quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ANÁLISE DA IMPRENSA DA ZONA DESTA SEMANA

COLABORAÇÃO PAPELARIA CLIPNETO LDA
Aqui, em Tomar a dianteira, não misturamos questões pessoais com assuntos de trabalho. E somos contra vinganças, rancores ou retaliações. Por isso, começamos esta semana pelo MIRANTE, um bom semanário regional que, tal como os outros, tem zonas claras e outras que nem tanto assim.
A manchete supra foca um tema que vai dar muito que falar nos próximos tempos -as transferências do governo para as autarquias. Questão particularmente delicada, posto que quem não recebe também não pode distribuir, recebendo o governo cada vez menos em impostos. Do outro lado, se assim se pode dizer, os autarcas parece continuarem convencidos de que esta crise é assim como as bátegas de água ou as gripes. Duram um tempito e depois volta a normalidade. Estão redondamente enganados. A actual depressão económica não é coisa passageira, devendo ser comparada ao alcoolismo. O dependente não pode passar sem a bebida, mas se continua não dura muito tempo. Assim estamos. Por todo o lado, a economia só não piora muito mais graças às ajudas do Estado, mas este não pode continuar a ajudar, sob pena de colapsar devido ao défice colossal. A solução ? É o que todos os governos vêm buscando, até agora em vão.
Igualmente n'O MIRANTE uma reportagem sobre a confraternização do Fatias de Cá no Martinho da Arcada, outra sobre o aniversário da Prisão Militar de Tomar, e a saborosa crónica "E-mails do outro mundo", de uma rara ironia.
N'O TEMPLÁRIO, desenvolvimento sobre a Filarmónica da Pedreira e notícia de duas listas concorrentes ao PSD/Tomar, no dia em que a proposta de orçamento e plano, com uma previsão de receitas de 61 milhões de euros, mais 11% em relação ao ano passado, foi aprovada em menos de três horas de debate. Até uma pessoa é levada a pensar que vai tudo bem. Posto que, como é sabido, não vai nem lá perto. Algo está mal nas margens nabantinas. O que será ? Damos um rebuçado, com pouco açúcar por causa da diabetes, a quem adivinhar.
"Vem aí a República - 02", assinado por Luís Pedrosa Graça, ocupa toda a templária página 15. É de grande qualidade redactorial e merece cuidada leitura, pois permite perceber porque somos como somos e estamos como estamos. Afinal, pouco ou nada acontece por mero acaso.
Igualmente dignas de destaque, a reportagem sobre uma família de canteiros da Pedreira, a crónica de Appio Sottomayor e a de Carlos Carvalheiro, sempre bem humorado.

A manchete de CIDADE DE TOMAR é sobre uma verdadeira pedrada no pântano tomarense do conformismo, maleita que parece hereditária por estas bandas. Enquanto a importante guarnição militar e o situação de vacas gordas, foram permitindo que comerciantes e outros empresários vivessem sem grandes preocupações, nunca ninguém se lembrou sequer dos turistas que iam ao Convento mas não vinham cá abaixo. Acabadas as farturas e retiradas as tropas, devido a drásticas reduções orçamentais, cada qual procura arranjar desculpa para as suas próprias carências, visto que, por estas paragens à beira Atlântico, a culpa é sempre dos outros. Por isso morre praticamente sempre solteira.
Esta ideia do funicular é tentadora e merece ser acarinhada, conquanto possa não constituir a solução ideal para o momento presente, por toda uma série de razões que a seu tempo virão a público. De qualquer maneira, trata-se de uma excelente ocasião para um amplo e sereno debate sobre Tomar e o desenvolvimento turístico, numa altura em que se constata que o total anual de visitantes do Convento baixou o ano passado, tendo sido ligeiramente inferior a 100 mil o número de entradas pagas. Tomar a dianteira lá estará no próximo dia 18, em local e hora a anunciar.
"Autarquias e empresas devem empenhar-se na concretização rápida de candidaturas ao QREN" (fundos europeus), escreve CIDADE DE TOMAR na página 7. A mostrar que instrumentos de ajuda há, unhas para os tocar é que não. Após erros e mais erros, atascadas em dívidas, as autarquias só agora começam a perceber (?) que os fundos de Bruxelas são muito tentadores, mas implicam projectos fecundos e articulados, susceptíveis de facultar retornos substanciais a médio prazo. Caso contrário, mais vale ficar quedo. O peso das dívidas é já significativo e, como o custo do dinheiro deverá mais do que duplicar a médio/longo prazo, para os empréstimos indexados à Euribor, que são quase todos, eleitos e empresários vão acenando com a cabeça mas continuam realmente a assobiar para o lado. Forçados e contrariados, porém com uma secreta esperança: as próximas eleições autárquicas são só dentro de três anos, e daqui até lá... Por isso bem pode o ministro ir incitando ao investimento. Quem não tem dinheiro, não tem vícios, como é bem sabido.
A fechar, destaque para a habitual Crónica de campanha, de MC. Apesar de enfermo, ou se calhar por causa disso, conseguiu "desarrincar" esta semana um apetitoso e mordaz texto sobre o carnaval e os tempos que não correm aqui em Tomar. É como dizia o outro: Quanto mais isto muda, mais estamos na mesma.


Sem comentários: