quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO PAPELARIA CLIPNETO LDA.

Há desta vez uma bela sintonia entre os três semanários da região. Todos puxaram para manchete o incêndio que consumiu quatro autocarros da Rodoviária do Tejo. Também os respectivos textos noticiosos são semelhantes, como é óbvio, tratando-se da mesma ocorrência. Só O MIRANTE menciona a natureza suspeita do incidente, baseado nas declarações de motoristas da mesma empresa, que falaram "sob reserva de identidade", refere o semanário. Mau sinal, dizemos nós, quando até a propósito de um incêndio as pessoas pretendem escudar-se no anonimato. Então e os deveres de cidadania, senhores ?
Tratar-se-á, quiçá, da atmosfera de suspeita que paira sobre a região da grande Lisboa, a qual faz com que, de há uns tempos para cá, praticamente tudo seja suspeito neste país. Até os jornalistas que suspeitam.
Também n'O MIRANTE, este título curioso: "Internacionalização do IPT coloca Macau mais perto de Tomar -Exposição "Macau é um espectáculo" pode ser visitada até 16 de Março". Na antiga sede do IPT, na Rua da Graça, acrescentamos nós. Quanto ao título, procurando evitar ferir susceptibilidades mais à flor da epiderme, apenas um desabafo: Critérios, cada qual tem os seus.
N'O TEMPLÁRIO há quatro escritos a não perder: "Quem somos, o que queremos e para onde vamos", de Isabel Miliciano, "Uma mão cheia de nada", de Graça Costa, "850 anos de paixão entre as pessoas e a terra", de Ernesto Jana, e "Quem quer ser primeiro-ministro", de Carlos Carvalheiro. Os dois primeiros abordam a presente situação de catástrofe económica e social que se vive no concelho. O diagnóstico parece-nos correcto (mais detalhado o de Graça Costa, a demonstrar que domina a sua área, a sociologia, desmentido assim factualmente quem a apelida de "zero absoluto" em política). Infelizmente, por razões óbvias, nem uma nem outra avançam soluções práticas para caminharmos rumo à recuperação e ao futuro com determinação e confiança.
Isabel Miliciano pensa que só a sociedade civil poderá alterar para melhor a presente situação trágica. Tem razão, pensamos nós. Falta, porém, conseguir ultrapassar um obstáculo, praticamente intransponível até ao presente -a inércia obstrutiva dos autarcas que temos. Por outras palavras, mais populares e mais brejeiras, para ficarem na memória: Como conseguir arredar todos aqueles que manifestamente não conseguem engravidar a história, mas se recusam a sair de cima ? Da resposta eficaz a esta pergunta depende em muito o nosso futuro como comunidade autónoma.

No tradicionalmente conformista CIDADE DE TOMAR há esta semana três textos políticos a ler com vagar mas quanto antes, sobretudo pelos filiados do PSD local. Da esquerda para a direita (salvo seja, pois estamos a referir unicamente a respectiva paginação), dizem de sua justiça João Tenreiro (filho), Carlos Carrão e José Delgado. Todos sobre o mesmo tema: o PSD, a política local e as eleições para a concelhia, que terão lugar amanhã.
Particularmente importante é o texto, muito bem articulado, de Carlos Carrão, no qual reconhece que têm cometido erros na autarquia, mas que o balanço é positivo. Linhas de força para o partido e para o concelho, apenas nele encontrámos duas -preparar desde já as autárquicas de 2013 e continuar "à mama" dos fundos europeus do QREN. É frustrante para qualquer eleitor ? Pois é, mas que se pode fazer ? Se até o único filiado social-democrata do actual executivo camarário, após reconhecer que têm cometido erros, persiste na mesma via obscurantista, ao não apresentar qualquer programa eleitoral e insistindo no mero eleitoralismo e nos fundos do QREN, sem qualquer perspectiva concreta, torna-se cada vez mais evidente que, caso estes autarcas consigam durar politicamente até final do mandato, teremos em 2013 uma cidade que será uma sombra pálida daquilo que já foi. Triste sina a nossa. Cada vez que proclamamos ser o executivo em funções o pior de sempre, o seguinte ainda é pior.
Ó sorte, por onde andas ? Porque desamparas assim os tomarenses ?

1 comentário:

m&m disse...

Não me digam que temos de "levar" com esta espécie de gestão autárquica até 2013?! Quer dizer, corrijo, se continuar esta espécie de "gestão" autárquica Tomar não chega a 2013! Eu só não entendo esta inércia por parte dos tomarenses, grupo no qual me incluo, que falam falam e não os vejo a fazer nada ... Não há emprego, as taxas são altíssimas e os ditos "autarcas" só pensam no raio do turismo, corrijo, no raio do Convento de Cristo... Cadê as empresas? Cadê a matéria-prima aproveitada? Sinceramente, Tomar devia fechar para balanço e quanto mais cedo melhor. Quando a própria Câmara impede a fixação de empresas, não vejo sinceramente muito futuro para esta "cidade" que está a comemorar mais de 800 anos de vida. E o pior é que toda a gente assiste e ninguém faz a ponta de um corno para mudar isto... É triste ver uma "cidade" bonita como Tomar afundar-se neste marasmo de intelectuais...