segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

DUAS DE CULTURA

SEM COMENTÁRIOS...
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Numa altura em que todos os meios geralmente bem informados já perceberam que a actual maioria autárquica não tem qualquer projecto integrado para o futuro, pareceu-nos oportuno publicar este título do PÚBLICO de sábado passado. Isto porque os nossos autarcas insistem pesadamente no museu da Levada, certamente convencidos de que o governo virá a assumir as custas. Desenganem-se. Tendo constatado que, mesmo nos museus nacionais de renome, 90% dos orçamentos respectivos são para pagar aos funcionários, a nova ministra decidiu transferir quanto antes a maior parte deles para as autarquias. O das Caldas da Raínha está a servir de cobaia.
Entretanto, em França, uma nova lei prevê transferir para as regiões ou para as autarquias a propriedade e a gestão operacional dos monumentos até agora tutelados por Paris. É a nova tendência à escala europeia. A braços com cada vez mais despesas e menos receitas, os vários governos procuram descartar-se, da maneira mais airosa possível, de tudo o que possa ser administrado a nível regional ou local, de forma a poderem apresentar orçamentos mais aceitáveis. Vão portanto contra a corrente os que em Tomar continuam a cuidar que vale a pena dispender milhões numa instalação museológica, que depois não poderá funcionar, por falta de recursos, ao mesmo tempo que recusam encarar a possibilidade de virem a tutelar o Convento de Cristo, afinal o único monumento local com algumas hipóteses de viabilidadee económica. Apenas com algumas hipóteses. Nada de ilusões bacocas. Com os actuais trinta e tantos empregados, cujas funções ninguém conhece com precisão, nem valerá a pena pensar em semelhante coisa. Cobrar entradas, vigiar e limpar, é uma coisa. Gestão turística operacional, é outra, muito diferente. O Mundo não pára e quanto mais tarde nos fizermos à estrada, mais tarde chegaremos onde pretendemos...
Desiludam-se igualmente os que porventura estejam convencidos de que os problemas financeiros que enfrentamos como país se resolverão sem sacrifícios e sem medidas dolorosas para todos. Não se trata de um palpite meu. É a opinião praticamente unânime dos economistas ibéricos, difundida pelo EL PAÍS de ontem. Vale a pena pensar a sério no assunto. Enquanto é tempo.

1 comentário:

simon disse...

Boa noite. Vi esta madrugada o programa das comemorações. Parece-me ser muita coisa para tão pouco tempo. Faz mais lembrar os festejos da Exposição do Mundo Português. Dispersa-se por muita coisinha. O rei esteve em Tomar em 1711. E daí? Esteve um rei em Tomar em 1714 e outro em 1438 onde aliás se finou ( se calhar de susto). Ainda bem que não vivo em Tomar pois 850 foguetes é muito foguete.
Além disso, um dote é dado a uma nome e é uma ocasião de alegria e não é uma herança.Gostava que me explicassem porque são 12 heranças? É um número mágico, pois 12 eram os cavaleiros que escolhiam o mestre do Templo. Será isso? Então temos alguma espécie de esoterismo a eivar as comemorações? E os foguetes a rebentarem segundo os 8 pontos cardeais importantes e secundários. Terá a ver com a orientação das ruas romanas, as Vias Cardus e Decumanis? Tanta herança, sobrará alguma coisa real para os pequenos herdarem no futuro? Muito obrigado