segunda-feira, 5 de julho de 2010

OBRAS ESTRANHAS A PASSO DE CARACOL

Cada vez mais estranhas estas obras na antiga Cerca Conventual, agora Mata Nacional. Contrariando obrigatórias normas da União Europeia, não existe nenhum painel que indique o nome da empreitada, o seu valor global, a comparticipação europeia, o prazo de execução e a empresa adjudicatária. E os senhores autarcas também nada dizem sobre o assunto. Nem protestam. Porque será? Estaremos já na chamada democracia de fachada, onde cada qual só cumpre aquilo que lhe convém? Criativos como sempre fomos, estaremos a construir pouco a pouco uma nova forma de administração das coisas públicas, a chamada "democracia badalhoca"? Abundam os indícios apontando nessa direcção.

O saudoso e malogrado António Variações foi percutante e lapidar, ao escrever e depois cantar que "Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que as paga!" Era o tal saber de experiência feito, que tanto desenvolvemos com os nossos navegadores. No caso tomarense, quando os autarcas não têm juízo, as árvores e os contribuintes é que pagam. Nas obras do Flecheiro, os plátanos que antes ladeavam a estrada para Marmelais, foram à vida...por causa do temporal. Mesmo se antes lhes tinham posto as raízes ao sol...
Agora, nestas obras na Mata, cuja utilidade prática continua por demonstrar, uma das últimas amoreiras centenárias ainda existentes na cidade teve a mesma sorte -trucidada em nome do progresso. À vista de todos e sem qualquer protesto, pelo menos até agora. Vivó progresso! Vivá modernidade! Abaixo a natureza! Por este caminho havemos de ir longe!

Mesmo com o caminho desimpedido, as obras avançam a passo de caracol, por razões que seria interessante apurar. Será que as verbas vão escasseando e sem dinheiro não há palhaços? Ou o projecto definitivo ainda não está concluído? Numa terra onde reina o improviso, nada é de estranhar...
Em qualquer dos casos, registe-se que em três semanas de trabalho foram levantadas e rebocadas as paredes exteriores dos novos sanitários, e instalados 5 ou 6 sumidouros parta águas pluviais, no percurso até à Torre da Condessa, cada um com um colector a atravessar a via pedonal. Com este ritmo, nem se sabe se aquando da próxima Festa dos Tabuleiros já haverá sanitários operacionais na velha Cerca.
Fica para depois uma marosca que agora é evidente, mas que só após a conclusão das obras poderá ser denunciada junto das entidades competentes, para os fins que tiverem por convenientes. Aguardemos pois.

Como desta vez não houve, logo por azar, nenhum temporal nem nenhuma chuvada forte, para justificar o corte, os arboricidas do costume vão alegar em sua defesa que a amoreira cortada, coitada!, já estava em péssimo estado e a pedir reforma há muito tempo. Terá sido por isso que apenas abatida, logo a levaram lá para cima, junto ao antigo Lagar do Conde, longe das vistas dos cidadãos?

Naturalmente que essa questão do estado de conservação da árvore é subjectiva. Resulta da posição de cada um em relação às árvores e à paisagem natural. Uma coisa é certa e está documentada nesta fotografia -A árvore não estava podre. Poderia ter vivido pelo menos mais uma ou duas dezenas de anos, se não tem tido a pouca sorte de nascer, crescer e viver numa terra de vândalos, preocupados sobretudo com os finais de mês. O resto que se lixe!

6 comentários:

Anónimo disse...

E que pensar do silêncio daquela ONG ambiental tomarense?... Porque é que só se preocupa com os recursos hídricos?

Anónimo disse...

São uns insensíveis, com a mania do modernismo
acabam por ser retrógrados e perniciosos.
Gentalha desta merece a tromba cheia de azeviche preto, bem preto, como o futuro de Tomar.
Isto tem sido uma praga depois do paulino se ter instalado na cadeira do poder.
São uns novos ricos bacocos armados em grandes figuras.
P.... q.... p..... tais energúmenos!

Anónimo disse...

Caro companheiro,

Permita a minha reflexão sobre a passagem de uma notícia que acabei de ler no sítio da Associação de Futebol de Santarém e que facilmente percebo ser da autoria de Luís Boavida, chefe da divisão financeira da câmara de tomar/director da associação de futebol.
reza assim "O União de Tomar fez ainda questão de oferecer ao vereador Carlos Carrão,
responsável pelo Pelouro do Desporto da autarquia, duas faixas de campeão: uma dos Infantis e outra pelos juniores. Um reconhecimento por todo o apoio e colaboração que tem sido dado ao clube, e concretamente ao Departamento Juvenil, por aquele autarca no desempenho das suas funções".
A reflexão, em jeito de pergunta, é esta, não são os dirigentes deste clube que chamam todos os nomes aos autarcas que não lhes pagam a dívida às finanças? Então será o funcionário a limpar a imagem do patrão ou algo mais profundo?
Só uma nota mais. A mesma notícia diz que o presidente da câmara e o vereador do desporto estiveram presentes e entregaram taças, isto no mesmo dia em que dezenas de comerciantes ficaram sem o mercado municipal, local do seu ganha-pão, e onde nem um responsável político apareceu.

Tomar de novo disse...

Será assim tão difícil criar um movimento de reflexão tomarense?

Um movimento que não tenha nada a ver com políticos ou pseudo-independentes. Um movimento oriundo da sociedade civil que reuna periodicamente para pensar e ajudar Tomar.

Eu acredito em Tomar e no seu povo. Quem me segue?

Anónimo disse...

é difícil seguir anónimos...

Tomar de novo disse...

O que se pretende é que se crie um movimento de reflexão de cidadãos tomarenses que surja da sociedade civil.
Não é por me identificar que essa voz comum de opinião da urbe surgirá.
Para criar um movimento baseado na opinião de única pessoa conforme alguns movimentos que já existem mais vale estar quieto.
Alguém que atire a segunda pedra após eu ter atirado a primeira ao expressar a opinião de vários cidadãos tomarenses.