sexta-feira, 2 de julho de 2010

AS FORMIGAS E AS CIGARRAS...

Após a leitura da imprensa local e regional, sobretudo daquela peça de CIDADE DE TOMAR (ver mensagem anterior) sobre mais uma excursão/comezaina gratuita para os idosos concelhios, resolvemos ir por aí acima, por essa Europa fora. Nada melhor do que afastar-se e subir, para melhor analisar a lusitana herdade e o nabantino quintalejo.
Enquanto em Tomar, mesmo nas barbas do Gualdim, sete autarcas livremente escolhidos pelo povo, acham natural gastar 17.500 euros = 3.500 contos = 100 pensões de 35 contos (175 euros) com mais uma passeata gratuita, bem comida e bem regada, obviamente para comprar votos, em França a imprensa procurou saber quanto custou na verdade o concerto gratuito do ano passado, em Paris, por ocasião da festa nacional francesa de 14 de Julho, oferecido aos eleitores pelo presidente da república. A resposta, conseguida após meses e meses de insistência no parlamento, até arrepia: três milhões, cento e dez mil euros (622 mil contos). "Este ano, acrescenta a notícia, o presidente Sarkozy resolveu, como medida de austeridade, que não haverá concerto gratuito para todos, no 14 de Julho. Tinha-se tornado uma tradição desde 2007."
Curiosamente, segundo Carlos Carrão (ver peça anterior) as passeatas para idosos também começaram em 2007 aqui por estes lados. E depois ainda temos a animação "Praça Viva" (40 mil euros) e os subsídios para as colectividades (120 mil euros + 4.500 mensais para uma delas). Mas é totalmente diferente, bem o sabemos. Somos uma terra abastada, em pleno desenvolvimento, num país rico, que não pára de crescer em termos produtivos... Enquanto que os franceses, coitados...Sobretudo os parisienses! Pela minha parte, questão de solidariedade e de reconhecimento por serviços prestados, até já lhes mandei 100 euritos, para ajuda de algumas sopitas... Não vão eles morrer de fome, por falta de auxílio internacional!

Outro detalhe curioso é esta entrevista do presuntivo sucessor do Dalai-lama, líder espiritual e temporal dos tibetanos, actualmente no exílio. Apesar dos seus 25 anos de idade, declarou: "Temos necessidade de um projecto, de um plano, de definir as várias etapas, e de as percorrer de forma coordenada."
Como é do conhecimento geral, o Tibete é um dos países economicamente mais atrasados do mundo. Situado no alto dos Himalaias, foi e continua ocupado há vários anos pelos chineses, que o consideram parte integrante do seu território. Não tem, por conseguinte, nada a ver com Portugal ou com Tomar, entidades altamente desenvolvidas, ricas e em constante progresso, onde nunca houve nem há qualquer necessidade de projectos, planos, etapas, coordenação... Meia bola e força é quanto basta, que o povo gosta e o clima ajuda. E depois, entre mortos e feridos sempre há-de escapar muita gente!

5 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia,

Podia-me explicar a veracidade da afirmação que a CMT está a dar 4500 € mensais a uma colectividade . Verdade ? E qual é a colectividade ?

Anónimo disse...

APTC - Associação Portuguesa de Turismo Cultural, nos termos do protocolo aprovado na última reunião camarária, com uma validade temporal de 43 meses...
Para mais detalhes, ver declaração de voto dos IpT sobre o assunto, na imprensa local e regional.

Rodrigo Silva disse...

Sãos 120 000 € só para 8 associações. E as restantes que ainda não receberam nada este ano? Anulou-se o plano de apoio ao associativismo dizendo que o novo demoraria apenas 3 meses a ser aprovado. Já passaram 6 meses e continua-se à espera. Muita parra e pouca uva.

Luis Ferreira disse...

Uma coisa é a estratégia de investimento no Turismo e usar a cultura como base para essa estratégia. Nesse âmbito temos em desenvolvimento o Plano de animação "Praça viva", desde 19 de Junho até 12 de Setembro, com financiamento QREN, numa parceria com a ADIRN e as colectividades Canto Firme, Nabantina, Paialvo, Gualdim-Pais, Pedreira e vários Ranchos do Concelho.

Nesse âmbito também temos em execução outras parcerias estratégicas com a Federação do Folclore Portugues, o Centro de Estudos de Arte e Arqueologia (e o politécnico) e a Associação Portuguesa de Turismo Cultural, nas quais só a primeira destas é nova e as restantes tem sido desenvolvidas no decurso dos meses que levo de mandato.

O objectivo é manter essas parcerias até final do mandato e foi nesse sentido que foi presente uma primeira proposta de consubstanciar esse acordo por 43 meses, ou seja até final do mandato. Por razoes de operacionalidade foi de imediato proposto que o protocolo fosse anual, o que de imediato aceitei, pelo que a referencia aos 43 meses na declaração de voto dos vereadores independentes se reporta a uma proposta que nem sequer foi apreciada ou votada.
Nesse sentido ainda temos o nosso incentivo, organização e/ou participação em grandes eventos: Carnaval, Congresso da Sopa, Lego, Festival Tomarimbando, Festival Bons Sons, Festival Estatuas humanas, Feira de Sta Iria. Eventos capazes de constiuuirem uma mais valia e uma âncora, para a demanda de forasteiros ao nosso Concelho.

Outr coisa é o Programa de Apoio ao Associativismo, para a actividade regular das Associações que irá ter novas regras, que têm vindo a ser negociadas e cujo trabalho não está, infelizmente, concluído.

Recordo que as verbas "alocadas" aos projectos "Tomar patrimônio e Olhar Tomar", que contam com o empenhamento da citada Associação Portuguesa de Turismo Cultural (4500€/mês) e Centro de Estidos de Arte e Patrimonio (6000€/mês), constam do Plano Plurianual
de Investimentos com uma verba anual na casa dos 120 mil euros, completamente à parte do Apoio regular ao Associativismo. Este ano, contamos, nesses programas investir essas verbas.

Anónimo disse...

Cada tiro...cada melro!!!