quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

OBRAS MUNICIPAIS: PRESO POR TER CÃO E POR NÃO TER ?





Preso por ter cão e por não ter ? Nem tanto ! Se o cãozito tiver alguma utilidade (guarda, companhia, caça, guia), o pessaol aqui do blogue promete não criticar. No caso presente, contudo, não conseguimos maneira de nos calarmos. As obras em curso junto à Ponte do Flecheiro são úteis ? São sim senhor, sem dúvida alguma. Até deviam ter sido previstas no projecto inicial, se as coisas não tivessem sido feitas como se sabe e é costume. Não é, portanto, a utilidade que se põe em causa.
O que se critica é que a autarquia, como habitualmente de resto, se mostrou neste caso uma estrutura pesada, lenta e sem sentido de oportunidade. Como habitualmente. Pesada e lenta, não surpreende. Como é sabido, os obesos têm sérias dificuldades de locomoção. E quanto mais obesos pior. No caso do município, já aqui foi dito e repete-se que tem funcionários a mais, mas falta de trabalhadores; de operacionais, como se dizia na guerra. Indo ao detalhe: há cada vez mais executantes municipais a queixarem-se do excesso de chefias. Há tantos chefes, disseram a Tomar a dianteira, que um diz faça assim, outro que faça assado, outro que frito, outro que cozido e ainda outro que estufado. -Fica um homem sem saber como é que há-de dançar ! Realmente, se assim é...
Com ou sem motivação, com ou sem chefes a mais, com ou sem directrizes claras dos políticos, neste caso da rampa do Flecheiro, a autarquia só ao fim de quase dois anos é que concluiu ser necessário melhorar o acesso sul ao mercado. Paralelamente, decidiu consolidar a aba norte da barreira. Tudo bem. O pior é que escavar taludes em pleno inverno, quando a terra está mole e empapada, só podia dar o resultado que está à vista. E lá se vão mais uns milhares de euros em reposição do lancil, calcetamento, materiais e mão de obra. Coisa pouca. Sem dúvida. Mas coisa pouca aqui + coisa pouca acolá + coisa pouca lá em cima + coisa pouco lá em baixo, e lá se vai o equilíbrio orçamental. Um exemplo: O senhor Calouste Gulbenkian, esse mesmo, o da fundação homónima, só ficava com 5% dos lucros do petróleo do Iraque. Coisa pouca, portanto. Quando morreu, era dos homens mais ricos do mundo...

2 comentários:

Anónimo disse...

Munícipio de Tomar:

Departamentos - 1
Directores de Departamento - 0 (!)

Divisões - 20
Chefes de Divisão - 8 (!!)

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Como não podia deixar de ser e já é tradição desta terra, as obras camarárias são o que se tem visto! nenhuma das obras do reinado de Paulino Paiva merece um elogio. Pior! São de tal forma aleijadas que nos deixam um legado de custos adicionais, o que, convenhamos, vem mesmo a calhar nestes tempos que correm. É confrangedor o que os nossos olhos veêm, e o que a nossa memória colecciona quando damos uma volta à cidade! Razão têm os nossos visitantes quando nos confidenciam que uma das impressões mais forte que levam de cá é a de uma terra envelhecida...