Prosseguem as obras na urbe. Excluindo as escolares, sobre as quais havemos de escrever um dia destes, temos a barraca do mercado, a via pedonal cidade/castelo pela mata, a rotunda e o exterior do Convento de Cristo. Em cada uma delas há problemas sérios, como em qualquer outro empreendimento. A grande diferença é que nas outras autarquias, regra geral, são imediatamente ultrapassados, enquanto que aqui, nas margens do Nabão, há tendência para adiar, para complicar, para hesitar, para andar de Herodes para Pilatos, e vice-versa. É lamental, mas que se lhe há-de fazer? Somos assim.
Na bronca do mercado, escreveu-se aqui o que nos pareceu ser evidente e necessitar de solução urgente. Tratava-se portanto de tentar ajudar. De evitar fazer para logo a seguir desmanchar e voltar a fazer, com os custos inerentes, pagos por todos nós, como sempre.
Houve logo alguém muito agastado e com óculos partidários laranja, que nos enviou um comentário desagradável, afirmando que para nós está sempre tudo mal. Pois bem, no caso da barraca do mercado, é bem visível na fotografia que não obedece às normas legais em termos de pé-direito, e por conseguinte de caixa de ar. Basta comparar com o velho pavilhão à esquerda. Aquela série de postigos logo abaixo do beirado e destinados a ventilação, havendo outros tantos do outro lado, no caso da tenda, serão instalados onde? À altura da cabeça das pessoas?
Outro problema: segundo foi dito, não haverá ar condicionado na barraca. De certeza? E já alguma vez viveram, dormiram ou trabalharam dentro de uma tenda sem climatização durante a estação quente? Era capaz de ser melhor experimentar antes...Ali em Marrocos, por exemplo. É perto e sempre permitiria mudar de ares...e ver outros camelos.
Na Cerca, por motivos que falta apurar, as obras empancaram. Há semanas que nem para a frente nem para trás. Falta de verbas? Projecto incompleto? Dificuldades das empresas adjudicatárias? Hesitações dos autarcas e dos projectistas? Na ausência de esclarecimetos oficiais, como vem sendo hábito, todas as suposições são possíveis. Tanto mais que neste caso o empreendimento faz cada vez menos sentido. O alegado saneamento está a ficar pouco a pouco em águas de bacalhau. As águas pluviais vão continuar a correr pela valeta do lado direito de quem sobe, passando a ser, de x em x metros, canalizadas para o talude do lado esquerdo, onde se escoarão na paisagem. Lá barato é; não se sabe é se a vegetação vai aguentar, em caso de enxurrada... E depois há o problema da passagem para o castelo. Como tencionam conseguir que o portão ao lado da Torre da Condessa passe a estar aberto? É que sem isso, adeus investimento. Não passa ninguém.
Outra açorda nabantina é a rotunda. Após o paredão-mijatório vão aparecendo os muretes. Rouba-se largura às faixas de rodagem sem que, por enquanto, se perceba quais as vantagens. Tal como continuamos a não saber para que serve afinal o horrível paredão. Houve a conhecida decisão da câmara mas, pelos vistos, ou o pedido ou os arquitectos projectistas, perderam-se pelo caminho. Acontece.
Último mas importante detalhe conhecido: Os senhores autarcas ainda não decidiram quais as peças escultóricas que hão-de ornamentar o local. Por outras palavras, como já vem sendo habitual, arrancaram com a obras sem os projectos estarem completos e aprovados. É o chamado improviso português, que tão bons resultados nos tem propiciado. Neste caso, por exemplo, há quem defenda que devam ser motivos alusivos à Festa dos Tabuleiros, mas o senhor alcaide é contra. Temos mais um braço de ferro para durar?
Este é um dos aspectos da cafetaria/recepção/bloco sanitário, a edificar na Cerrada dos Cães, pomposamente rebaptizada pela autarquia para a ocasião como Terreiro D. Gualdim Pais. Presunção e água benta...
Ãs obras vão arrancar em breve e muitas delas serão úteis. A rede de saneamento, os novos passeios, a recuperação das calçadas, que já devia ter sido feita há mais de 300 anos. O pior são os parques de estacionamento. Só em Portugal e em Tomar é que se expropriam terrenos e se gasta uma pipa de massa para arranjar um parque de estacionamento para SEIS autocarros de turismo, e outro, em terreno municipal, para 21 automóveis. Junto a um monumento Património da Humanidade, que já recebe anualmente cerca de 150 mil visitantes, uma média de 410/dia, concentrados nos meses de Verão. Andamos a brincar com os cidadãos, ou quê?
8 comentários:
Os muretes terão a mesma função do Muro da Mijação mas para o Saraiva, sem ofensa, claro!!!
Tomar e os tomarenses no seu melhor!
Ainda há pouco tempo "todos" clamavam que o presidente é "boa pessoa", "educado" e por aí fora. Ou seja, a sua total incompetência era desculpável com aqueles atributos.
Ele, o presidente formalidade, é o primeiro responsável por tudo o que acontece na autarquia. Ponto final!
Porém, ainda há quem vá dixendo que no conjunto dos autarcas, poder e oposição, ele ainda é o menos mau!
Se é assim, então o melhor é fechar a porta e emigrarmos!!!
José Soares
Com o PNR isto não estaria assim ! Ai não estaria, não senhor. Estes executivos são uns estarolas, não conseguem dar uma para a caixa !
Os parques não podem ser grandes para rpoderem entabilizar o Parque por detrás da Câmara...
O Parque de estacionamento por detrás da Câmara difícilmente será rentável, bem como o do Pavilhão no pântano.
A saída do Parque por detrás da Câmara é digna de ser Património da Humanidade. O terceiro piso do Parque nunca teve automóveis, apenas moscas.
As obras colectivas em Tomas são um hino ao disparate. Até faz dó.
O Parque T continua a char que os parques podem ser rentáveis...
A solução, adiada pela CMT, passaria por taxar também o estacionamento nas ruas circundantes destes dois parques, num raio não inferior a 300 metros.
Haja coragem para a implementar...
"Porém, ainda há quem vá dixendo que no conjunto dos autarcas, poder e oposição, ele ainda é o menos mau!"
Ó Zé, então e essa confiança no PMarques?!
Já não existe?
Vais mudar de banda?
Vais tocar a vuvuzela contra os IPT?
Tem juízo, menino.
Vê lá o que fazes!
Apreciando a vasta carreira profissional, cultural e até intelectual de alguns elementos do elenco camarário, outro tipo de obras não eram de esperar.
Tão mal disseram do "Paiva" que agora é ele que se está a rir...
Os mais valentes opositores do anterior presidente têm vara larga, mas ao que parece nem competência tem para reconhecer o estado de ignorância em que vivem.
Enfim, parece que a democracia foi incapaz de nos trazer a força necessária para passarmos da indignação à revolta.
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