Ando por aqui há mais de 50 anos e nunca senti os meus patrícios assim -cabisbaixos, calados, angustiados, indecisos. O que se compreende. Após a fraca câmara de Jerónimo Graça, Pedro Marques, um independente principiante em política, ganhou facilmente, à sombra do símbolo partidário. Os seus dois mandatos não foram nenhuma maravilha, sobretudo o 2º, durante o qual se tornou evidente que o presidente da autarquia já não mandava, era levado a mandar. Desiludidos, os eleitores deram a vitória a António Paiva, tendo até repetido a dose por mais duas vezes. A sua saída prematura e interesseira, desiludiu muita gente e conduziu-nos ao atoleiro em que nos encontramos.
Intrujados assim, em termos políticos, há mais de 20 anos, os eleitores já não sabem se convém rezar nem a que santo convém rezar. Os do PSD porque estão agora a compreender que afinal as realizações de António Paiva foram uma série de asneiras monumentais, e que a coligação com o PS foi feita contra a sua vontade. Os do PS porque são contra a coligação, contra o fogo de vista e estão irritados com a mentira que lhes impingiram durante a campanha eleitoral. Disseram-lhes que tinham um projecto para Tomar, e afinal...
Quanto aos outros candidatos eleitos, os que neles votaram estão decepcionados. Ninguém gosta de votar em vão, e sentem agora que foi o que fizeram, sem querer.
Nestas condições, o desalento é normal, tal como a angústia e a indecisão. Afinal, todos sentimos a situação local a agravar-se de dia para dia, perante a manifesta incapacidade da actual maioria coligada. Já aqui se disse, mas repete-se -Não têm ideias, nem planos, nem arcaboiço, nem humildade, nem vontade de os arranjar Estão apenas a procurar queimar tempo, na esperança vã de que as coisas melhorem a curto ou a médio prazo.
No meio do rio, recusando-se a olhar para trás, para não terem de admitir que se enganaram, os habitantes do vale do Nabão também não têm coragem para continuar a nadar, rumo à outra margem, porque ignoram o que lá irão encontrar. Desta desconfortável situação, sobretudo para todos aqueles que ainda são do velho tipo "de antes quebar que torcer", resulta a desagradável postura comportamental de muitos tomarenses: cabisbaixos, tristes, indecisos e desalentados, em vez de admitirem os seus erros e nadarem para a frente, resolveram adoptar o estilo ouriço cacheiro. Enconcharam, enrolaram-se sobre si próprios e agora só mostram espinhos bem aguçados aos seus vizinhos.
Acordem amigos! O que lá vai, lá vai! Águas passadas não movem moinhos! Vamos todos procurar construir alternativas mais risonhas para esta terra que todos adoramos. Com maus feitios, ilusões, blábláblá, subsídios, foguetes, festas e comezainas, de certeza que só vamos conseguir enterrar-nos ainda mais. Alguém duvida?
8 comentários:
"A saída prematura de Paiva conduziu-nos ao atoleiro".Perdão: foi a presença de Paiva(aliás,por escolha dos tomarenses)que conduziu a cidade a este estado.E não foi o tenista, foram as suas ideias de auto-convencido como adiantado mental,sentado em cima dum burrico chamado PSD.Burrico que tambem levou o sr. relvas.
Continuem a pensar na salvação turística...
"Perdão: foi a presença de Paiva(aliás,por escolha dos tomarenses)que conduziu a cidade a este estado,"
Nem mais! As verdades são para se dizerem... por muito que custe a alguns!
E o povo, pá?
E o povo?
- O povo paga e não bufa!
O burrico não foi o PSD! Ele tem nome: Carrão, Corvêlo, Relvas,Ivo e os Presidentes de Junta eleitos pelo PSD.
“Angustiados e no meio do rio”
No meio, ao lado, no fundo! …será?
O meu amigo cibernauta que por aí vive, saberá de tudo o que se passa e dúvidas não terá!...
Trago-lhe uma pequena estória;
Vai para quatro anos de visita a essa bela terra e à festa dos tabuleiros ( que hoje – e respeitando todos – , se me afigura desajustada na forma, no conteúdo, na apresentação, na divulgação… aos tempos hodiernos que vamos percorrendo… exactamente na mesma que a conheci vinte anos atrás…!), disseram-me como obra de referência do, na época, enunciado como: super audaz, inteligente, avançado, narcísico presidente da câmara, uma rosa dos ventos, circularmente envolta em desgovernados esguichos de água ….
Lembro-me de ter manifestado então dúvidas sobre a generosa e lisonjeira adjectivação, porventura fruto de ver tão enjeitada obra naquele singular local…!
Confirmadas hoje, quando, de passagem no mesmo local, vejo ali, assustadoramente desarrumado, um estaleiro de obra nova: destruídos os envergonhados esguichos, desfeitas obras recentemente executadas, um faz-desfaz que poucos entendem ao que me diz a companheira de viagem; conta-me ainda da construção de muros e iguais que, nem da Câmara, sabem o que é nem para que são….
Mais me contam que o (i)responsável de um saco de asneiras realizadas e hipotecarias do concelho, do seu presente e do seu futuro – qual rato em barco a afundar-se – , terá dado ao porão e andará, principescamente, a espelhar-se na sua besuntada reforma, após ter estoirado ou deixado a explodir aquilo que é de todos!
E enunciam: a, b, c, d, e, f, g … situações desastradas e desbastadoras do erário por tão iluminada figura realizadas, que, a serem verdade, porão mais brancas ainda e a cair, as cãs de quem seriamente, possa querer levar essa urbe com gosto e causas!...
Aflijo-me: que terra? Que peçonha? Que pandemia? …
de passagem
Projeto para Tomar, sim e continuam a ter, vender a retalho o que ainda sobra e brincar as rotundas e espaços envolventes...pergunto ainda, quantos anos são precisos para se conhecer uma pessoa que muito cegamente é eleita?
No meio do rio...seco, a esvaziar-se (por causa das obras, segundo dizem). Igual às ideias e projectos dos sorvedoros do erário, que outro préstimo não têm. Ao que se sabe são 34 os milhoes da dívida camarária...coisa pouca, para terra tão próspera e de abastada cultura e economia. Dizem-me os barbos em fuga, que na próxima saison a edilidade seguirá os passos das falidas associações do burgo e vai montar, na Praça da República, umas bancas a vender franguitos na telha, sandes de torresmos e vinho tinto...para arranjar dinheiro para pagar os juros...entretanto, contemplemos o castelo, já que pouco mais nos resta.
Não será na Praça da República! Vai ser no sítio de eleição do aldeão Carrão, entre o campo da borracha paulino e a savana do Mouchão, com o rio de permeio, no preciso local onde o inefável ex-vereador Ivo Santos profetizara uma espécie de "praça Sony" à la tomarense, para calar os descontentes com a demolição do antigo cine-esplanada.
Como diz o velho ditado: com papas e bolos se engana os tolos!
Enviar um comentário