador: utilizem aquela definição de A.Herculano:"A história pode comparar-se a uma Coluna Polígona de Mármore. Quem quiser examiná-la deve andar ao seu redor, contemplá-la em todas as faces".

Relativamente a Tomar, identifiquem, em cada face, um facto importante: somarão quatro.
E não saiam daí, para não se dispersarem e resultar em salganhada.

1ª. Face: Tomar na Fundação da nacionalidade + o Irmão Gualdim.

2ª. Face: Tomar na Revolução de 1383/1385

3ª. Face: Templários/Epopeia Descobrimentos

4ª. Face: Tomar na 1ª. linha para implementar uma revol. industrial em Portugal.

Esqueçam o séc. XX. Incluir as invasões francesas?! Minha nossa...

Volto a insistir: ponham à frente dessa Comissão o Manuel Antunes Faria. Não é um intelectual mas tem vocação invulgar para estas coisas, apoiado por pessoas conhecedoras. O autor deste blogue é imprescindível nessa comissão.

E não há pão para malucos. Ou seja: não há euros para ninguém. Voluntariato. À borliú.

Ponham os estabelecimentos de ensino a colaborar.

Privilegiar realizações ao ar livre.

Concentrar as realizações de Maio a Setembro.

Evite-se abordagem demasiadamente erudita.

Este bitaite é um desafio a outras opiniões.

Anónimo disse...

Espera aí, como é que é?!
Manuel Faria + voluntariato?!

Não estou a perceber, o que é que soa mal neste conjunto?

Quanto à história do casamento à alentejana ou à tomarense, não estou bem certo que seja bem como o Dr. Rebelo diz. No estado das coisas como estão e do que se conhece dos protagonistas, não sei bem quem é que tem menos para oferecer a quem...

Anónimo disse...

Sejamos francos. A actual coligação não é mais do que a comunhão de interesses pessoais do Relvas e Ferreira. As Secções locais não são mais do que pequenos feudos e os seus presidentes (Vicente e Cristovão)moços de recados.
O Ferreira é uma personagem sinistra sem qualquer mérito que ascendeu ao excutivo vendendo a alma e a ética do PS; Para ser verdadeiro, já nem sei se o PS actual, com tudo o que se vai sabendo, representa outra coisa que não os corruptos.
O PSD do passado próximo (Oliveira Costa, Dias Loureiro etc..) pertence à mesma lixeira. Por isso a ALMA do PS foi vendida por um prato de lentilhas!!!
Que pena.
Apelo aos socialistas com Honra que lancem o grito e libertem o partido desta canalha que actualmente o dirige.
Faço os mesmos votos à lista do PSD, desejando que sejam bem sucedidos e corram com a brigada do reumático e o palhaço do Vicente e companhia.
Até breve!

Sebastião Barros disse...

Não tem que estar certo ou errado. Trata-se de mera descrição daquilo que aconteceu. Quanto a saber quem dá, ou deu, o quê a quem, é muito provável que nem os próprios actores estejam muito certos sobre o papel que cada um deve desempenhar o melhor que souber.
Na política, como na música, ou em qualquer outra actividade, quem tem unhas é que toca guitarra. O problema é que as unhas são uma coisa de nascença. Ou se tem, ou nada feito. Há unhas artificiais. Mas não é a mesma coisa. Nem lá perto. Infelizmente. Quanto mais depressa os nossos autarcas compreenderem estas coisas simples, melhor será para eles e para nós todos. Afinal, o movimento prova-se andando.

Sebastião Barros disse...

Sou sim senhor ! Felizmente continuo tão ingénuo como sempre fui. É um defeito meu. Embora nem sempre pareça, continuo a acreditar que somos naturalmente bons e todos capazes de aprender. Uns mais depressa, outros mais devagar, outros ainda, lá mais para diante. O mundo não é de todo assim ? Paciência. O prejudicado sou eu.
Quanto à pessoa em questão, todos temos qualidades e defeitos, em proproções variáveis. Se fôssemos a escolher como amigos só os 100 % puros, morríamos de solidão.
Em todo o caso, sempre considerei que amigo não é aquele que nos diz aquilo que gostamos de ouvir. É o que nos diz a verdade, tal como ele a vê.

Anónimo disse...

Um ingrato esse Luis Ferreira que ao convidar uns acadêmicos se esqueceu de insignes historiadores do centro histórico. E nem manteve o vaidoseco do trincao na jogada. Um ingrato que há-de comer o pão que o diabo amassou, se mesta terra houver clarividência.

E o programa deve vir escondido nos aventais com que ele se decora com i rregularidade...

Anónimo disse...

Sr. Dr. Rebelo

Só umas pistas para o inolvidável Programa das Comemorações dos 850 de Tomar sob a divisa
A HERANÇA.

Centenas de Morteiros e foguetes a abrir às 09H07, cerimónias populares e solenes, almoço, largada de pombos, conferência temática com orador convidado, uma sessão em Lisboa, sessões de rua e a culminar lusidio fogo de artifício às 18H17.

Vai ser uma coisa em grande, uma festa de arromba!

Só faltou convidar o Sócrates e a Manelinha Ferreira Leite para a festança.

E, como a edilidade está a abarrotar em dinheiro, gastam-se pr´aí uns 15/20 mil euros e fica tudo contente.

É mais do mesmo, mas agora com umas embalagens de cetim e de celofane mais garridas, assim estilo ró-có-có abrasileirado.

Só falta mesmo incluir uma romagem à Rua da Fábrica e à dos Voluntários da República - com recepção apropriada dos pais dos nubentes!!!!!!!!

Claro que a Herança irá chegar e os herdeiros pagam a factura!!!!!!

E siga o baile desta boda à moda de Tomar!!

Viva a ética republicana de serviço público!

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 12:27

Obrigado pelo seu comentário bem-humorado, coisa rara nesta terra, onde quase todos os habitantes têm "cara de escritório" (para usar uma expressão de Lula da Silva).
Se conseguisse mandar-nos uma copiazita desse tal programa para lidiarrebelo@gmail.com, seria um grande serviço prestado à República, que somos afinal todos nós. Até os nubentes.
Entretanto repare na opção 7: Foguetes às 9:07, fogo de artifício às 18:17, os vereadores são 7, e até você enviou o comentário às 12:27. Realmente o 7 parece dar sorte ao pessoal do avental.Mas tudo parece indicar que o recente casamento autárquico de conveniência vai acabar feito num 8, os autarcas piram-se a 9 e os eleitores tomarenses vão herdar um rico 31.

Anónimo disse...

Mas se o dia 1 de Marco fosse organizado pela associação do pífaro ou da esquerda caviar já seria uma coisa de nível, aí seria seria...

Anónimo disse...

Ainda bem que não é organizado pelo pífaro!

Mas se fosse, a bacoquice não estava tão presente, porque a criatura até tem bom gosto e sabe fazer bem as festas, como já comprovou!

O charles caviar foi indicado pelo chefão, mas até se pirou a sete pés, porque não queria arranjar um trinta e um!

Sobram os do avental para a coisa ser mortal (rima e é verdade!)

Anónimo disse...

O caviar será que se pirou ou foi pirado?

Uma das sortes de Tomar foi deixar o pífaro a tocar à porta, senão não haveria orçamento que resistisse.

E lá vai a banda tocando e rindo.
Crise? Qual crise?
E que viva Tomar.

Sebastião Barros disse...

Um comentário, que presumimos destinado a este post,foi eliminado apesar de não conter palavrões ou ofensas gratuitas. Todavia, acusava implicitamente certo autarca de ter cometido crimes, o que só os tribunais podem ou não validar. Tomar a dianteira critica, é sempre pessimista, discorda, mas não faz nem aceita que se façam, aqui ou alhures, julgamentos populares. Tanto mais que nem se sabe quem acusa nem quem compõe o tribunal informal de ocasião.

Anónimo disse...

Pois é.

Mas o instrumentista (curiosamente também de sopro) de avental (segundo consta) gosta imenso de gastar o dinheiro (que não é dele!).

E entre um pífaro e um bombardino venha o Diabo e escolha.

Cá por nós antes as pombinhas da Praça da República e os patinhos do Nabão!!!!

Gaviões e abutres, manifestamente, NÃO!!!!!!

Anónimo disse...

Confundir Trombone com Bombardino é erro grave.

Quanto ao avental não restam quaisquer duvidas, basta consultar os blogues do líder do Ps local e do vereador da cultura e está lá bem à vista.

Quer um quer outro partilham rituais musicais e maçónicos comuns. Basta olhar e ver!

Anónimo disse...

"Confundir Trombone com Bombardino é erro grave."

Talvez seja.

Mas para um cidadão não entendido, que só sabe assobiar ou cantar (e mal), tocar campaínha de porta ou buzina de veículo, é absolutamente desculpável.

E, claro que também não usa avental, nem para lavar a loiça ou cozinhar!!!!!!!!